Francisclareando – Ficar com Jesus para anunciar o Reino

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O mês de outubro nos remete ao que faz parte da essência da Igreja – a missão: “Subiu ao monte e chamou os que ele quis para que ficassem com Ele e para enviá-los a pregar com poder para expulsar os demônios” (Mc 3,13s). O chamado, fruto de uma noite de oração, é para “ficar com Ele” e, tem como consequência participar de sua missão: anunciar o Reino, “limpando o terreno” para torná-lo visível. Para responder ao envio continua imprescindível: Subir ao monte e escutar o chamado para ficar com Jesus (única maneira de conhecê-lo profundamente, conhecer seu projeto), para ser enviadas/os a pregar (anunciar o Reino) e expulsar demônios, que não nos deixam ver o Reino presente entre nós.

Clara nos dá preciosas indicações sobre como ficar com Jesus: “Ame com todo coração a Deus e a seu filho Jesus, crucificado … Trate de meditar sempre nos mistérios da cruz e nas dores de sua Mãe que estava ao pé da cruz. Ore e vigie sempre. Complete apaixonadamente a obra que você começou bem e dê conta do serviço que você assumiu na santa pobreza e na humildade sincera” (cf Er 11-14)

E ainda: Ponha a mente no espelho da eternidade, coloque a alma no esplendor da glória. Ponha o coração na figura da substância divina e transforme-se inteira, pela contemplação, na imagem da divindade (3In 12s). “Olhe dentro desse espelho todos os dias, ó rainha, esposa de Jesus Cristo, e espelhe nele, sem cessar, o seu rosto … Preste atenção no princípio do espelho: a pobreza daquele que, envolto em panos, foi posto no presépio … No meio do espelho, considere a humildade, ou pelo menos a bem-aventurada pobreza, as fadigas sem conta e as penas que suportou pela redenção do gênero humano. E, no fim desse mesmo espelho, contemple a caridade inefável com que quis padecer no lenho da cruz” … (cf 4In 15-23).

Francisco teve dúvidas se dedicava sua vida somente a ficar com Jesus, ou se respondia ao envio de pregar com poder de expulsar demônios. Ajudou-o no discernimento a oração de Clara e de Frei Silvestre. E a decisão foi de alimentar-se na oração tanto junto com os irmãos que o Senhor lhe deu, como na solidão das montanhas e, descendo à planície, pregar nas igrejas e nas praças, nas cidades e povoados.

“…Começou a pregar a todos a penitência, com grande fervor de espírito e alegria da alma, edificando os ouvintes com a linguagem simples e a nobreza de coração. Sua palavra era um fogo devorador que penetrava o âmago do coração e a todos enchia de admiração. Parecia todo transfigurado, e olhando para o céu nem se dignava olhar a terra. … Em todas as pregações, antes de propor aos ouvintes a palavra de Deus, invocava a paz dizendo: “O Senhor vos dê a paz”. Anunciava-a sempre com devoção a homens e mulheres, aos que encontrava e aos que o procuravam” (1Cel 23,1-3.6-7).

Os demônios do ódio, da violência, da competição foram, aos poucos, cedendo lugar à paz, à concórdia, à busca comum do bem de todos. “Dessa forma, com a graça de Deus, muitos inimigos da paz e da salvação abraçaram a paz de todo o coração, fazendo-se também eles filhos da paz, desejosos da salvação eterna” (1Cel 23,8).

Edvaldo Carneiro da Costa, no interessante artigo, “São Francisco de Assis e a eco-missão integral”, diz de Francisco: “Ele é mais que um santo popular, é um arquétipo interior e modelo para a vida e missão da Igreja hoje!”.

“Francisco e Clara, o nosso mundo precisa de paz!

Venham conduzir-nos à Fonte Viva que seca jamais!”

Por: Irmã Maria Fachini

Fonte: CICAF

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