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Irmãs Franciscanas e bispos discutem missão nas periferias de Manaus | Arquidiocese de Manaus

1 de junho de 2025

Com o objetivo de promover momentos de escuta e partilha, a Arquidiocese de Manaus promoveu na manhã do dia 24 de abril, nas dependências da Cúria Metropolitana de Manaus, o 2° Encontro dos Bispos com as Irmãs da Vida Religiosa que atuam nas periferias da cidade. O evento reuniu 66 religiosas, representando 24 congregações religiosas, que reunidas com os bispos auxiliares D. Zenildo Lima, D. Hudson Ribeiro e D. Samuel de Lima partilharam suas experiências e desafios da missão de auxiliar na Igreja Local na eevangelização em áreas periféricas. Este encontro foi organizado pela Coordenação de Pastoral, a pedido do arcebispo de Manaus, Dom Leonardo Steiner, que deseja escutar as religiosas para fortalecer o vínculo sinodal na Arquidiocese de Manaus.

Oração inicial teve a perspectiva de celebrar o caminho feito e o Jubileu 2025 – Peregrinos de Esperança. Depois, D. Zenildo recordou alguns dados do caminho na Arquidiocese de Manaus relacionados à atuação da vida religiosa, como a chegada dos bispos auxiliares que possibilitou dar mais atenção às áreas de periféricas que surgiam a partir da expansão da cidade, dentro da área metropolitana, e depois a criação da Comissão Episcopal para a Amazônia e a Campanha da Fraternidade sobre Amazônia, que relançou o grito na Igreja do Brasil: “vem para a Amazônia”, para despertar nas dioceses o desejo de enviar missionários para auxiliar a igreja na Amazônia. “Com isso se multiplicou a presença da vida religiosa na nossa arquidiocese, chegando e se colocando à disposição, sem exigência ou contrapartida, mas sempre dizendo aos bispos que desejam ir para os lugares mais distantes e menos atendidos, sendo uma resposta da vida religiosa feminina para os apelos. Um dado importante nesse caminho de evangelização que a gente está vivendo”, explicou Dom Zenildo.

Dom Hudson Ribeiro fez memória ao importante papel das irmãs da vida religiosa na vida de sua família e também na vida de muitas outras famílias, no que se refere à presença eclesial que se dá de maneira amorosa, acolhedora e consoladora. “Ao olhar a história da nossa arquidiocese, sem dúvida nenhuma temos pelo trabalho de vocês muita gratidão. E por isso, avançar para águas mais profundas, esperançar. É preciso escutá-las, porque vocês estão junto do povo e nós acreditamos em vocês e queremos que vocês continuem caminhando conosco, como sempre vamos caminhando. Temos muita profunda gratidão por aquilo que a vida religiosa tem feito na vida do nosso povo e em nós que somos bispos e também somos frutos, filhos de vocês, que nos acolheram e continuam nos acolhendo com tanto carinho. Muito obrigado por vocês estarem conosco”, declarou Dom Hudson.

As religiosas apresentaram suas congregações e tiveram um importante momento de reflexão, junto com os bispos auxiliares, em três grupos, onde puderam apresentar pontos referentes ao serviço que estão realizando na Arquidiocese de Manaus, qual a realidade que estão inseridas na igreja local e como as comunidades religiosas têm sido acompanhadas pela igreja local. Após a reflexão, houve um momento de partilha em que foram destacados diversos desafios vivenciados como a questão da insegurança em áreas de grande violência e criminalidade, e também pediram mais a presença dos bispos para direcioná-las sobre o trabalho para que seja desempenhada sempre de maneira sinodal, além de escutar as suas percepções sobre a realidade das áreas em que atuam, oferecendo apoio quando necessário.

Dom Samuel de Lima, que atualmente é bispo referencial para a vida religiosa na Arquidiocese de Manaus, que também pertence a congregação religiosa Ordem dos Frades Menores (OFM), falou um pouco de sua experiência de missionário, especialmente em áreas de grandes conflitos, como foi pontuado em muitas das periferias locais, destacando a importância de buscar forças para sustentar a missão nas realidades de violência e buscando deixar claro que está ao lado do povo e do Evangelho, permanecendo neutro em relação aos conflitos e estando atento aos momentos para não se colocar em situação desnecessária de perigo. “É importante manter a neutralidade, sem escolher um lado, pois assim se consegue a respeitabilidade. […] É preciso se colocar na escuta de situações concretas, entendendo os momentos críticos, e se colocar em humildade de ter que depender das leis próprias do local para poder continuar seu trabalho de levar o Evangelho ao povo”, aconselhou D. Samuel.

Na oração final, Dom Samuel agradeceu pelas irmãs que doaram suas vidas pela arquidiocese e já partiram pra casa do Pai e pediu ao Espírito de Deus que renove todos na esperança e na certeza de que as missionárias são instrumentos nas mãos do Senhor. “É Ele que realiza e por isso temos que sempre pedir a confiança e a fortaleza para dissipar os medos e as dúvidas, sabendo que somos um corpo e temos um Cristo como cabeça que nos une e que nos fortalece”, pediu D. Samuel.

Ao final, houve a bênção das cruzes do Jubileu que foram distribuídas para todas as religiosas presentes, como um símbolo de envio para dar continuidade à missão junto ao povo de Deus que se encontra nas periferias.

No Amazonas, a presença da vida religiosa sempre teve um papel muito importante na evangelização de uma região de grandes desafios, seja pelas distâncias ou diversidade de cultura e realidades. São muitas vidas doadas pelo povo de Deus sedento e que anseia pela presença da igreja e muitas religiosas se colocam ao serviço animando a juventude, formando lideranças, fortalecendo a fé, promovendo cidadania ao longo da grande extensão territorial da Arquidiocese de Manaus que compreende oito municípios (Careiro, Careiro da Várzea, Iranduba, Manaquiri, Novo Airão, Presidente Figueiredo, Rio Preto da Eva e Manaus). É presença que semeia vida em muitos cantos, incluindo comunidades indígenas, ribeirinhas e rurais.

As congregações presentes foram: