Servo de Deus Lino de Parma

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Sacerdote da Primeira Ordem (1866-1924)

Quando os superiores da Ordem Franciscana pediram diretrizes para seu trabalho apostólico neste nosso século XX, Paulo VI respondeu: “O Padre Lino de Parma é um destes… Sigam seu exemplo”. Com estas palavras o Papa, praticamente reconheceu a heroicidade das virtudes de Padre Lino de Parma. O povo de Parma nunca viu outro como aquele pobre frade de pés inchados e costas encurvadas. Não tinha nascido em Parma, alguém que tivesse conhecido tão bem como ele o espírito dos parmesanos.

Entrava nas casas de todos e de todos recebia confidências. Não era letrado mas gozava da amizade dos sábios. Era pobre, mas era chamado às casas dos ricos, onde conseguia recursos para ajudar os pobres. Para os miseráveis era um irmão e para os desesperados uma esperança. Tinha algo que o distinguia dos demais: era a caridade, uma caridade sempre serena e festiva que o converteu em profeta e precursor de tempos novos.

O Padre Lino viveu 57 anos, de 30 de agosto de 1866 a 14 de maio de 1924. De seu pai, João Maupas, de Spalato – Dalmácia, tinha herdado a nobreza de linhagem; de sua mãe, Rosa Marini, a bondade e a gentileza de ânimo. O pai desejava que seu filho fosse advogado, mas ele de sua parte escolheu a vida religiosa franciscana.

Gentileza e bondade foram as características do apostolado do padre Lino, um apóstolo de amor que atuou ininterruptamente por 30 anos na cidade de Parma. Sua primeira experiência foi a Parma velha, o Oltretorrente com seus velhos bairros, gente pobre e turbulenta. Suas ruas estreitas e mal empedradas, marcadas por crianças magras e esfarrapadas; suas casas pobres, privadas de sol e amontoadas de famílias; os numerosos esconderijos, refúgio de pessoas suspeitas e procuradas pela polícia; os albergues escuros e mal reputados, sempre cheios de bêbados e pessoas briguentas; foram o campo do apostolado difícil mas cheio de muitas satisfações do Padre Lino.

O convento da Anunciatura era o centro irradiador de toda sua atividade assistencial e social para o qual se preparou com a oração intensa. Os primeiros amigos foram os meninos que se esforçou para levá-los à Deus. Sempre conversava com os mais pobres e estes o cercavam e viam sempre nele um amigo, um autêntico pai. Tempos confusos eram aqueles e em meio do furacão ele se mostrou como o verdadeiro portador da paz e da concórdia. Parma foi toda sua.

Foi amigo dos prisioneiros, a quem visitava diariamente, estava em meio dos revoltosos para levar a paz, em meio dos que estavam em processo de correção, a quem chamava “meus valentes filhinhos”. O florescimento dos episódios que embelezaram seu apostolado é múltiplo e interessantíssimo e nos mostra a sua alma. O Padre Lino morreu mártir da caridade depois de uma rechaça da fábrica de pastas Barilla, que não quis acolher a um de seus protegidos. Digno selo de uma vida tecida de amor para com Deus e para com os Irmãos.

Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.

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