Leonardo Boff recebe prêmio da Ordem Franciscana por Ecologia Integral

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Leonardo Boff e Frei Massimo Fussarelli Ministro Geral dos Franciscanos.

Hoje, dia 30 de maio de 2025, a Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma, foi palco de um momento histórico e profundamente simbólico para toda a Família Franciscana: o teólogo brasileiro Leonardo Boff foi homenageado pela Ordem dos Frades Menores (OFM), franciscanos, por sua contribuição excepcional à causa da ecologia integral. Ele recebeu esse premio das mãos do Ministro Geral dos OFM, o Frei Massimo Fussarelli.

Esse reconhecimento, concedido em ocasião solene, destaca-se não apenas pela sua relevância simbólica, mas também pela autoridade espiritual e profética que carrega. Em tempos de múltiplas crises – climática, social, espiritual e civilizatória – a figura de Boff emerge como um dos grandes porta-vozes da esperança ativa, da fé encarnada e da justiça cósmica.

Homenagem na Pontifícia Universidade Antonianum, em Roma.

Um reconhecimento franciscano

A homenagem integra uma celebração ampla e significativa: os 800 anos do Cântico das Criaturas, de São Francisco de Assis, e os 10 anos da Encíclica Laudato Si’, do Papa Francisco. Em honra a esses dois marcos, a Ordem dos Frades Menores decidiu reconhecer, com distinção especial, cinco pessoas e organizações em todo o mundo que se destacam por seu compromisso concreto com a ecologia integral.

Entre os homenageados estão:

  • Sua Santidade Bartolomeu I, Patriarca Ecumênico de Constantinopla, figura de referência no diálogo inter-religioso e na defesa da Criação;

  • REPAM (Rede Eclesial Pan-Amazônica), símbolo de resistência e esperança nos territórios ameaçados da Amazônia;

  • Movimento Laudato Si’, expressão global da conversão ecológica e da mobilização profética;

  • E, com profunda reverência, Leonardo Boff, cuja vida e obra têm iluminado o caminho da ecoteologia, da libertação e da espiritualidade franciscana.

Boff: teologia com raízes na terra e olhos no céu

Leonardo Boff, hoje professor emérito da Universidade do Estado do Rio de Janeiro (UERJ), é autor de inúmeras obras de referência mundial, como “Grito da Terra, Grito dos Pobres” — uma síntese poderosa de ética, ecologia e espiritualidade — e “Jesus Cristo Libertador”, marco fundador da teologia da libertação. Com sua linguagem acessível e profunda, Boff denuncia as estruturas de dominação e propõe um novo pacto de convivência entre os seres humanos, a Terra e o Divino.

Inspirado pela mística de Francisco de Assis, Boff resgata a fraternidade universal não como um ideal romântico, mas como um chamado urgente à ação ética, política e espiritual. Sua obra aponta para a necessária superação do paradigma tecnocrático e consumista, propondo em seu lugar uma cultura do cuidado, da simplicidade e da reverência à vida.

A Casa Comum como horizonte franciscano

O prêmio da OFM a Leonardo Boff não é apenas uma homenagem pessoal — é o reconhecimento de uma trajetória que ecoa o espírito de Francisco: a escuta dos pobres, o amor pelas criaturas, a crítica profética ao poder que destrói e o anúncio de um novo modo de habitar o mundo.

Neste tempo sinodal e de grave emergência ecológica, a voz de Boff segue sendo um farol para a Igreja, para os movimentos sociais e para todos que buscam integrar espiritualidade, justiça e compromisso ecológico.

Ao reconhecer Leonardo Boff, a Ordem dos Frades Menores reafirma o chamado de São Francisco: “Louvado sejas, meu Senhor, por todas as tuas criaturas!” — e nos convida, mais uma vez, a sermos guardiões da vida e da Casa Comum.

Fonte: FalaChico.org

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