A liturgia é a celebração do Mistério Pascal de Cristo. Em volta deste núcleo fundamental da nossa fé, celebramos no Ano Litúrgico a memória do Ressuscitado na vida de cada pessoa e de cada comunidade.
O Ano Litúrgico “revela todo o mistério de Cristo no decorrer do ano, desde a Encarnação e Nascimento até à Ascensão, ao Pentecostes e à expectativa da feliz esperança da vinda do Senhor” (SC 102). Ele assim nos propõe um caminho espiritual, ou seja, a vivência da graça própria de cada aspecto do mistério de Cristo, presente e operante nas diversas festas e nos diversos tempos litúrgicos (cf. Normas sobre o Ano Litúrgico e o Calendário – NALC 1).
Em síntese, através do Ano Litúrgico, os fiéis fazem a experiência de se configurar ao seu Senhor e dele aprenderem a viver “os seus sentimentos” (cf, Fl 2,5).
A Liturgia nos ritmos do tempo
O Ano Litúrgico não apenas recorda as ações de Jesus Cristo, nem somente renova a lembrança de ações passadas, mas sua celebração tem força sacramental e especial eficácia para alimentar a vida cristã (2). Por isso, o Ano Litúrgico é sacramento e, assim, torna-se um caminho pedagógico-espiritual nos ritmos do tempo.
Como a vida, a liturgia segue um ritmo que garante a repetição, característica da ação memorial. Repetindo, a Igreja guarda a sua identidade. Para fazer memória do mistério, a liturgia se utiliza de três ritmos diferentes: o ritmo diário, alternando manhã e tarde, dia e noite, luz e trevas; o ritmo semanal, alternando trabalho e descanso, ação e celebração; o ritmo anual, alternando o ciclo das estações e a sucessão dos anos.
1.1 – O ritmo diário
Acompanhando o caminho do sol, que é símbolo de Cristo, o povo de Deus faz memória de Jesus Cristo, nas horas do dia, pela celebração do Ofício Divino. – Daí o nome “Liturgia das Horas”. De tarde, o sol poente evoca o mistério da morte, na esperança da ressurreição. De manhã, o sol nascente evoca o mistério da ressurreição, novo dia para a humanidade. De noite, nas vigílias, principalmente na de sábado à noite, que inicia o domingo, dia da ressurreição, celebramos em espera vigilante o mistério da volta do Senhor. Em algum outro momento do dia ou da noite, rezamos o “Ofício das Leituras”. E, em qualquer hora do dia, celebramos a Eucaristia, que abrange a totalidade do tempo.
Com hinos, salmos e cânticos bíblicos, com leituras próprias, com preces de louvor e de súplica, celebramos o mistério pascal do Cristo. Como toda a liturgia, o Ofício acompanha o Ano Litúrgico, expressa nosso caminhar pascal, do nascimento à morte e ressurreição, do advento à segunda vinda gloriosa de Cristo.
Como oração do povo de Deus, verdadeira ação litúrgica, o Ofício Divino é excelente escola e referência fundamental para nossa oração individual.
Os ministros ordenados e religiosos assumem publicamente o compromisso de celebrarem a Liturgia das Horas nas principais horas do dia. Os fiéis leigos também são convidados a celebrá-la, individual ou comunitariamente. Podem fazê-lo seguindo o roteiro simples e adaptado proposto pelo Ofício Divino das Comunidades, que conserva a teologia e a estrutura da Liturgia das Horas.
Incentivem-se também outras formas de oração comunitária da Igreja, por exemplo, Ofícios Breves adaptados, Celebrações da Palavra de Deus, Horas Santas, Ladainhas, Angelus, Via-Sacra e Rosário comunitário.
“O dia litúrgico se estende da meia-noite à meia-noite. A celebração do domingo e das solenidades começa, porém, com as Vésperas do dia precedente” (NALC 3).
1.2 – O ritmo semanal
O ritmo semanal é marcado pelo domingo, o dia em que o Senhor se manifestou ressuscitado (cf. Mc 16,2; Lc 24,1; Mt 28,1; Jo 20,1).
A história do domingo nasce na cruz e na ressurreição de Jesus. No primeiro dia da semana, quando as mulheres foram para embalsamar seu corpo, já não o encontraram mais. No domingo, Jesus apareceu vivo a vários dos discípulos, sozinhos, ou reunidos; comeu e bebeu com eles e falou-lhes do Reino de Deus e da missão que tinham que levar adiante (Mt, 28,5-9; Lc 24,13-49; Mc 16,14; Jo 20,11-18; 20,24-29; Ap 1,10). O dia de Pentecostes, vinda do Espírito Santo, também aconteceu no domingo (At 2,1-11).
“Por tradição apostólica que tem sua origem do dia mesmo da ressurreição de Cristo, a Igreja celebra cada oitavo dia o mistério pascal, naquele que se chama justamente dia do Senhor ou domingo. Neste dia, pois, devem os fiéis reunir-se em assembléia para ouvirem a palavra de Deus e participarem da eucaristia, e assim recordarem a paixão, ressurreição e glória do Senhor Jesus e darem graças a Deus que os “gerou de novo pela ressurreição de Jesus Cristo dentre os mortos para uma esperança viva” (lPd 1,3).
O domingo, conforme rezamos no Prefácio IX dos domingos do Tempo Comum, é o dia em que a família de Deus se reúne para “escutar a Palavra e repartir o Pão consagrado, recordar a ressurreição do Senhor na esperança de ver o dia sem ocaso, quando a humanidade inteira repousar diante do Pai”.
João Paulo II, na Carta Apostólica sobre o domingo (Dies Domini), apresenta as cinco características deste dia: Dia do Senhor, Dia de Cristo, Dia da Igreja, Dia do Homem e Dia dos Dias. O mesmo Papa nos pede, na Carta Apostólica Mane Nobiscum Domine, que demos “uma atenção ainda maior à missa dominical, como celebração na qual a comunidade paroquial se reencontra em coro, vendo comumente participantes também os vários grupos, movimentos, associações nela presentes” (MND 23).
“Por causa de sua especial importância, o domingo só cede sua celebração às solenidades e festas do Senhor. Os domingos do Advento, da Quaresma e da Páscoa gozam de precedência sobre todas as festas do Senhor e todas as solenidades. As solenidades que ocorrem nestes domingos sejam antecipadas para sábado” (NALC 5) (3).
O domingo exclui, por sua natureza própria, a fixação definitiva de qualquer outra celebração. São exceções somente as festas da Sagrada Família, do Batismo do Senhor, da Santíssima Trindade, de Jesus Cristo Rei do Universo, a comemoração de todos os fiéis defuntos, e, no Brasil, as solenidades de S. Pedro e S. Paulo, da Assunção de Nossa Senhora e de Todos os Santos.
Os dias que seguem o domingo, chamados dias de semana ou férias, celebram-se de diversos modos, segundo a importância própria (cf. NALC 16). Para não repetir as orações das missas do domingo, é conveniente que, no Tempo Comum e não havendo celebração especial, se utilizem nesses dias também os formulários das Missas votivas e para diversas circunstâncias.
1.3 – O ritmo anual
O Ano Litúrgico compreende dois tempos fortes: o Ciclo Pascal, tendo como centro o Tríduo Pascal, a Quaresma como preparação e o Tempo Pascal como prolongamento; o Ciclo do Natal, com sua preparação no Advento e o seu prolongamento até a festa do Batismo do Senhor. Além destes dois, temos o Tempo Comum.
a) Tríduo Pascal da Paixão e Ressurreição do Senhor – Começa na 5ª-feira à noite com a Missa da Ceia (depois do pôr do sol) até à tarde do domingo da Páscoa da ressurreição com as Vésperas. É o ápice do ano litúrgico porque celebra a Morte e a Ressurreição do Senhor, “quando Cristo realizou a obra da redenção humana e da perfeita glorificação de Deus pelo seu mistério pascal, quando morrendo destruiu a nossa morte e ressuscitando renovou a vida” (NALC 18).
b) Tempo Pascal – Os 50 dias entre o domingo da Ressurreição e o domingo de Pentecostes. É o tempo da alegria e da exultação, um só dia de festa, “um grande domingo” (cf. NALC 22). São dias de Páscoa e não após a Páscoa. “Os oito primeiros dias do tempo pascal formam a oitava da Páscoa e são celebrados como solenidades do Senhor” (NALC 24).
c) Tempo da Quaresma – Da 4ª-feira de Cinzas até a Missa da Ceia do Senhor, exclusive. É o tempo para preparar a celebração da Páscoa. “Tanto na liturgia quanto na catequese litúrgica esclareça-se melhor a dupla índole do tempo quaresmal que, principalmente pela lembrança ou preparação do Batismo e pela penitência, fazendo os fiéis ouvirem com mais freqüência a palavra de Deus e entregarem-se à oração, os dispõe à celebração do mistério pascal” (SC 109).
d) Tempo do Natal – Das primeiras vésperas do Natal do Senhor até a festa do Batismo do Senhor. É a comemoração do nascimento do Senhor, em que celebramos a “troca de dons entre o céu e a terra”, pedindo que possamos “participar da divindade daquele que uniu ao Pai a nossa humanidade” (4). Na Epifania, celebramos a manifestação de Jesus Cristo, Filho de Deus, “luz para iluminar todos os povos no caminho da salvação” (5).
e) Tempo do Advento – Das primeiras vésperas do domingo que cai no dia 30 de novembro ou no domingo que lhe fica mais próximo, até antes das primeiras vésperas do Natal do Senhor. “O tempo do Advento possui dupla característica: sendo um tempo de preparação para as solenidades do Natal, em que se comemora a primeira vinda do Filho de Deus entre os homens, é também um tempo em que, por meio desta lembrança, voltam-se os corações para a expectativa da segunda vinda do Cristo no fim dos tempos. Por este duplo motivo, o tempo do Advento se apresenta como um tempo de piedosa e alegre expectativa” (NALC 39).
f) Tempo Comum – Começa no dia seguinte à celebração da festa do Batismo do Senhor e se estende até a terça-feira antes da Quaresma, inclusive. Recomeça na segunda-feira depois do domingo de Pentecostes e termina antes das Primeiras Vésperas do 1° domingo do Advento (cf. NALC 44). A tônica dos 33 (ou 34) domingos é dada pela leitura contínua do Evangelho. Cada texto do Evangelho proclamado nos coloca no seguimento de Jesus Cristo, desde o chamamento dos discípulos até os ensinamentos a respeito dos fins dos tempos. Neste tempo, temos também as festas do Senhor e a comemoração das testemunhas do mistério pascal (Maria, Apóstolos e Evangelistas, demais Santos e Santas).
g) As Rogações e as Quatro Têmporas – Em cada estação do ano, a Igreja dedica um ou vários dias de preces, jejuns e penitência para rogar ao Senhor por diversas necessidades, principalmente pelos frutos da terra e pelo trabalho humano, e render-lhe graças publicamente (cf. NALC, n.45). Estas celebrações têm origem nas festas de semeadura e nas festas de colheita. Apesar de sua origem agrária, elas não deixam de ter sentido nos tempos atuais, por causa da crescente consciência ecológica do mundo moderno. Conforme decisão da CNBB, na sua XII Assembleia Geral, em 1971, a regulamentação da celebração das Têmporas e Rogações fica a critério dos Conselhos Episcopais Regionais. Para tais celebrações, pode-se escolher as mais adequadas entre as Missas para diversas circunstâncias (cf. Comunicado Mensal, nº 221-222 (1971), p. 136).
As solenidades, festas e memórias
As Normas Universais sobre o Ano Litúrgico e o Calendário Romano (NALC), promulgadas por Paulo VI, em 1969, distinguem os dias litúrgicos, segundo sua importância, em Solenidade, Festa e Memória (NALC, n.10).
2.1- As solenidades
“As solenidades são constituídas pelos dias mais importantes, cuja celebração começa no dia precedente com as Primeiras Vésperas. Algumas solenidades são também enriquecidas com uma Missa própria para a Vigília, que deve ser usada na véspera quando houver Missa vespertina” (NALC, n. 11). Estas celebrações têm orações, leituras e cantos próprios ou retirados do Comum.
2.2 – As festas
“As festas celebram-se nos limites do dia natural; por isso, não têm Primeiras Vésperas, a não ser que se trate de festas do Senhor que ocorrem nos domingos do Tempo Comum e do Tempo do Natal, cujo Ofício substituem” (NALC, n. 13). Na Missa, as orações, leituras e cantos são próprios ou do Comum. “No Ofício das Leituras, nas Laudes e Vésperas, tudo é feito como nas solenidades” (IGLH, n. 231).
2.3 – As memórias
A memória é uma recordação de um ou vários santos ou santas em dia de semana. Sua celebração se harmoniza com a celebração do dia de semana ocorrente, segundo as normas expostas na Instrução Geral sobre o Missal Romano e a Liturgia das Horas (cf NALC, n. 14).
As memórias são obrigatórias ou facultativas. A única diferença entre os dois tipos de memória é que as memórias obrigatórias (como seu nome sugere) devem necessariamente ser celebradas e as memórias facultativas podem ser celebradas ou omitidas, segundo se considere oportuno. Quanto ao modo de celebrá-Ias, procede-se da mesma maneira em ambos os casos.
“Nos sábados do Tempo Comum, não ocorrendo memória obrigatória, pode-se celebrar a memória facultativa da Santa Virgem Maria” (NALC, n. 15).
“No Ofício das Leituras, nas Laudes e Vésperas:
a) Os salmos com suas antífonas são tomados do dia da semana corrente, a não ser que haja antífonas próprias ou salmos próprios que são indicados em cada caso;
b) A antífona do Invitatório, o hino, a leitura breve, a antífona do Benedictus e do Magnificat e as preces, sendo próprios, se dizem do Santo; caso contrário, se dizem do Comum ou do dia da semana corrente;
c) A oração conclusiva se diz do Santo;
d) No Oficio das Leituras, a leitura bíblica com seu responsório é da Escritura corrente. A segunda leitura é hadiográlica, com o responsório próprio ou do Comum; na falta de leitura própria, lê-se a respectiva leitura patrística do dia. Não se diz o Te Deum” (IGLH, n. 235).
“Se, no mesmo dia, ocorrem no calendário várias memórias facultativas, celebra-se apenas uma, omitindo-se as outras” (NALC, n. 14).
2.4 – Comemorações
As memórias obrigatórias, que ocorrem nos dias de semana da Quaresma e nos dias 17 a 24 de dezembro, podem ser celebradas como memórias facultativas, este caso, são chamadas simplesmente de comemoração.
A celebração de todos os fiéis defuntos, por não ter caráter de solenidade, festa ou memória propriamente ditas, é chamada pela Igreja de Comemoração. Trata-se de uma Comemoração muito especial, celebrada mesmo quando ocorre em domingo.
O que é Ação de Graças?
A ação de graças é uma forma de oração”. Na língua grega, esta forma de oração recebeu o nome de eucaristia que, por sua vez, é uma tradução da palavra original hebraica berakah. Uma prece de ação de graças é constituída da seguinte forma: Diante de um/ato extraordinário, a pessoa se coloca diante de Deus e, numa atitude de admiração, expressa em forma de exclamação ou aclamação o seu louvor. Em seguida, este louvor se desenvolve apresentando a razão ou o motivo da admiração e aclamação, ou seja, a proclamação memorial do fato ocorrido. Após a proclamação dos beneficios, segue o pedido de novos beneficios. A ação de graças normalmente termina com um louvor final, ou seja, uma espécie de síntese de tudo o que foi proclamado.
Frei Ariovaldo da Silva, ofm
Festas religiosas 2018
Festa de São Sebastião
Sábado 20 janeiro
Quarta-feira de Cinzas
Quarta 14 de fevereiro
Domingo de Ramos
Domingo 25 de março
Quinta-feira Santa – Lava-pés
Quinta-feira 29 de março
Sexta-feira Santa – Paixão de Cristo
Sexta-feira 30 de março
Páscoa
Domingo 1º de Abril
Dia de São Jorge
Segunda 23 abril
Dia da Ascensão do Senhor
Domingo 13 de maio
Pentecostes
Domingo 20 de maio
Festa Junina
Quarta-feira 13 junho (Santo Antônio), domingo, 24 junho (São João) e sexta-feira 29 junho (São Pedro)
Corpus Christi
Quinta-feira 31 maio
Nossa Senhora da Aparecida
Sexta-feira 12 outubro
Finados
Sexta-feira 2 novembro
Natal
Terça-feira 25 dezembro
Termos litúrgicos – Pequeno vocabulário
* LITURGIA (do grego “leitourgía” – função pública): Não se deve pensar que liturgia seja apenas o conjunto de normas e rituais que devam ser obedecidos em alguma celebração. O sentido é muito mais amplo e todo cristão deve estudá-la e vivê-la. Esse estudo e essa vivência são fundamentais. Transcrevemos aqui um
trecho da Constituição sobre a Sagrada Liturgia – Sacrosanctum Concilium: “A Liturgia é tida como o exercício do múnus sacerdotal de Jesus Cristo, no qual, mediante sinais sensíveis, é significada e, de modo peculiar a cada sinal, realizada a santificação do homem; e é exercido o culto público integral pelo Corpo Místico de Cristo, Cabeça e membros. Disto se segue que toda a celebração litúrgica, como obra de Cristo sacerdote, e de seu Corpo que é a Igreja, é uma ação sagrada por excelência, cuja eficácia nenhuma outra ação da Igreja iguala, sob o mesmo título e grau.” (SC n.7)
* DIRETÓRIO LITÚRGICO: Pequeno livro, publicado anualmente pela CNBB, e distribuído em todas as dioceses do país, que contêm dados sobre a organização administrativa da Igreja no Brasil, nomes, endereços e outras informações sobre todos os cardeais, arcebispos e bispos brasileiros e suas respectivas dioceses.
Traz também as informações litúrgicas do dia a dia para as diversas celebrações, de acordo com o Ano Litúrgico, e que devem ser seguidas em todas as comunidades paroquiais.
* MISSAL, EVANGELIÁRIO, LECIONÁRIO, SANTORAL, FERIAL …: Livros especiais com Orações, Leituras, Salmos, Rituais, a serem utilizados em Missas, celebrações litúrgicas diversas, Sacramentos e Sacramentais.
* TEMPO LITÚRGICO – Representação anual e sensível da vida de Cristo, recordando os principais acontecimentos que a precederam ou seguiram. É dividido em Anos “A” (evangelho de Mateus), “B” (de Marcos) e “C” (de Lucas). Para se saber qual é o Ano Litúrgico, siga-se a seguinte norma: todos os anos, cuja soma de seus algarismos for divisível por 3, é o Ano C “S.Lucas”; por exemplo: 2010, a soma destes algarismos é 3, que é divisível por 3, sem deixar resto (3 : 3 = 1); portanto, 2010 foi Ano C; depois de um Ano C, volta-se ao Ano A; assim, 2011 é Ano A, e 2012 será Ano B. Pelo mesmo raciocínio, 2013 será Ano C (São
Lucas), porque a soma de seus algarismos é 6 (um número múltiplo de 3).
* CORES LITÚRGICAS: São o BRANCO, VERMELHO, VERDE, ROXO e ROSA. Geralmente utilizadas em toalhas, velas, e combinando com a estola do presbítero, e de acordo com o Tempo do Ano Litúrgico. BRANCO (luz, claridade, pureza), usado no Tempo Pascal e festas principais; VERMELHO (sangue, fogo, amor, martírio), no Pentecostes, festas de mártires…; VERDE (natureza, esperança), no Tempo Comum; ROXO (penitência, humildade, tristeza), no Advento, Quaresma, funerais. Existem também paramentos ROSA (variante para o ROXO), simbolizando um momento de alegria, podendo ser utilizados no 3º Domingo
do Advento e no 4º da Quaresma.
* PARAMENTOS: Vestes litúrgicas, usadas nas diversas celebrações.
* AMITO: lembrando o capuz de certos religiosos, é um pano de linho sobre os ombros e pescoço do presbítero; veste-se antes da túnica ou alva, mas poucos padres ainda o usam.
* TÚNICA, ALVA ou VESTE TALAR: Túnica de linho branco, que desce até aos pés, ou calcanhar (talar). Lembra a veste nupcial exigida por Cristo (Mat 22, 12).
*CORDÃO, CÍNGULO: Para amarrar, prender a alva ao corpo, facilitando o andar (“Cingi os vossos rins” – Lc 12, 35)
* ESTOLA: lembra a antiga toga dos romanos. Simboliza a dignidade sacerdotal, e é usada em todas as celebrações litúrgicas. Os diáconos a usam em diagonal.
* CASULA: Vestimenta com uma abertura para a cabeça, para se usar por sobre a alva e estola, cobrindo até aos joelhos. Geralmente é usada em celebrações mais solenes.
* MANÍPULO: (do latim “manus”, “mão”), um tipo de lenço antigamente preso ao pulso esquerdo do sacerdote, que posteriormente se tornou um paramento, perdendo a função de “lenço”, e hoje raramente usado.
*SOBREPELIZ: Veste curta, até à cintura, na cor branca, que os clérigos ou sacerdotes (e mesmo acólitos) usam sobre a batina, em algumas funções litúrgicas.
* BATINA: Veste talar de padres, bispos, abades e clérigos, de cores variadas, com pouco uso atualmente no Brasil desde o final da década de 60. Tem sido substituída, às vezes, pelo “clergyman”.
* SOLIDÉU: Pequeno chapéu, em forma de calota, usada por bispos. Este nome provém da expressão “Soli Deo”, ou seja, é tirado da cabeça somente diante de Deus. Na cor roxa para bispos; vermelha para os cardeais; branca, só pelo papa.
* BARRETE: Pequeno chapéu quadrangular, vermelho, usado mais por cardeais.
* MITRA: Barrete alto e cônico, fendido lateralmente na parte superior e com duas faixas que caem sobre os ombros, que os bispos, arcebispos e cardeais põem na cabeça em solenidades pontificais.
* TIARA: Mitra do Papa.
* PLUVIAL: (do latim “pluvia”, chuva) ou Capa: Espécie de manto, em geral ornamentado, utilizado pelo sacerdote em certas cerimônias, como em exposições ou procissões do Santíssimo Sacramento.
* VÉU UMERAL: (do latim “humerus”, ombro): Vestimenta no formato retangular, como uma pequena capa ornamentada, utilizada sobre o pluvial, em bênçãos solenes ou procissões com o Ssmo. Sacramento.
* PÁLIO: Sobrecéu portátil, com varas, que se conduz em procissões, caminhando sob ele o sacerdote com o Ssmo. Sacramento na Custódia ou Ostensório. Pálio é também uma espécie de colarinho de lã branca, com cerca de 5 cm de largura e dois apêndices – um na frente e outro nas costas, com 6 cruzes bordadas ao seu longo e que expressa a unidade com o sucessor de Pedro. Originalmente, era exclusivo dos papas, sendo depois estendido aos metropolitas e primazes, como símbolo de jurisdição delegada a eles pelo Soberano Pontífice. Destinado, portanto, aos bispos que assumem uma Arquidiocese, o pálio simboliza o poder na província e sua comunhão com a Igreja Católica, ministério pastoral dos arcebispos e sua união com o Bispo de Roma.
* OSTENSÓRIO ou CUSTÓDIA: (do latim “ostendere”, ostentar, mostrar): Objeto específico que serve para expor à adoração pública o Corpo de Cristo, na forma de Hóstia consagrada.
*HÓSTIA (do latim “hostia” = “vítima” – oferecida à divindade em sacrifícios públicos): Partícula fina, circular, de pão ázimo (massa de farinha de trigo e água, assada sem fermento), que se transforma na pessoa de Jesus Cristo, nas Missas, durante o rito da Consagração. Sem fermento, para lembrar a fuga apressada do povo hebreu do Egito e a pureza de Cristo. A forma redonda significa o círculo, forma da perfeição, ou seja, de Deus, sem princípio e sem fim.
* ALTAR ou ARA: Desde a antiguidade, mesa especial consagrada para os sacrifícios religiosos, onde as vítimas (hóstias) eram imoladas. Na Nova Aliança de Deus com os homens, a Cruz foi e é o novo, único e verdadeiro Altar, onde a Hóstia é o próprio Filho de Deus – “Cordeiro de Deus”, abolindo os sacrifícios antigos e, desde então, as Missas são Memorial perene desse holocausto de Cristo.
* TOALHA: Da mesma forma que são estendidas nas mesas, para as refeições, em todas as celebrações deve ser estendida uma toalha sobre o altar ou sobre a mesa a ser utilizada. Nas comunhões dadas a enfermos, em suas residências, também deve ser preparada uma mesa com toalha, corporal e vela acesa.
* PRESBITÉRIO (do grego “presbyter” = ancião): Local da igreja ou capela onde fica o altar, ou o lugar do sacerdote ou dos sacerdotes nos sacrifícios eucarísticos.
* NAVE (de “navio”, “barca”): O espaço central, em igrejas ou capelas, onde fica o povo. Em sentido restrito, o corredor central desde a entrada até ao presbitério.
* CÁTEDRA: Cadeira do bispo que, nas celebrações, preside a assembléia e dirige a oração. Símbolo do magistério da Igreja em todos os tempos. Só as catedrais têm uma cátedra. Também significa a “cátedra de Pedro”, que inclusive tem uma festa anual celebrada nos dias 22 de fevereiro.
* AMBÃO (Mesa da Palavra): Lugar apropriado e digno para o anúncio da Palavra, para o qual espontaneamente se dirige a atenção dos fiéis durante o Rito da Palavra nas celebrações. Não confundir com “púlpito”, lugar próprio para pregações, homilias…
* SACRÁRIO (do latim “sacrus”, sagrado) ou TABERNÁCULO: É o local onde se guardam as hóstias consagradas, nas igrejas, em lugar de destaque, geralmente no presbitério, ou em pequenas capelas próximas. Lembra a Tenda, no deserto, onde se guardava a Arca da Aliança (que continha as Tábuas dos Mandamentos e o “Maná” (pão do céu), alimento dado ao povo hebreu em sua caminhada rumo à Terra Prometida.
* CORTINA DO SACRÁRIO: Dentro, e às vezes também na frente do Sacrário, significa que Cristo está apenas escondido, sob as aparências de pão e vinho, como que por trás de uma cortina…
* LÂMPADA DO SACRÁRIO: Sinal da presença de Cristo, Luz do Mundo, no tabernáculo ou sacrário. Deve permanecer sempre acesa, dia e noite, se nele estiver o Ssmo. Sacramento. Geralmente na cor “vermelha” (ver “cores litúrgicas”).
* CIBÓRIO (“cibus” = alimento): Vaso sagrado onde se guardam ou se transportam hóstias consagradas.
* VÉU DE CIBÓRIO: Uma capa que recobre o cibório só quando este contém hóstias consagradas.
* ÂMBULA: Pequeno recipiente onde se guardam ou se transportam os Santos Óleos (para Batismo, Crisma, Unção de Enfermos).
* MESA CREDENCIAL: Pequena mesa onde se colocam os utensílios a serem utilizados nas celebrações, como galhetas, manustérgio, cálice, cibório, missal, dentre outros. Pode ficar no presbitério, ou até na entrada da igreja quando se for fazer procissão com oferendas.
* GALHETAS (do espanhol “galleta”): Pequenos recipientes, em geral de vidro, para a água e o vinho, que serão utilizados nas Missas.
* MANUSTÉRGIO: Pequeno pano para o sacerdote enxugar os dedos (ou a mão – “manus”), após purificá-los, durante a preparação das ofertas.
* LAVABO: Pequena vasilha com água para se purificar os dedos, antes de se tocar com eles na Eucaristia. Purificador.
* CORPORAL (do latim “corpus”): Pano branco engomado sobre o qual o presidente da Celebração coloca a Höstia e o Cálice no altar.
* CÁLICE: Vaso especial, de metal dourado ou prateado, vidro ou cristal, usado nas Missas para o vinho que se transforma em sangue de Cristo.
* PATENA ou PÁTENA: Pequeno prato, em formato circular, de metal dourado ou prateado, que recebe a Hóstia.
* PALA: Cartão quadrado revestido por um pano, com que o sacerdote recobre o cálice ou a patena.
* TECA (do grego “theke” = cofre, estojo): Pequeno recipiente, em geral redondo, para acondicionamento e transporte de hóstias consagradas, destinadas a comunhões fora da missa, ou em celebrações da Palavra com distribuição da Eucaristia.
* INCENSO: Substância mineral que, ao ser queimada, produz uma fumaça com perfume característico, utilizado desde a antiguidade para os reis ou em cerimônias religiosas. Hoje é utilizado em missas solenes, Exposições do Ssmo Sacramento e algumas procissões.
* TURÍBULO: Recipiente especial, preso a correntes, onde se queima o incenso.
* NAVETA (do italiano “navetta” = pequeno navio): Recipiente em forma de barca onde se serve o incenso para ser colocado no turíbulo. Há em outros formatos.
* TURIBULÁRIO: Quem carrega o turíbulo nas celebrações ou procissões.
* CRUZ: Sobre o altar ou próximo a ele, ou na parede do presbitério. É indispensável na celebração, pois recorda o sacrifício de Jesus. A Missa é renovação em memorial (não “lembrança”) da Morte e Ressurreição de Jesus.
* CRUCIFERÁRIO: Aquele que carrega a cruz geralmente à frente de celebrações ou procissões.
* ACÓLITO: Aquele que serve os sacerdotes em celebrações litúrgicas. Antes de se tornar Diácono, os candidatos ao sacramento da Ordem devem receber da Igreja, oficialmente, os ministérios de Leitor e Acólito. Por extensão, em sentido geral = Auxiliar; Coroinha.
* DIÁCONO: Geralmente após finalizar os estudos de Teologia, o futuro sacerdote recebe o sacramento da Ordem no seu primeiro grau, chamado DIACONATO. Depois é “ordenado padre”, como se diz, ou seja, recebe o segundo grau do sacramento da Ordem, o PRESBITERATO. O terceiro grau, ou a plenitude deste sacramento, somente um bispo recebe ao ser sagrado: o EPISCOPADO. O diácono, mesmo o que tenha recebido o Diaconato Permanente (leigo que recebe apenas o primeiro grau do sacramento da Ordem), utiliza a estola em sentido diagonal. E pode também, em missas solenes, usar a veste litúrgica denominada DALMÁTICA, enquanto os presbíteros e bispos utilizam a CASULA.
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=31301