Em outubro, título de Cidadã Feirense foi concedido à Irmã Dulce, a Santa dos Pobres

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Em 1988, Irmã Dulce teve seu nome indicado para o prêmio Nobel da Paz pelo presidente do País, José Sarney, apoiado pela rainha da Suécia

Proclamada Santa pela Igreja Católica em 2019, bem antes disso ela foi homenageada em Feira de Santana, em outubro de 1985, com o título de Cidadã Feirense. Em cerimônia realizada no Vaticano, na Itália, o Papa Francisco presidiu a solenidade de canonização de Maria Rita de Souza Brito Lopes Pontes, a Irmã Dulce, tornando-a a venerada Santa Dulce dos Pobres. E essa consagração, que no dia 13 deste mês completa cinco anos, tem relação histórica com outro evento ocorrido no mesmo mês, só que em 1985, portanto há 39 anos, aqui em Feira de Santana.

Em 25 de outubro de 1985, a Câmara Municipal reunia-se, respeitosamente, para consagrar a Irmã Dulce com o título de Cidadã Feirense, outorga oriunda da Resolução número 166, de 20 de novembro de 1984, mediante proposição do vereador Flantildes Ribeiro Oliveira. Durante a solenidade, homenageada pelo trabalho exponencial em benefício das pessoas necessitadas, ela, muito humilde e simples, resumiu: “Não somos mais do que meros trabalhadores da vontade divina”.

E, na verdade, essa foi a missão desempenhada por Irmã Dulce na sua vida material: trabalhar como serva de Deus. Nascida em Salvador em 26 de maio de 1914, filha do casal Augusto Lopes Ponte — dentista e professor da Universidade Federal da Bahia (UFBA) — e Dulce Maria de Souza Brito Lopes Pontes, desde criança ela demonstrou desejo de seguir a vida religiosa. Rezava muito pedindo um sinal que decidisse o seu futuro, ainda sem saber se deveria ou não seguir sua vocação tão aflorada já na infância.

À princípio, não pôde ingressar no Convento de Santa Clara pela idade. Tinha apenas 13 anos. Em 8 de fevereiro de 1932, formou-se professora e, no ano seguinte, estava na Congregação das Irmãs Missionárias da Imaculada Conceição da Mãe de Deus, em São Cristóvão, Sergipe. Em 13 de agosto de 1933, fez seus votos perpétuos, tornando-se freira com o nome de Irmã Dulce, em homenagem à sua mãe, Dulce Maria.

Um ano depois, em 1934, voltou para Salvador, onde permaneceu até o final da vida, de intensa atividade, nunca para si, e sim para os outros, numa rara demonstração de amor fraterno. Com apenas 22 anos, em 1936, ela fundou a União Operária São Francisco. Também teve participação vital na fundação do Colégio Santo Antônio para atender famílias de operários e do albergue para doentes, depois transformado no Hospital Santo Antônio. Em 1939, inaugurou o Colégio Santo Antônio.

Incessante em sua ação em favor dos pobres, em 1949, ela transformou em albergue o galinheiro do Convento Santo Antônio. Em 1960, foi inaugurado o albergue, depois Hospital Santo Antônio. As Obras Sociais da Irmã Dulce tornaram-se referência no país e, em 1980, o Papa João Paulo, em sua primeira visita ao Brasil, concedeu-lhe bênção especial.

Em 1988, Irmã Dulce teve seu nome indicado para o prêmio Nobel da Paz pelo presidente do País, José Sarney, apoiado pela rainha da Suécia. O Papa João Paulo II reconheceu-a em 2000 como Serva de Deus. Em 2001, foi eleita a Religiosa do Século XX. Em 2014, foi instituído pelo governador Jaques Wagner o Dia Estadual em Memória à Bem-Aventurada Dulce dos Pobres, comemorado em 13 de agosto.

No dia 13 de outubro de 2019, Irmã Dulce foi proclamada santa pela Igreja Católica em cerimônia presidida pelo Papa Francisco. Assim, “o anjo bom da Bahia” tornou-se a “primeira santa brasileira da nossa época”, como disse o Arcebispo Primaz do Brasil, Dom Murilo Krieger. O Anjo Bom da Bahia faleceu aos 77 anos de idade, no dia 13 de março de 1992, mas vale lembrar a sua carismática história e a sua ligação com a Princesa do Sertão, da qual é cidadã, para a felicidade e orgulho dos que são filhos desta terra.

Por: Zadir Marques Porto

Fonte: feiradesantana.ba.gov.br

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