Conheça a história da Irmã Maria Cibaíbo Ossemer

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Vivemos em um mundo plural, isso é fato. Nossa colonização foi sim muito invasiva e perturbadora, mas também gerou miscigenação e compartilhamento de cultura. Na antiga Grécia o termo “Pólis” definia as chamadas “cidades-estado”, que eram núcleos político-administrativos autônomos e independentes, e foram fundamentais para a expansão grega.

Por aqui, em terras tupiniquins, a colonização e nossa cidade contou com a ajuda fundamental das “3 Marias”, irmãs franciscanas catarinenses que vieram para atuar na recém-fundada comunidade de Rondonópolis. Além dos serviços religiosos (católicos) as irmãs atuavam na educação, fundando a escola Sagrado Coração de Jesus. Uma dessas freiras trabalhou muito diretamente com os índios Bóe que habitavam a região, que vieram a ser batizados pelo homem “branco” de Bororos: a irmã Maria Cibaíbo Ossemer. Cibaíbo é um termo indígena que significa “arara vermelha”.

Imagem: Irma Maria Cibaibo Ossemer Conheça a história da irmã Maria Cibaíbo Ossemer

No livro “Irmã Maria Cibaíbo Ossemer: uma missionária franciscana entre os índios Bóe-Bororo de Mato Grosso”, de autoria do Doutor em Ciências Sociais, e também formado em Antropologia, Sociologia, Ciência Política, História e Educação, Paulo Augusto Mário Isaac. É bem verdade que o processo colonizador impõe uma invasão cultural do colonizador sobre o colonizado, mas permite no processo uma absorção daquele pela cultura deste. Os indígenas absorveram bastante da cultura do europeu, mas também deixou seu legado cultural.

No Estado de Mato Grosso podemos ver esse reflexo no nome de cidades como Cuiabá, Jaciara, Canarana e Poconé, por exemplo. Você sabia que algumas de nossas delícias culinárias nos foram ensinadas por eles? Paçoca, beiju de mandioca, tacacá, chimarrão, pamonha (ahhhhh pamonha…), pirão, bolo de milho, banana assada, tucupi e canjica são exemplos dessa gastronomia compartilhada.

E tem coisa melhor que compartilhar a cultura e o conhecimento? A miscigenação nos fez fortes e tão variados, plurais. O preconceito e a discriminação são fruto da ignorância. A partir do momento que me identifico com o grupo “A” e identifico o outro como membro do grupo “B”, abro uma breja por onde todo tipo de vilipendiação pode entrar. Na verdade todos nós temos um pouco do povo europeu (bem pouco), um pouco do povo negro (51%) e um pouco do povo indígena (39%). Somos essa mistura, do sangue à música, e até na hora de servir a mesa.

O livro indicado nessa semana nos mostra como foi esse compartilhamento cultural no Estado de Mato Grosso e principalmente em Rondonópolis, terra que homenageia o Marechal Cândido Mariano da Silva Rondon, um ferrenho defensor da proteção e manutenção dos povos indígenas e sua cultura. E você, está pronto para encher sua mala de curiosidade e, deixando a ignorância, o preconceito e a discriminação para trás, partir em uma fantástica busca por conhecimento? Sejamos buscadores, procurando sempre, sempre…

Fontes: AGORA MT

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