São Pascoal Bailão, teólogo da Eucaristia

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Religioso da Primeira Ordem (1540-1592). Canonizado por Alexandre VIII no dia 16 de outubro de 1690.

Nasceu em Torre Hermosa, no reino de Aragão, na Espanha, filho de Martinho Bailão e Isabel Jubera, a 16 de maio de 1540, festa de Pentecostes, chamada de Páscoa cor de rosa, daí chamar-se Pascoal. Provinha de uma família numerosa, pobre e humilde, na qual se vivia, no entanto, profundo espírito religioso, devido à mãe que era devotíssima da Eucaristia. Biógrafos dizem também que era muito generosa em dar esmolas aos pobres.

Quando completou 18 anos, em Monteforte del Cid, veio a conhecer os franciscanos do convento de Santa Maria de Loreto. Pensava em poder realizar seu sonho de se tornar religioso. Como isso ainda não lhe era possível aceitou de realizar o trabalho de pastor junto a um rico proprietário de ovelhas, Martino Garcia, que lhe dava a permissão de frequentar o Santuário Mariano e residir junto ao convento franciscano. Enquanto pastoreava não muito distante do convento caía em êxtase ao som do sino que anunciava a elevação no momento da consagração . Por fim, a 2 de fevereiro de 1564, já com fama de santidade, pode vestir o hábito franciscano e, no ano seguinte, fazer sua profissão religiosa no convento dos frades alcantarinos de Orito, onde permaneceu até 1573, dedicando-se a tarefas muito humildes, de modo particular ao mister de porteiro.

Muito estimado pela vida de austeridade que levava e favorecido por dons do Espírito Santo, entre os quais do dom da sabedoria infusa, o iletrado Pascoal – que tinha aprendido a ler enquanto pastoreava o rebanho e depois conseguiu apenas escrever alguma coisa, era procurado por pessoas eruditas que vinham se aconselhar com ele. De 1573 até 1589, sua vida transcorreu em diferentes conventos da província de Alicante, passando depois para a Província de Castellon, no convento de Vila Real.

Mereceu ele receber o codinome de “teólogo da eucaristia”, não somente por ter resolvido as questões dos adversários na França, mas também pela coletânea de escritos que deixou a respeito do Sacramento da Eucaristia que foi sempre o centro de sua intensa vida espiritual e a marca mais evidente de sua vida. Estando sempre à disposição dos confrades e dos que batiam à porta do convento, Pascoal, além disso, continuava a infligir-se penitências e com isto debilitou sua saúde até o limite de capacidade de resistência.

Sua santidade foi confirmada por muitos milagres que espalharam sua fama por todo o mundo católico. Vinte e seis anos depois, no dia 29 de outubro de 1618, era proclamado bem-aventurado (beato) por Paulo V e a 16 de outubro de 1690, canonizado por Alexandre VIII.

O Papa Leão XIII, no dia 26 de novembro de 1897, proclamou-o patrono das devoções eucarísticas e, pouco depois, também dos congressos eucarísticos internacionais. Na ocasião ele afirmou:

Para animar os católicos a professar valentemente sua fé e a praticar as virtudes cristãs, nenhum meio mais eficaz que o que consiste em alimentar e aumentar a piedade do povo até aquela admirável prova de amor, laço de paz e de unidade, que é o sacramento da Eucaristia.

Entre aqueles cuja piedade para com este sublime mistério da fé se manifestou visivelmente com mais vívido fervor, Pascoal Bailão ocupa o primeiro lugar. Dotado de natureza por um delicado cuidado às coisas celestiais, depois de haver passado santamente a juventude cuidando do rebanho, abraçou uma vida mais severa na Ordem dos Frades Menores e mereceu, por suas meditações sobre o convite eucarístico, adquirir a ciência relativa a ela, até o momento em que aquele homem, desprovido de noções e aptidões literárias, foi capaz de responder as perguntas sobre as mais difíceis questões da fé e até escrever livros piedosos. Pública e abertamente professou a verdade da Eucaristia entre os hereges, e por eles teve que passar por graves provas.

Cremos, pois, que as Associações Eucarísticas não podem ser confiadas a um melhor patrono. Cheios de confiança, fazemos votos de que os exemplos deste santo deem por fruto o aumento daqueles que, no povo cristão, dirigem cada dia seu cuidado, suas intenções e seu amor a Cristo Salvador, princípio mais alto e mais majestoso de toda salvação.

Fonte: Província Franciscana

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