O convite do Papa para amar a Igreja

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“Exorto-vos a amar a Igreja do Senhor”, este foi o convite do Papa Francisco no final da audiência geral da quarta-feira (18), dia da Dedicação da Basílica de São Pedro no Vaticano e da Basílica de São Paulo na Via Ostiense. “Esta festa que destaca o significado da igreja, edifício sagrado onde os fiéis se reúnem”, disse o Papa, “eleva em todos nós a consciência de que cada um é chamado a ser um templo vivo de Deus”, cooperando “com generosidade e entusiasmo” na “construção da Casa do Senhor, a morada do Altíssimo entre nós”.

Amar a Igreja é uma característica dos que creem, dos que estão nela como uma família, a família de Deus. Em uma catequese de 29 de maio de 2013, Francisco lembrou que o desígnio de Deus “é fazer de todos nós uma única família de Seus filhos, na qual cada um o sinta próximo e amado por Ele”. A Igreja “não é uma organização”, mas “é obra de Deus” que nasce da Cruz “do lado aberto de Jesus, de onde jorram sangue e água, símbolos dos Sacramentos da Eucaristia e do Batismo” e se manifesta no Pentecostes, quando “o dom do Espírito Santo enche o coração dos Apóstolos, impelindo-os a sair e a começar a percorrer o caminho para anunciar o Evangelho, para difundir o amor de Deus”.

Aos que dizem “Cristo sim, a Igreja não”, Francisco responde: “Mas é precisamente a Igreja que nos traz Cristo e que nos leva a Deus; a Igreja é a grande família dos filhos de Deus. Sem dúvida, ela também tem aspectos humanos; naqueles que a compõem, Pastores e fiéis, existem defeitos, imperfeições e pecados; até o Papa os tem, e tem tantos, mas é bom saber que quando nos damos conta que somos pecadores, encontramos a misericórdia de Deus, que perdoa sempre”.

“Precisamente porque nos gera para a vida nova e nos leva a Cristo – afirma o Papa – a Igreja é nossa mãe; por isso devemos amá-la, mesmo quando vislumbramos no seu rosto as rugas da fragilidade e do pecado, e devemos contribuir para a tornar cada vez mais bela e luminosa, para que possa ser um testemunho do amor de Deus no mundo” (Mensagem para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações, 31 de janeiro de 2019).

O Papa nos convida a amar e defender a Igreja como amamos e defendemos nossas famílias, mesmo quando pais, irmãos, irmãs ou filhos têm defeitos e problemas e cometem erros. Como um exemplo de amor à Igreja, o Papa uma vez citou o Padre Pio:

“Ele amou a Igreja, com os numerosos problemas que a Igreja tem, com muitas adversidades, com tantos pecadores. Porque a Igreja é santa, é a esposa de Cristo, mas nós, os filhos da Igreja somos todos pecadores — e alguns grandes! — mas ele amou a Igreja tal como era, não a destruiu com a língua, como agora está na moda fazer. Não! Ele ama. Aquele que ama a Igreja sabe perdoar, porque sabe que ele próprio é pecador e necessita do perdão de Deus. Sabe consertar as coisas, porque o Senhor quer ajeitar bem as coisas, mas sempre com o perdão: não se pode viver uma vida inteira acusando, acusando, acusando a Igreja. De quem é o papel de acusador? Quem é aquele que a Bíblia chama o grande acusador? O diabo! E aqueles que passam a vida acusando, acusando, acusando, são — não diria filhos, porque o diabo não os tem — mas amigos, primos, parentes do diabo. Mas não, isto não está bem, os defeitos devem ser assinalados para serem corrigidos, mas no momento em que se indicam os defeitos, se denunciam os defeitos, ama-se a Igreja. Sem amor, isto é do diabo” (Discurso aos peregrinos da Arquidiocese de Benevento, 20 de fevereiro de 2019)

O diabo age para destruir a unidade de uma família. O Papa disse isso muitas vezes: satanás quer dividir os irmãos, que dividir a Igreja para a separar de Deus. E muitas vezes o maior perigo vem de dentro e não de fora: “A autodestruição ou o ‘fogo amigo’ é o perigo mais insidioso. É o mal que fere a partir de dentro” (Discurso à Cúria Romana, 22 de dezembro de 2014)

A guerra do diabo “é uma guerra suja” e nós “ingênuos fazemos o jogo dele” (Missa na Casa Santa Marta, 12 de setembro de 2016). “O diabo quer criar a guerra interna, uma espécie de guerra civil e espiritual. Uma guerra que não se faz com as armas que nós conhecemos: se faz com a língua” (Homilia para a Gendarmaria Vaticana, 28 de setembro de 2013). A esta guerra, guerra de acusações, de ódio e mentiras, afirma Francisco, só se pode responder com oração e amor: rezar pela Igreja e amá-la porque “Jesus Cristo e a Igreja são uma coisa só” (Audiência Geral de 29 de maio de 2013).

Fonte: Vatican News

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