Sacerdote da Primeira Ordem (1844-1890).
Beatificado por São João XIII no dia 12 de novembro de 1961.
Inocêncio, filho de Pedro Scalvinoni e de Francisca Poli, nasceu no dia 19 de março de 1844 em Valcamonica (Brescia), no batismo foi chamado João. Ele ficou órfão cedo de pai. Entrou para o seminário e foi ordenado sacerdote em 02 de junho de 1867. Coadjutor da paróquia, distinguiu-se pelo seu desapego das coisas, presença regular no confessionário e sua caridade para com os pobres, cuidar dos doentes e pregação humilde.
Nomeado pelo seu bispo vice-reitor do Seminário, um ano mais tarde foi novamente destinado ao trabalho pastoral paroquial em Berzo, onde desenvolveu uma intensa atividade apostólica, baseada na oração, bom exemplo e uma pregação simples e paternal, acompanhamento individual às pessoas para conduzi-las a Deus. Mas o Senhor o chamava para uma vida mais austera. Após a preparação espiritual mais intensa, superando muitas dificuldades, pediu para ser admitido entre os Frades Menores Capuchinhos, onde ingressou em 1874, com o nome de Frei Inocêncio, quando tinha 30 anos.
Viveu em Albino. Depois, foi para o convento da Santíssima Anunciata, como vice mestre de noviços. Em 1880, foi-lhe confiada à redação dos Anais Franciscanos, em Milão. Partiu para Crema, levando, por toda a parte, o brilho da sua santidade. Transferido outra vez para o convento da Santíssima Anunciata. Encontrou, no eremitério do Convento, a forma de se submergir na união com Deus que era própria do seu temperamento, de saciar a sua ânsia de sacrifício, de penitência e vida escondida. Seu ideal era atuar sem estar em evidência, o exercício de prolongadas horas de oração e contemplação, desempenhar os mais humildes serviços do Convento, tais como, pedir esmola de porta em porta com a pregação do bom exemplo e de boas palavras. A beleza da sua alma transparecia em todas estas manifestações.
Pregou retiros aos seus irmãos, a quem inundava com a abundância do seu espírito seráfico. Neste ministério da pregação teve de fazer muita violência sobre si mesmo, sobretudo, porque não se considerava capaz.
Morreu com 46 anos de idade, aos 3 de março de 1890, na enfermaria do convento de Bergamo, quando estava pregando retiro aos seus irmãos. O Senhor chamou a Si o servo bom e fiel que viveu na humildade e na pobreza. Os seus conterrâneos de Berzo reclamaram para si o seu corpo. Os documentos mais valiosos da sua vida são os seus escritos, especialmente, os seus Diários, onde apresenta longa série de ditos dos Santos com os quais alimentava especialmente o seu espírito. A sua devoção era o Santíssimo Sacramento e a Via Sacra.
Em 1961, aos 12 de novembro, o Papa São João XXIII inscreveu-o no Catálogo dos Beatos. No discurso da sua beatificação, o Sumo Pontífice afirmou: “eis aqui um santo original que exteriormente não faz história, que não tem coisas para se contar, que se move no meio de acontecimentos sem importância, mas que é precisamente um santo moderno, um santo para o nosso tempo; quer porque viveu entre nós, quer porque é um modelo de oração e de austeridade”.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.