A Celebração da grande Festa de “Corpus Christi” por Nivaldo Moreira, OFS

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A palavra “Corpus Christi” vem da língua latina e tem como significado: Corpo de Cristo. É uma festa que celebra a presença real de Cristo na Eucaristia. É uma festa de preceito, isto é, devemos participar da celebração da Missa neste dia. A procissão pelas vias públicas atende a uma recomendação do Código de Direito Canônico (Cân. 944) que determina ao Bispo diocesano que a providencie, onde for possível, “para testemunhar publicamente a veneração para com Santíssima Eucaristia, principalmente na solenidade do Corpo e Sangue de Cristo”.

Neste momento em que vivemos no Brasil sobre a tensão desta pandemia, estamos nos adequando e reaprendendo com a situação. Vamos ver as celebrações com o mesmo significado e valorização, porém sem as grandes concentrações, com celebrações modestas e às vezes sem público (sine populo), sabedores que o segredo mais profundo de Deus é o que Jesus nos deu a conhecer: “Já não vos chamo servos, porque o servo não sabe o que faz seu senhor. Eu vos chamo amigos, porque vos dei a conhecer tudo o que ouvi de meu Pai” (Jo 15,15).  A Eucaristia é o memorial perene da paixão de Cristo, o cumprimento perfeito das figuras da antiga aliança e o maior de todos os milagres que Cristo realizou, pois, a Eucaristia constitui o maior milagre realizado por Jesus neste mundo. A celebração de Corpus Christi consta de uma Missa, procissão e adoração ao Santíssimo Sacramento. O destaque maior neste dia é a procissão com o Santíssimo, a qual recorda a caminhada do povo de Deus, como um povo peregrino neste mundo. No antigo testamento o povo foi alimentado pelo Maná no deserto. Hoje, é alimentado com o próprio corpo e sangue de Cristo.

A celebração de Corpus Christi faz parte do calendário litúrgico da Igreja e sua criação remonta ao século XIII. No dia de Corpus Christi, celebra-se um dos princípios mais importantes do catolicismo: o Sacramento da Eucaristia. Esse sacramento é realizado como uma forma de relembrar a morte e a ressurreição de Jesus Cristo. O pão, que é consumido, representa o Corpo de Cristo, e o vinho ingerido simboliza o Sangue de Cristo. A celebração eucarística é uma referência à última ceia realizada por Cristo com seus discípulos durante a Semana Santa.

Esta solenidade litúrgica foi Instituída pelo Papa Urbano IV (1262-1264), através da bula “transiturus”, de 11 de agosto de 1264, para ser celebrada na Quinta-feira após a festa da Santíssima Trindade, que acontece no domingo depois de Pentecostes.

A festa de “Corpus Christi” é um convite para uma meditação sobre o valor e a importância da Eucaristia em nossa vida. A Eucaristia é um dos sete Sacramentos e foi instituído na Última Ceia, quando Jesus disse: “Este é o meu Corpo… Isto é o meu Sangue… fazei isto em memória de mim” (Mt 26,26). Assim, vemos que quem pediu que nós, ao longo dos tempos e da história, celebrássemos a Eucaristia foi o próprio Cristo. A Igreja Católica cumpre este mandato até hoje, para perpetuar a presença salvadora de Jesus na história.  O texto bíblico mais evidente e claro sobre a doutrina da Eucaristia é o capítulo 6 de São João. Todo ele é um discurso Eucarístico de Jesus que disse “Eu sou o pão vivo descido do céu. Quem come a minha carne e bebe o meu sangue permanece em mim e eu nele” (Jo 6,56). A Eucaristia é a realização da promessa de Jesus que disse: “Eis que estarei convosco até a consumação dos séculos”. (Mt. 28).

Assim, ao adorar o Corpo de Cristo presente neste admirável Sacramento, cada membro da Igreja pode entrar naquela comunhão com o seu Divino Redentor e, por meio dessa íntima e interpessoal relação, conhecer o seu mistério e participar daquela comunhão a que Deus nos chama. Por essa solenidade litúrgica somos, portanto, chamados a entrar nesse mistério de comunhão de amor com o Pai, no Filho, pelo Espírito Santo.

Essa comunhão nos impulsiona, inevitavelmente, à procura de uma maior comunhão entre nós, filhos do mesmo Pai, redimidos por Cristo e templos do Espírito Santo. Tal comunhão funda-se na fé que atua através da caridade, manifestada na responsabilidade e no cuidado mútuo, sobretudo, em tempos difíceis como os que estamos vivendo. Que saibamos dar o verdadeiro valor na Eucaristia, assim como São Francisco que entendeu a mensagem e propôs a viver sempre adorando a Cristo sem esquecer de valorizar os irmãos, construindo pontes e belos tapetes por onde o irmão possa viver e partilhar suas belas ações em prol da vida e da fraternidade.

Brasília, 10 de junho de 2020

 

Nivaldo Moreira da Silva, OFS
Conselheiro

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