Conheça Frei Éderson Queiroz, presidente da Família Franciscana do Brasil

2031

Eduardo Galizi Canuto

Filho de João Ávila Queiroz e Dunalva de Queiroz, Éderson Queiroz nasceu no dia 28 de setembro de 1960 em Patrocínio – MG.

Foi batizado no dia 30/10/1960, na Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio em MG.

Sua Primeira Eucaristia foi realizada no dia 25/12/1969 na mesma Paróquia, tendo como Ministro: Padre Pio Haarman, SSCC.

Crismou no dia 30/06/1979, na Paróquia Santa Terezinha, em Patos de Minas – MG, na qual o Ministro foi Dom Jorge Scarso, OFMCap.

Em 1979 ele iniciou seu Postulantado em Patos de Minas, no ano de 1981 o seu noviciado em Belo Horizonte, e exatamente no dia 31/01/1982 sua 1ª Profissão Religiosa realizada pelo Ministro: Frei Antonio Roberto Cavuto, OFMCap, no dia 01/02/1987 realizou sua Profissão Perpétua em Patos de Minas, Ministrado pelo Frei Luiz Eustáquio Mendes, OFMCap.

Sua formação para a vida sacerdotal teve inicio em 1982.

No ano de 1987 fez Filosofia e Teologia, no Instituto Franciscano de Teologia – ITF – Petrópolis – RJ, no dia 16/04/1987 Diaconato em Sapucaia – RJ, pelo Ministro: Dom Mauro Morelli.

No dia 19/07/1987 teve sua Ordenação Sacerdotal em Patrocínio, pelo Ministro: Dom Jorge Scarso, OFMCap.

Em 1991 especializou na Pastoral da Juventude, pelo Instituto Pio XI, em São Paulo.

Seus serviços realizados:

1983-1985: Responsável pela Pastoral Vocacional – PROCAMIG;

1983-1984: Membro da Diretoria – CRB – Núcleo de Petrópolis – RJ;

1985-1987: Agente de Pastoral – Sapucaia – RJ;

1987: Vigário Paroquial – Sapucaia – RJ;

1988-1993: Vigário Paroquial – Governador Valadares – MG;

1988-1995: Membro do Conselho de Pastoral – PROCAMIG;

1989-1992: Assessor Diocesano da PJ – Governador Valadares – MG;

1990-1992: Assessor da PJ – Micro – Região NE – Mineiro da PJ (Diocese: Teófilo Otoni, Araçuaí, Almenara, Governador Valadares, Caratinga);

1990-1995: Guardião – Governador Valadares – MG;

1990-1998: Membro do Conselho de Presbíteros – Governador Valadares – MG; Membro do Colégio de Consultores – Governador Valadares – MG;

1992-1994: Membro da Diretora da CRB – Núcleo de Governador Valadares – MG;

1992-1995: IVº Definidor Provincial – PROCAMIG;

1993-1995: Diretor das Obras Sociais Santa Rita – Governador Valadares – MG; Presidente da CENEC – Governador Valadares – MG;

1993-1996: Vice-Presidente da Escola Creche Gente Inocente – Governador Valadares – MG;

1994-1996: Pároco – Paróquia de Santa Rita de Cássia – Governador Valadares – MG;

1995-1996: 1º Reitor do Santuário Santa Rita de Cássia – Governador Valadares – MG;

1995-1998: IIº Definidor Provincial – PROCAMIG;

1997-1998: Vigário Paroquial – Paróquia Santa Rita de Cássia – Gov. Valadares – MG; Mestre dos Noviços – PROGAMIG; Membro do Conselho de Formação – PROGAMIG;

1999-2000: Vigário Provincial e 1º Definidor Provincial – PROGAMIG; Guardião em Belo Horizonte – PROGAMIG; Presidente da Família Franciscana do Brasil – Regional Minas Gerais; Capelão do Abrigo Belo Horizonte – Belo Horizonte – MG; Confessor Ordinário das Irmãs Carmelitas de Santa Teresa de Jesus Brumadinho – MG; Vigário Paroquial – Belo Horizonte – MG; Diretor Espiritual do Movimento Fé e Luz – Região N. S. da Piedade;

2000 – 2003: Subsecretário Geral da CNBB – Brasília – DF; Membro do Conselho Fiscal do MEB – Nacional; Colaborador Pastoral na Paróquia N. S. dos Migrantes – Brasília – DF;

2002-2003: Conselheiro Espiritual das Equipes de Nossa Senhora – Brasília – DF;

2004: Orientador de Retiros Espirituais e Membro da Equipe de Coordenação Nacional do PROFOLIDER – CRB; Vigário Paroquial – Paróquia São Sebastião – Uberlândia – MG;

2005-2010: Ministro Provincial – PROCAMIG;

2006-2011: Diretor Espiritual do Movimento Fé e Luz – Minas Gerais/Rio de Janeiro;

2008-2012: Membro do Conselho Diretor da FFB;

2010-2011: Vice Presidente da CCB;

2011: Cooperador Pastoral – Paróquia N. S. do Patrocínio – Patrocínio MG;

Sempre muito ativo em sua vida religiosa e com causas sociais exerceu trabalhos árduos no: PROCAMIG (Província dos Frades Menores Capuchinhos de Minas Gerais); FFB/MG (Família Franciscana do Brasil – Regional Minas Gerais); CCB (Conferência dos Capuchinhos do Brasil); Movimento Fé e Luz, movimento originado na França que trabalha com portadores de deficiência mental e seus familiares e amigos; CENEC (Conselho Nacional de Escolas da Comunidade); MEB (Movimento de Educação de Base); CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil); CRB (Conferência dos Religiosos do Brasil); PROFOLIDER (Programa de Formação de Liderança); Presidente da FFB (Família Franciscana do Brasil).

Nos dias 12 e 13 de agosto de 2012, em Canindé, no Ceará, posteriormente ao Congresso Clariano, a antiga Família Franciscana do Brasil – FFB – realizou a Assembleia Eletiva Nacional. A Assembleia teve como objetivo avaliar e apresentar o relatório das atividades realizadas pelo Conselho Diretor do triênio 2009-2012 e das ações promovidas pelos regionais da FFB. Como também, planejar e eleger a nova diretoria para o triênio de 2012-2015.

Frei Éderson Queiroz, OFMCap, foi eleito novo Presidente da FFB. O mineiro de Patrocínio (MG), não parou por ai, foi reeleito como Presidente da FFB, hoje com o nome de CFFB (Conferência da Família Franciscana do Brasil) durante a Assembleia Ordinária no Centro de Formação da Sagrada Família, em São Paulo, de 6 a 9 de agosto de 2015.

O encontro, que reuniu religiosos de todo o país, teve como lema: “Olhar com gratidão para o passado, viver com paixão o presente e abraçar com esperança o futuro”, em referência ao atual Ano da Vida Consagrada.

A nova diretoria ficou assim composta: presidente – Frei Éderson Queiroz; vice-presidente – Ir. Cleusa Aparecida Neves; conselheiros – Nivaldo Moreira (OFS), Frei Gilson Nunes (OFMConv.) e Mayara Ingrid Souza (Jufra).

A renovação do estatuto da FFB foi um dos pontos discutidos durante a Assembleia, que aprovou a mudança do nome da entidade para Conferência da Família Franciscana do Brasil – CFFB, visando uma adequação das entidades religiosas às novas exigências legais.

Em novembro de 2015, um encontro ecumêmico aconteceu entre o Frei Éderson e à Comunidade Islâmica do Brasil, que propôs estreitamento das relações, o franciscano enviou uma carta ao Centro Islâmico de Brasília com a proposta “que tudo façam pela paz nas relações recíprocas e colaborem para a superação do preconceito religioso!” e ainda propões “Aproveitando deste encontro propomos a criação de uma comissão de Islâmicos e Franciscanos para estudar a possibilidade de celebrarmos em 2019 os 800 anos do Encontro de Francisco de Assis com Malek-al-Kamil, em Damietta, Egito”.

A carta foi entregue pessoalmente pelo sacerdote católico ao Sheik Muhammad Zidan Centro Islâmico de Brasília, que muito simático e receptivo presenteou Frei Ederson Queiroz com uma cópia do Alcorão e um livro e manifestou seu desejo em participar de momento ecumênico de oração na Igreja de São Francisco em Brasília.

Frei Éderson também atua na Paróquia Nossa Senhora do Patrocínio em Minas Gerais, assessora retiros espirituais em várias Congregações, e seus últimos importantes feitos para sociedade foram:

No dia 28 de outubro de 2016, juntamente com a CNBB lançaram a exposição itinerante sobre Encíclica Laudato Si’, em Brasília (DF).

Em agosto deste ano nos dias de 3 a 6, em clima do Ano Mariano, a Conferência da Família Franciscana do Brasil celebrou o seu Jubileu de Ouro no Capítulo das Esteiras, em Aparecida. O grande evento reuniu os religiosos do Brasil todo e alguns estrangeiros. “Neste Capítulo das Esteiras, a Família Franciscana do Brasil retoma algo peculiar na espiritualidade franciscana que é o encontro de irmãos e irmãs, celebrando o Deus da vida”, explica Frei Éderson Queiroz.

A convocação se ouviu com toda a força quando teve início no Centro de Eventos de Aparecida o Capítulo das Esteiras da Família Franciscana do Brasil. Este encontro é um momento celebrativo histórico: encerramento do ano jubilar dos 800 anos do Perdão de Assis, 50 anos de fundação da CFFB e 300 anos do encontro da Imagem de Nossa Senhora Aparecida no rio Paraíba.

Frei Éderson, e o Conselho Diretor subiram ao palco para dar as boas vindas aos mais de mil participantes deste Capítulo, que entraram de mãos dadas para abraçar em círculos o grande salão do Centro.

“Com grande alegria, dou-lhes as boas vindas a esta feliz e história celebração dos 800 anos do Perdão de Assis e 50 anos de criação da CFFB. Transcorreram-se oitocentos anos em que aquela dúzia de frades tornou-se uma multidão e marcou um encontro em Assis para celebrar aquele que ficou conhecido como o Capítulo das Esteiras, pois também eles desejaram voltar a Assis. A voltar ao espírito das origens, a voltar ao encontro com Francisco e com Clara, a voltar à experiência inebriante do Cristo Pobre”, disse o presidente da CFFB.

Para Frei Éderson,  Assis é a nossa pátria espiritual. “É preciso voltar a Assis para compreendermos o humano que habita em nós, tão necessário de se conhecer a partir de Deus. É preciso voltar a Assis, para aprendermos com Francisco”, acrescentou frade capuchinho.

Assis, segundo ele, é o lugar de Francisco, lugar dos pobres, lugar dos sofredores, dos vulneráveis, pois eles têm a graça de infundir no nosso coração o Evangelho do Senhor. “É preciso voltar a Assis para compreendermos o que Francisco de Roma nos propõe na Evangelii Gaudium: uma Igreja de pobres, uma Igreja de enlameados na realidade sofrida da nossa gente, uma Igreja que seja hospital de campanha, isto é, aberta a todos aqueles que estão feridos e machucados nesta dura história da humanidade”, enfatizou.

Para o frade, é preciso voltar a Assis para compreendermos o que significa o cuidado com a Casa Comum, a nossa relação de fraternidade com a criação. “É preciso voltar a Assis para compreendermos o que significa levar ao mundo a misericórdia de Deus. Francisco, assim que encontrou com o Papa Honório e recebeu esse dom da indulgência, chegando a Assis, tomado de uma grande alegria, proclamou: ‘Quero mandar-vos todos ao paraíso!’. Essa é a nossa vocação, que Francisco de Roma nos recordou no dia 4 de agosto do ano passado na Porciúncula. Tomando as palavras do Poverello, ele disse que nós somos chamados a criar paraísos, onde o inferno insiste em prevalecer na vida humana”, recordou.

E voltar a Assis, significa, segundo o frade, olhar pela realidade do Brasil. “Não preciso dizer daquilo que ocorre no Brasil nesses últimos tempos, porque isso que ocorre no Brasil nesses últimos tempos é um apelo que nasce dos pobres, dos últimos, e que chega a este Capítulo despertando em nós a capacidade de indignação. O Brasil não tem dinheiro para a Previdência Social, não tem dinheiro para a educação, para a saúde pública, não tem dinheiro para programas assistenciais aos vulneráveis, mas tem dinheiro para comprar os legisladores, os juízes, e tantos outros”, denunciou, sob muitos aplausos.

E insistiu: “Esse Capítulo deve estar eivado de indignidade. Uma indignação deve tomar conta de nosso coração franciscano, pois estamos na casa da Mãe que rezou: derruba dos tronos os poderosos e eleva os humildes. Deve ser a nossa prece, deve ser o nosso pranto, deve ser a nossa litania nesses dias, aqui, guardados sobre o seu olhar”.

Voltar a Assis é também celebrar os cinquenta anos de criação da Família Franciscana do Brasil. “Ela é filha legítima do Concílio Vaticano II, que chamou a vida religiosa consagrada a voltar às origens, a beber nas fontes, a se redescobrir. Nós nascemos no Concílio enquanto Conferência, enquanto Família. E quando Francisco esteve em São Damião, o que ele ouviu do Crucificado? ‘Francisco não vês minha casa em ruínas? Vai e reconstrua a minha casa!’. Se a nossa sociedade precisa ser reconstruída, se a nossa Igreja, em muitos aspectos, precisa ser reconstruída, se a vida religiosa consagrada precisa de um caminho de reconstrução, a Conferência da Família Franciscana do Brasil precisa ser reconstruída. Precisamos reconstruir os nossos laços de pertença, precisamos nos reconstruir para identificar o outro como irmão, precisamos nos reconstruir como conferência na compreensão da nossa interdependência. Por isso, esse Capítulo é também uma convocação a voltar a Assis e ouvir do Crucificado: ‘Vai e reconstrói a Família Franciscana do Brasil na sua compreensão, na sua interdependência, na sua missão profética, nesse sentido de pertença’”, convocou mais uma vez.

Quando finalizou o Capítulo Frei Éderson Queiroz, passou para os capitulares a sua última mensagem, carregada de indignação pela atual situação do país.

“É chegado o momento de recolhermos nossas esteiras e as lançarmos sobre o chão das periferias do mundo, transformando continuamente nossa maneira de Ser, Estar e Consumir em reposta aos apelos do Papa Francisco. A realidade ecológica e sócio-política-econômica do nosso país nos exige compromisso profético de denúncia e anúncio”, pede a Carta de Aparecida.

Na sua homilia, como presidente da Celebração Eucarística, Frei Éderson refletiu sobre a Transfiguração do Cristo. “Meus irmãos e minhas irmãs. Este Capítulo foi um subir ao Monte Tabor. Saímos das nossas baixadas, dos nossos vales, viemos dos campos e das cidades, até da Espanha teve gente que chegou aqui. De carro, de avião, de ônibus chegamos a Aparecida. E, certamente, quando chegamos aqui, um cansaço, não apenas da viagem, mas da viagem que estamos fazendo no tempo e na história, nos abateu: cansaço dos desencontros, cansaço diante de uma decepção que vai tomando conta da nossa Pátria, pelos desmandos, pela corrupção, pela mentira, por tudo isso de nojento e de sórdido que está acontecendo debaixo dos nossos olhos; cansaço de uma paralisia. Estamos assistindo tudo estupefatos. Perdemos a força de ir para as ruas, de gritar ‘basta’, ‘fora’, sem temer nada e ninguém. Chegamos aqui cansados com as desventuras de nossa vida pessoal, da vida de família, da vida religiosa, do convento, da fraternidade, mas viemos ao Capítulo das Esteiras”, ressaltou o frade capuchinho.

A Carta de Aparecida, que repercutiu não só no Brasil dizia: “A Conferência da Família Franciscana do Brasil, CFFB, celebrou os 800 anos do Perdão de Assis e os 50 anos da Família Franciscana do Brasil, no Capítulo das Esteiras, dias 3 a 6/8 em Aparecida, SP.

O Capítulo das Esteiras nos remete a um encontro de São Francisco de Assis com os frades da jovem Ordem dos Mendicantes.

Chegaram a Porciúncula, em Assis, perto de 5000 frades, eram tantos que tiveram como hospedaria uma esteira.

Esteira nos lembra de provisoriedade, nossa condição de peregrinos e forasteiros neste mundo, somos seres de passagem, nossa morada definitiva não é aqui.

No Capítulo das Esteiras em Aparecida, celebramos os 800 anos do Perdão de Assis ou a Indulgência da Porciúncula.

Num tempo de grandes conflitos na Igreja e na sociedade, São Francisco, intuiu que a Misericórdia, era o caminho para a paz.

Recebeu este benefício do Papa Honório III. Tão contente, Francisco, chegando a Assis, proclamou: “Quero mandar-vos todos ao paraíso!” Criar paraísos onde o inferno busca prevalecer na vida das pessoas e da sociedade de hoje, é um imperativo para nós franciscanos e todos que partilham da espiritualidade do Pobrezinho de Assis, segundo o Papa Francisco.

Por isso, levar ao mundo a Misericórdia de Deus, não foi apenas o tema do Capítulo das Esteiras em Aparecida, mas,  ainda é uma missão a ser vivida cada dia.

Para isso, sentimos como o lema do Capítulo foi provocativo: “É preciso voltar a Assis!” Aqui, não significa tomar um avião e ir a esta cidade da Úmbria, na Itália, e sim, voltar ao Espírito das Origens.

À intuição primeira de Francisco, ao encontro com o Cristo Pobre, a um retorno ao Evangelho da missão, da pobreza e da paz.

Todavia, como viver a Misericórdia numa realidade de corrupção, de mentira, de imposição de um governo ilegítimo, do divórcio entre o parlamento e a sociedade, do desvio das finalidades do poder judiciário, da ditadura da economia de mercado que prevalece aos direitos sociais?

Aqui se faz necessário à indignação, esta é irmã gêmea da misericórdia.

Não podemos perder a capacidade de indignar-nos frente a tudo que é contrário a vida humana e deteriora o projeto de Deus.

Em Aparecida, renovamos o compromisso com o Pontificado do Papa Francisco, traduzindo em atitudes o que ele nos pede: uma Igreja pobre com os pobres, enlameada na realidade dos sofredores, hospital de campanha.

Tomamos como compromisso vivenciar e divulgar a Encíclica Laudato Si, sobre o meio ambiente, no cuidado com a Casa Comum.

De maneira especial, daremos atenção a tudo que diz respeito à irmã água, hoje, tratada como moeda.

O Capítulo das Esteiras, em Aparecida, contou com a presença de aproximadamente 1200 franciscanos e franciscanas, de todas as Ordens, Congregações, JUFRA e movimentos de simpatizantes de São Francisco.

Agora, resta-nos, voltar a Assis e levar ao mundo a Misericórdia de Deus,” descreveu o Frei.

Nos dias 25 de agosto de 2017, a Carta ao Papa Francisco: “Santo Padre, que o Senhor vos dê a paz!

A Conferência da Família Franciscana do Brasil, CFFB, esteve reunida, em Capítulo das Esteiras, no Santuário de Aparecida, com aproximadamente 1200 irmãos e irmãs das Ordens, Congregações, JUFRA e Movimentos Franciscanos, celebrando os 800 anos do Perdão de Assis e os 50 anos da Família Franciscana no Brasil.

Voltar a Assis é um imperativo  cada dia mais exigente, bebendo das fontes de nossa origem, para atualizar o carisma do Poverello em nossa mãe pátria, levando ao mundo a Misericórdia de Deus.

Neste Capítulo reafirmamos nossa comunhão e obediência ao Bispo de Roma e Sucessor de Pedro, como tanto queria o Pai São Francisco.

Comungamos de Vosso magistério e empenhamo-nos em assumir as Diretrizes do vosso pontificado, tão bem enunciado na Evangelii Gaudium. A vossa Encíclica Laudato Si toca o nosso coração franciscano, despertando em nós os mais vivos sentimentos da alma de Francisco.

O Capítulo das Esteiras foi ainda, o solo sagrado da Porciúncula, pois, celebrar os 800 anos da Indulgência de Santa Maria dos Anjos, coloca-nos no mesmo imperativo, que Vossa Santidade enunciou em Assis: É  preciso criar Paraísos onde as forças do mal insistem em prevalecer.

Nossa Pátria, Santo Padre, vive dias de angústia e apreensão.

Desde que, um governo ilegítimo, usurpou a direção de nossa Nação, vivemos sobre a ditadura da economia de mercado.

Direitos sociais, tão duramente conquistados, foram brutalmente suprimidos, sem diálogo e sem piedade. A Lei da Terceirização, a Reforma Trabalhista, a prevista Reforma da Previdência Social, leis que alteram significamente o Uso do Solo, a derrubada das Reservas Ambientais, a grilagem de terras, a entrega das reservas minerais ao capital internacional, o perdão de dívidas em somas milionárias de bancos e empresas privadas, a privatização de empresas estatais necessárias à soberania nacional, e tantas outras, são um duro golpe a dignidade humana e aos direitos sociais.

A falta de recursos financeiros para subsidiar programas de saúde, educação, moradia, saneamento básico, cultura, projetos que visam à melhoria de vida dos mais pobres são noticiados com frequência pela grande mídia, inclusive pela imprensa oficial.

Todavia, está mesma Mídia notícia a liberação de somas vultosas na compra de votos no Congresso Nacional, para que sejam aprovados projetos do Governo Federal, inclusive, o arquivamento do processo que julgava o Presidente da República. Tornou-se frequente nos noticiários o envolvimento do Poder Judiciário em questões espúrias. O assassinato de indígenas, de trabalhadores rurais, de sindicalista, de lideranças populares, a perseguição aos moradores de rua, o extermínio de vulneráveis, o desprezo pelos pobres, tornou-se uma realidade, um verdadeiro pesadelo!

Santo Padre, como viver a Misericórdia em meio a esta dura e amarga realidade?

A Indignação, Santo Padre, revelou-se como irmã gêmea da Misericórdia! Como nos fez bem recordar a Misericordiae Vultus: a justiça não é uma realidade contraposta a Misericórdia, mas necessária a esta.

No Capítulo das Esteiras reassumimos a Laudato Si, como interpelação necessária à vida, de modo especial, tudo que se diz relacionado ao cuidado da irmã água.

Soam como a mais bela de todas as sinfonias,  as palavras do Irmão Menor, Francisco de Assis: “E devem estar satisfeitos quando estão no meio de gente comum e desprezada, de pobres e fracos, de enfermos e leprosos e mendigos de rua!” (RNB 9,3). Ai queremos estar, como uma Igreja em Saída, Pobre com os Pobres, em fidelidade ao nosso carisma.

Posso Vos dizer, “é isto que queremos, é isto que buscamos de todo coração.”

Santo Padre, celebramos ainda os 50 anos da criação da Conferência da Família Franciscana do Brasil, ela é um belo fruto do Concílio Vaticano II.

Que Família bonita em carismas e expressões, mas que precisa ser reconstruída, a partir da consciência da interdependência. “Vai e reconstrói a minha casa,” foram às palavras do Crucificado de São Damião a Francisco.

Hoje, estas palavras são dirigidas a nós.

Reze Santo Padre, para que não meçamos esforços na arte de reconstruí-la.

Receba nossa afeição fraterna, nossa comunhão na caridade, nosso empenho em seguir o Vosso Ministério.

Somos todos Francisco, somos todos de Francisco.

Abençoe-nos.

Frei Éderson Queiroz OFMCap,

Presidente da Conferência da Família Franciscana do Brasil – CFFB”.

 

Frei Éderson está presente nas causas sociais do mundo, sem medo e sem preconceitos. Seja pra proteger a nossa Amazônia, ou seja, pra proteger um filho de Deus.

Nos últimos dias, o Frei tornou-se notícia ao descrever um artigo com o título: o padre, a travesti e o amor, no qual defendeu a homoafetividade e a travesti Bianca que foi apedrejada.

“Os desafios para tratar deste assunto hoje, são enormes, pois, vivemos um tempo de intolerância com as diferenças. Mas, ali, não está apenas uma travesti, está uma pessoa humana, filha de Deus, necessitada de acolhimento e compaixão. É muito fácil julgar e até condenar, quando estamos acomodados em nossa zona de conforto”, cita o Frei.

“Todavia, a homoafetividade é muito mais próxima de nós do que pensamos. Na sua família, um filho, um sobrinho, um familiar, um amigo… Mas, o preconceito, o machismo e a falta de conhecimento científico, bíblico, religioso nos fazem julgadores por natureza. O número de suicídios nesta população é enorme, justamente por ser uma realidade conflitiva em nossa sociedade”, ressalta Frei Éderson.

Uma Igreja em saída, Hospital em campo de guerra, misericordiosa, é o que nos pede o Papa Francisco. Inúmeras vezes, ele tem dito: “aproximar, acolher, ouvir”… Deixe a dor de o outro chegar ao seu coração.

O Frei foi à casa de Ana Paula, se alto convidou para almoçar com elas, era um grupo de 8 travestis e pessoas amigas. O almoço foi à possibilidade de ele entender melhor esse mundo e para elas a visita de um padre era inédito, quase que impossível de acontecer.

“Portanto, o contato com as travestis me fez melhor, me possibilitou olhar o mundo para além do meu quintal, alargou meu coração. Por isso, este texto é intitulado: o padre, a travesti e o amor!”, finalizou Frei Éderson.

Um homem iluminado por Deus e São Francisco de Assis, assim é visto Frei Éderson Queiroz por muitos, e hoje 28 de setembro é o seu grande dia, pois um dos melhores servos de Deus completa mais um ano de vida. Feliz aniversário ao nosso estimado Frei!

Seu coração é grande e generoso, seu espírito pio e determinado. Você tudo deixou e a vida entregou para transmitir a palavra de Deus, e conduzir seus irmãos e irmãs em Cristo. E por isso, e por todo, nós reconhecemos o grande valor e lhe agradecemos.

Que Deus o abençoe e lhe conceda muitos anos de vida, com muita saúde e alegria!

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