Dia Mundial do Meio Ambiente: “Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra”

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Papa Francisco na Carta Encíclica Laudato Si nos convoca para que cuidemos de “Nossa Casa Comum”, a “Irmã e Mãe Terra”. Diz Ele:
Esta irmã clama contra o mal que lhe provocamos por causa do uso irresponsável e do abuso dos bens que Deus nela colocou. Crescemos a pensar que éramos seus proprietários e dominadores, autorizados a saqueá-la. A violência, que está no coração humano ferido pelo pecado, vislumbra-se nos sintomas de doença que notamos no solo, na água, no ar e nos seres vivos. (Nº 02)

A Carta Encíclica “LAUDATO SI” – Louvado Seja – foi inspirada em São Francisco de Assis. Afirma Papa Francisco:
Não quero prosseguir esta encíclica sem invocar um modelo belo e motivador. Tomei o seu nome por guia e inspiração, no momento da minha eleição para Bispo de Roma. Acho que Francisco é o exemplo por excelência do cuidado pelo que é frágil e por uma ecologia integral, vivida com alegria e autenticidade. É o santo padroeiro de todos os que estudam e trabalham no campo da ecologia, amado também por muitos que não são cristãos. Manifestou uma atenção particular pela criação de Deus e pelos mais pobres e abandonados. Amava e era amado pela sua alegria, a sua dedicação generosa, o seu coração universal. Era um místico e um peregrino que vivia com simplicidade e numa maravilhosa harmonia com Deus, com os outros, com a natureza e consigo mesmo. Nele se nota até que ponto são inseparáveis a preocupação pela natureza, a justiça para com os pobres, o empenhamento na sociedade e a paz interior. (Nº 10)

Papa Francisco é firme em sua exortação e lembra-nos que “Esquecemo-nos de que nós mesmos somos terra” (cf. Gn 2, 7). “O nosso corpo é constituído pelos elementos do planeta; o seu ar permite-nos respirar, e a sua água vivifica-nos e restaura-nos”. (Nº 02) Evidente que há muitas pessoas que não se esqueceram disso e amam, preservam e cuidam da Terra e de todas as Criaturas de Deus. O Papa sabe disso e afirma acreditar que “A humanidade possui ainda a capacidade de colaborar na construção da nossa casa comum”. (Nº 13) Papa Francisco afirma gratidão às pessoas que cuidam da “Casa Comum”:

Desejo agradecer, encorajar e manifestar apreço a quantos, nos mais variados sectores da atividade humana, estão a trabalhar para garantir a proteção da casa que partilhamos. Uma especial gratidão é devida àqueles que lutam, com vigor, por resolver as dramáticas consequências da degradação ambiental na vida dos mais pobres do mundo. (Nº 13)
Papa Francisco nos impulsiona a repensar nosso comportamento. Cada um precisa dar resposta e encontrar grandes ou pequenas soluções para declarar amor ao planeta e agradar a Deus-Criador que não desiste de nós, Criaturas. Ele afirma:
O urgente desafio de proteger a nossa casa comum inclui a preocupação de unir toda a família humana na busca de um desenvolvimento sustentável e integral, pois sabemos que as coisas podem mudar. O Criador não nos abandona, nunca recua no seu projeto de amor, nem Se arrepende de nos ter criado. (Nº 13)

A Carta Encíclica Laudato Si está dividida em seis Capítulos. Papa Francisco nos apresenta em cada um, pontos de urgências sobre os graves maus tratos ao Planeta, que é autodestruição de nós mesmos. Temos sido como São Francisco? Optamos pela simplicidade e pela harmonia com Deus, com os irmãos, com a natureza e conosco mesmos? Vamos nos interrogar a partir de cada capítulo da Carta-Encíclica:

O que está a acontecer à nossa casa (Nº 17 – Nº 61)
– Somos exemplo de preservação, responsabilidade e cuidado com a Casa Comum?
– Colaboramos na coleta seletiva do lixo?
– A água é um bem “precioso e casto” encontrando alternativas para não esbanjá-la?
– Como é nossa relação com as árvores, as plantas, os animais, a biodiversidade?
– Os rios, o que estamos fazendo para que não se tornem depósitos de lixos?
– Buscamos alternativas de reciclagem para as garrafas pet, óleos usados, pneus, peças eletrônicas e outras coisas que não achamos mais necessárias?

O evangelho da Criação (Nº 62 – Nº 100)
– Nossa fé nos faz ser diferentes propulsionando a defesa radical da vida?
– Compreendemos que a Fé pode e deve iluminar a ciência, a arte, a cultura, a educação para que em unidade construam uma ecologia que nos permita reparar tudo o que temos destruído?
– Compreendemos que toda a natureza, além de manifestar Deus, é lugar da sua presença?

A raiz humana da crise ecológica (Nº 101 – Nº 136)
– Temos consciência de que nossas ações cotidianas, por mais simples que sejam, podem colaborar com a destruição da Criação?
– Nosso estilo de vida está em sintonia com o Projeto do Criador ou estamos sendo Criaturas desordenadas?
– Temos nos empenhado para educar para a cultura da preservação?

Uma ecologia integral (Nº 137 – Nº 162)
– Preservamos a dignidade da vida humana?
– Cuidamos para que nossa convivência não cause lesão à solidariedade, à amizade cívica?
– Nosso comportamento nos grupos sociais tem sido de exemplo de preservação da vida de todas as Criaturas?
– Os pobres têm sido nossa prioridade?
– Temos lutado para que as Políticas Públicas sejam políticas de igualdade social?

Algumas linhas de orientação e ação (Nº 163 – Nº 201)
– Quais ações e estratégias pensar e praticar, para que nossa existência não seja de destruição de “nossa Casa Comum”?
– Estamos empenhados na prática da reciclagem, do reaproveitamento, do controle do consumo desnecessário?
– O que temos para aprender com São Francisco de Assis?

O diálogo sobre o meio ambiente na política internacional (Nº 202 – Nº 245)
– Como nos libertar do estilo de vida consumista que nos afasta da essência humana?
– Estamos conscientes de que o consumismo desenfreado é um dos geradores dos mecanismos de destruição do planeta?
– Testemunhamos a alegria da esperança que pode nos levar à reconstrução da nossa casa comum assim como diz-nos o Senhor: “Eis que renovo todas as coisas” (Ap. 21, 5)

 

 

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