Objetos são tombados pelo Iphan e estavam entre as 11 imagens levadas do convento de Santo Antônio, em novembro de 2009.
Cinco obras sacras históricas dos séculos 17 e 18 foram devolvidas, nesta terça (16), aos responsáveis pelo Convento de Santo Antônio, no Recife, 13 anos após serem furtadas. A devolução dos objetos tombados pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan) foi feita pela Justiça Federal em Pernambuco (JFPE).
As peças estavam em meio as 11 furtadas do convento em novembro de 2009, entre imagens sacras e material litúrgico. Alguns desse objetos estavam na casa de um dono de antiquário e foram recuperados em 2016 pela Polícia Federal. Desde então, estavam com a Justiça Federal.
Entre as obras devolvidas nesta terça estão uma imagem de Santo Antônio pequena, medindo 57 centímetros, uma imagem maior de Santo Antônio maior, de 76 centímetros, e uma estátua de Nossa Senhora do Rosário, de 93 centímetros.
Além das imagens, foram devolvidos outros objetos, como escultura de madeira, castiçais e livros em diversos idiomas.
Castiçal está entre objetos devolvidos ao convento pela Justiça Federal — Foto: Divulgação/Justiça Federal
Os bens recuperados foram entregues pela magistrada titular da 36ª Vara da Justiça Federal, Carolina Malta, ao frei guardião do Convento Santo Antônio do Recife, Edilson Maurício dos Santos, e ao frei Roberto Soares de Oliveira, coordenador do Serviço do Patrimônio Histórico da Província Franciscana de Santo Antônio do Brasil.
Onze peças foram furtadas do convento em novembro de 2009. Uma operação realizada pela Polícia Federal em 2016 recuperou as imagens sacras de Santo Antônio e de Nossa Senhora do Rosário (veja vídeo acima).
Sete dias depois, o homem acusado do crime, que morreu em 2011, devolveu espontaneamente a imagem menor de Santo Antônio à Polícia Federal.
Segundo as investigações, ele disse que tinha livre acesso a dependências do convento por causa da sua proximidade com frei Francisco Fernando da Silva. Ele também declarou que vendeu as três imagens a Carlos Benevides, que era proprietário de um antiquário.
O proprietário do antiquário foi acusado e condenado a três anos, sete meses e seis dias de prisão pelo crime de receptação qualificada. A pena foi cumprida em regime aberto, substituída por duas penas restritivas de direitos, além de multa.
O processo transitou em julgado no dia 15 de setembro de 2021, quando a Justiça determinou a devolução dos bens históricos ao convento, após concordância do Ministério Público Federal (MPF).