500 anos da Reforma protestante: Origem e consequência

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Hoje se recorda os 500 anos da Reforma Protestante, por esta razão, o Grupo ACI apresenta 7 dados essenciais que resumem as causas e consequências desse período histórico iniciado por Martinho Lutero no século XVI.

1. A origem da palavra protestante

A palavra “protestante” vem dos príncipes alemães que fazem um “protesto” contra o imperador do Sacro Império Romano, Carlos V, que se negava aos chamados à reforma luterana dentro da Igreja Católica.

Por essa razão, as pessoas que defendiam essas posições ou que se aderiam a elas começaram a serem chamadas de protestantes.

2. Martinho Lutero é a figura mais influente da Reforma Protestante

Em 31 de outubro de 1517, o frade agostiniano Martinho Lutero se rebelou contra a Igreja quando publicou as suas “95 teses” sobre a penitência e o uso das indulgências na porta do Palácio de Wittenberg, na Alemanha.

Mais tarde, Lutero desenvolveu os 95 princípios da sua doutrina, chegando a uma doutrina diferente da fé católica.

Deixou a vida religiosa e se casou com uma ex-religiosa e durante a sua vida atacou duramente o papado e provocou várias revoltas.

3. A Reforma não teve só motivações religiosas

Embora a venda de indulgências fosse considerada por Lutero como uma das principais razões da sua ruptura com a Igreja Católica, houve outras razões históricas que permitiram a Reforma Protestante.

Entre estas, o Cisma do Ocidente (1378 a 1417) que reduziu em grande medida a reputação da Igreja Católica e fez com que muitas pessoas questionassem a legitimidade do Papa; o início do período do Renascimento que questionou o pensamento tradicional; a ascensão dos estados nacionais e monarcas que queriam o poder absoluto da sua nação, como Henrique VIII, que se separou da Igreja em 1534.

4. Os postulados do protestantismo de Lutero

Lutero desenvolve a crença de que o homem é salvo somente pela fé em Cristo e que, portanto, não tem a obrigação de fazer boas obras.

Esta crença equivocada é conhecida historicamente como a doutrina da justificação somente pela fé (Sola Fide).

O luteranismo também rechaça totalmente a primazia do Papa e afirma que a Bíblia é a única fonte de autoridade. Rechaça ainda a intercessão dos santos e da Virgem Maria, a veneração das imagens, a existência do purgatório.

4. Lutero foi excomungado

A bula Exsurge Domine de 1520 do Papa Leão X foi a primeira resposta do pontificado que condenou Lutero e o ameaçou com a excomunhão.

Em janeiro de 1521, ao não se retratar, Lutero foi excomungado e logo depois condenado na Dieta de Worms, um congresso imperial convocado pelo imperador do Sacro Império Romano-Germânico, Carlos V.

5. João Calvino funda a segunda religião principal do protestantismo

As ideias de Lutero se estenderam por toda a Europa. Como consequência, o teólogo francês João Calvino fundou a segunda religião principal do protestantismo chamada “Calvinismo”, em Genebra em 1541.

Calvino considera que todos os sacramentos da Igreja Católica deveriam ser eliminados, incluindo os dois que Lutero manteve: o Batismo e a Eucaristia(esta é concebida de maneira diferente), o que levou à formação de outras denominações como presbiterianos, anglicanos, anabatistas e congregacionalistas.

6. As ideias da Reforma foram expandidas pela imprensa

Sem a criação da imprensa de Johannes Guttenberg, as novas ideias protestantes não teriam conseguido se estender pela Europa em grande escala.

7. A Reforma causou guerras de religião

A Reforma provocou uma série de guerras religiosas que finalmente culminaram na Guerra dos Trinta Anos (1618-1648), que devastou grande parte do território atual da Alemanha.

 

4 consequências da Reforma Protestante em 500 anos

Neste dia 31 de outubro recorda-se os 500 anos da Reforma Protestante, dia em que Martinho Lutero publicou as suas críticas à Igreja Católica na Alemanha e causou um cisma.

Quais foram os resultados, depois de cinco séculos, com a proliferação de novas denominações protestantes? O Pew Research Center recopilou ao longo dos anos alguns dados importantes para conhecer os números atuais da Reforma Protestante.

1. Os protestantes são aproximadamente 40% dos cristãos no mundo

Em todo o mundo, os protestantes representavam 37% dos cristãos em 2010. O número é menor do que o de católicos, que representaram 50% dos cristãos em todo o mundo.

Enquanto a Reforma Protestante começou na Alemanha, em 2010, cerca de 9 de cada 10 (87%) protestantes do mundo viviam fora da Europa. A maioria dos protestantes em todo o mundo (aproximadamente 20%) vivia nos Estados Unidos.

2. Aumentou o número de protestantes na América Latina

Na América Latina, onde vivem cerca de 40% dos católicos do mundo, as populações protestantes aumentaram drasticamente.

Em uma pesquisa realizada na região em 2014, 9% dos entrevistados em 19 países da América Latina disseram que foram criados como protestantes, enquanto 19% identificaram o cristianismo protestante (ou evangélico) como a sua religião atual.

Enquanto 84% dos entrevistados foram criados como católicos, apenas 69% identificaram a sua religião atual como católica.

3. O pentecostalismo é cada vez mais popular

Um movimento protestante relativamente recente e distinto que ganhou terreno é o pentecostalismo.

Embora as práticas variem, as igrejas pentecostais normalmente enfatizam os “dons do Espírito Santo”, como falar em línguas e receber revelações diretas de Deus. Essas práticas são comuns entre os protestantes na África subsaariana, na América Latina e inclusive na Ásia.

Por exemplo, em uma pesquisa realizada em 2014, a maioria dos protestantes que participou da igreja em 19 países da América Latina disse que pelo menos ocasionalmente presenciaram alguma pessoa “falar em línguas”, “profetizar” e rezar por uma cura milagrosa na igreja.

4. Na Europa Ocidental, em países como Alemanha, há menos “diferenças teológicas” entre católicos e protestantes

Aproximadamente 370 anos depois da Guerra dos Trinta Anos, muitas controvérsias teológicas da Reforma Protestante “já não dividem católicos e protestantes” na Europa Ocidental, de acordo com uma pesquisa realizada em 15 países da região em 2017.

Isso não significa que os postulados protestantes já não são contra à doutrina católica, mas que em alguns lugares, como na Alemanha, os católicos, inclusive alguns membros da hierarquia, os assumiram como próprios, quando não o são.

Assim respondeu a igreja à Reforma Protestante

A Reforma Protestante afetou a Europa, mas também teve um efeito sobre o catolicismo, que respondeu com a Contra Reforma.

O Concílio de Trento, de 1545 a 1563, reafirmou a validade dos sete sacramentos e a presença real de Cristo na Eucaristia.

O Concílio também definiu formalmente a autêntica doutrina católica da justificação, que não se baseia somente na fé, mas também na caridade e nos sacramentos.

Como parte da Contra Reforma, Santo Inácio de Loyola fundou a Companhia de Jesus em 1540 e também foram fundadas outras congregações.

Além disso, a Bíblia foi traduzida do latim para outros idiomas, estendendo a sua leitura às pessoas que não necessariamente eram intelectuais na Europa.

Fonte: http://www.arquidiocesedebrasilia.org.br/noticias.php?cod=5941

 

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