Na pandemia, a Igreja em São Paulo estende a mão a quem mais precisa

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Desde o começo da pandemia, muitas iniciativas caritativas e de promoção humana nas paróquias da Arquidiocese foram noticiadas pelo O SÃO PAULO.

Março de 2020. Diante dos incertos, mas já esperados, desafios pastorais que a pandemia de COVID-19 traria à Igreja em São Paulo, o Cardeal Odilo Pedro Scherer, Arcebispo Metropolitano, escreveu recomendações sobre a ação evangelizadora diante da nova realidade e fez um apelo: “Peço às paróquias e todas as organizações eclesiais que continuem e até multipliquem as ações em favor dos pobres e das organizações eclesiais que cuidam deles em nosso nome. Os pobres precisam continuar a comer, a se vestir, a se lavar, a usar remédio…”.

Desde então, o que se viu nestes 20 meses foi uma expansão das ações caritativas e de promoção humana nas paróquias e demais organismos da Igreja em São Paulo, desde a arrecadação de alimentos, roupas e produtos de higiene e limpeza, bem como mutirões para a produção de refeições e até projetos de capacitação profissional.

A seguir, listamos algumas dessas ações.

ANIMANDO A ESPERANÇA

Para facilitar a localização de paróquias e outras entidades que realizam ações em favor dos mais vulneráveis, foi desenvolvido ainda no primeiro semestre de 2020 o projeto “Animando a Esperança”, idealizado pelo Padre Lorenzo Nacheli. Por meio da plataforma https://animandoaesperanca.com, qualquer pessoa pode localizar os chamados “pontos de esperança” mais próximos de sua casa ou trabalho para entregar as doações. A compilação de tudo o que foi doado ao longo de 2020 – cestas básicas, refeições, roupas, máscaras e kits de higiene – apontou para um valor equivalente a R$ 71,3 milhões. Em 21 de maio deste ano, houve ainda o “Dia D de Combate à Fome”, promovido pela Arquidiocese de São Paulo e a Fundação Cásper Líbero. A iniciativa tornou mais conhecido o projeto “Animando a Esperança” e impulsionou que mais doações fossem feitas nas paróquias desde então.

CARITAS ARQUIDIOCESANA DE SÃO PAULO

Por meio de seus núcleos nas seis regiões episcopais, a Caritas Arquidiocesana de São Paulo também estendeu a mão às pessoas em situação de vulnerabilidade a fim de que tivessem o mínimo para a própria subsistência. Além disso, foram mantidas as ações em favor dos refugiados: doação de alimentos, roupas e itens de higiene, trâmite para emissão de documentos e capacitação profissional, por meio de atendimentos presenciais e remotos.

ARSENAL DA ESPERANÇA

Ao longo da pandemia, o Arsenal da Esperança, na Mooca, tem mantido os atendimentos e a hospedagem a homens em situação de vulnerabilidade social. Uma iniciativa marcante foi o isolamento social de mais de mil pessoas, durante 96 dias, entre março e junho de 2020 na primeira onda da pandemia no Brasil. Nesse período, foram preparadas e ser- vidas cerca de 200 mil refeições.

MISSÃO PAZ

Instalada no bairro do Glicério, a Missão Paz mantém trabalhos em favor dos migrantes. No início da pandemia, cerca de 80 pessoas, de 16 nacionalidades, ficaram em isolamento no local. Houve ainda iniciativas para a distribuição de cestas básicas. Na fase mais restritiva das interações presenciais, ações como as aulas de Português continuaram a ser dadas por voluntários por meio do WhatsApp. Atendimentos psicológicos também foram mantidos de modo on-line.

MISSÃO BELÉM

Tendo como foco resgatar a dignidade daqueles que se perderam nos vícios do álcool e das drogas e vivem pelas ruas, a Missão Belém manteve os atendidos em isolamento nos sítios de recuperação nas fases mais críticas da pandemia e também fez busca ativa pelas ruas de São Paulo daqueles que estavam mais doentes, os quais foram acolhidos no Edifício Nazaré, na Praça da Sé, e receberam o devido atendimento médico. No fim de julho e início de agosto deste ano, a Mis- são Belém também abriu as portas para acolher as pessoas em situação de rua durante os dias mais frios na cidade de São Paulo.

SEFRAS

Desde o começo da pandemia, o Serviço Franciscano de Solidariedade (Sefras), administrado pela Ordem dos Frades Menores, intensificou as ações caritativas em favor da população em situação de rua. Além da tradicional acolhida no espaço conhecido como “Chá do Padre”, na Praça da Sé, os franciscanos instalaram uma tenda no Largo São Francisco, tendo chegado a distribuir cerca de 2,4 mil refeições diárias à população em situação de rua e demais pessoas em situação de vulnerabilidade. Ainda hoje, aos sábados, por meio da ação “Unidos pela Solidariedade”, voluntários distribuem marmitas e água na região central.

ALIANÇA DE MISERICÓRDIA

A Aliança de Misericórdia, especialmente por meio da Casa Restaura-me, no Brás, tem sido um local de referência para a acolhida, alimentação, espaço de bem-estar e convívio para adultos em situação de rua durante a pandemia, e manteve as oficinas de preparação para o mundo do trabalho e geração de renda.

BOMPAR

Na pandemia, o Centro Social Nossa Senhora do Bom Parto (Bompar) intensificou as ações do Consultório na Rua, que, mantido em parceria com o poder público, proporciona atendimento médico preventivo e cuidados básicos à população em situação de rua na capital paulista. Além disso, o Bompar criou o projeto #SeparadosSomosMaisFortes, pelo qual obteve, apenas em 2020, a doação de mais de 40 mil peças de roupa, água e kits de higiene.

CASA DE ORAÇÃO DO POVO DA RUA

A Casa de Oração do Povo da Rua, mantida pela Arquidiocese no bairro da Luz, adaptou suas atividades na pandemia. Houve a ampliação da quantidade de marmitas e roupas levadas até as pessoas em situação de rua. Além disso, um dos ambientes foi transformado em padaria, para a produção de pães e bolinhos para o café da manhã distribuído em pontos da cidade. Com a ajuda de voluntários, muitas outras ações foram desenvolvidas, como a costura de ponches e sacos de dormir impermeáveis, feitos com tecido de guarda-chuvas usados. Quando o frio foi mais intenso na cidade, como ocorreu entre julho e agosto, o local abriu as portas para o pernoite dos “irmãos de rua”.

NAS PARÓQUIAS

Desde o começo da pandemia, muitas iniciativas caritativas e de promoção humana nas paróquias da Arquidiocese foram noticiadas pelo O SÃO PAULO.

SÃO MIGUEL ARCANJO (REGIÃO BELÉM)

A igreja, cujo Pároco é o Padre Júlio Lancellotti, Vigário Episcopal para a Pastoral do Povo da Rua, tem tradição na acolhida às pessoas em situação de rua e ampliou ações ao longo da pandemia, incluindo momentos de orientação sobre a correta higienização das mãos, distribuição de refeições e pernoite nos dias com temperaturas mais frias na cidade.

NOSSA SENHORA DA CONCEIÇÃO – SANTA IFIGÊNIA (REGIÃO SÉ)
Na fase mais crítica da pandemia, a Paróquia viabilizou a arrecadação e distribuição de cestas básicas a famílias de trabalhadores de comércios da região central, em especial as que vivem em ocupações em cortiços.

NOSSA SENHORA DOS REMÉDIOS (REGIÃO SÉ)
Desde o início da pandemia, têm ocorrido campanhas solidárias para obter doações de roupas, alimentos e outros itens que são destinados a cerca de 350 famílias em situação de vulnerabilidade e instituições que atuam em favor dos mais pobres, como a Missão Belém.

SÃO JUDAS TADEU (REGIÃO BRASILÂNDIA)
Em junho de 2020, a Paróquia inaugurou a Padaria Santa Dulce dos Pobres. A produção inicial, a cada quarta-feira, era de dezenas de pães, distribuídos às pessoas em situação de vulnerabilidade.

SAGRADO CORAÇÃO DE JESUS (REGIÃO LAPA)
Durante a pandemia, os paroquianos intensificaram a ação “Panelão do Bem”, que é promovida desde 2018 pela igreja localizada no Parque Continental. Cerca de 30 voluntários, entre jovens e adultos, uma vez por mês preparam cerca de 200 marmitas que são distribuídas na região da Ceagesp.

SENHOR BOM JESUS DOS PASSOS (REGIÃO SÉ)
Toda sexta-feira e sábado, no começo da noite, em frente à igreja na Praça Portugal, em Pinheiros, é oferecido o “Rango do Bom Jesus”, iniciativa do Padre Vitor Bertoli, Pároco, e dos leigos. No auge da pandemia, foram cerca de 300 marmitas por noite. A maioria dos beneficiados mora em ocupações ou são os trabalhadores que atuam como entregadores por aplicativo.

NOSSA SENHORA DAS GRAÇAS (REGIÃO IPIRANGA)
Especialmente durante as noites mais frias no meio deste ano, os paroquianos levaram bebidas quentes, cobertores e agasalhos às pessoas em situação de rua nas proximidades das estações Jabaquara e Conceição do Metrô, na zona Sul da cidade.

NOSSA SENHORA DE FÁTIMA (REGIÃO LAPA)

A igreja na Vila Leopoldina já realizava, antes da pandemia, a distribuição de cestas básicas a famílias em situação de vulnerabilidade. Surgiram mais duas iniciativas: na Comunidade São Joaquim e Sant’Ana, a preparação e distribuição de refeições prontas aos sábados e domingos para as pessoas em situação de rua; e, na matriz paroquial, outra equipe tem feito cerca de cem pratos de sopa às segundas-feiras, e os distribui nas proximidades da Companhia de Entrepostos e Armazéns Gerais de São Paulo (Ceagesp), em algumas ruas da Lapa e embaixo do “Minhocão”.

NOSSA SENHORA DO BRASIL (REGIÃO SÉ)

Desde abril de 2020, os paroquianos e voluntários, estimulados pelo Pá- roco, Padre Michelino Roberto, têm se engajado em várias frentes de ação na associação Cor Unum: arrecadação e distribuição de alimentos, roupas e itens de higiene; orientações jurídica e de saúde; além de mentoria para que os atendidos alcancem autonomia financeira.

SÃO FRANCISCO DE ASSIS (REGIÃO BRASILÂNDIA)

Desde de 2020, os fiéis da matriz e da Comunidade Nossa Senhora Aparecida têm se mobilizado para arrecadar alimentos e preparar refeições que são distribuídas aos sábados a pessoas em situação de vulnerabilidade. Em 8 de maio, por exemplo, foram ofertadas 165 marmitas nos bairros do Jardim Carumbé e Capadócia.

SANTO ALBERTO MAGNO (LAPA)

O trabalho caritativo ampliado na pandemia tem ajudado mensalmente cerca de 600 famílias com doações de cestas básicas, leite, ovos e roupas.

SANTA CRUZ (REGIÃO SANTANA)

No segundo semestre de 2020, foi criada a Pastoral da Solidariedade Guanelliana, que regularmente promove ações voltadas às pessoas em situação de rua. Essa pastoral leva a eles não só alimentos, roupas e cobertores, mas também orientação espiritual, com a partilha da Palavra de Deus.

Fonte: Semanário da Arquidiocese de São Paulo

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