Paulo César Lino, OFS
Teólogo, catequista e psicanalista clínico.
INTRODUÇÃO
Eu, Paulo César Lino, franciscano secular da Ordem Terceira (OFS), teólogo, catequista e psicanalista clínico, sempre me emociono com a forma como a Igreja Católica Apostólica Romana nos reúne em momentos de graça e renovação. Um desses momentos é o Jubileu, o Ano Santo que, a cada 25 anos, nos chama a olhar para Deus com um coração novo. O Jubileu de 2025, chamado “Peregrinos de Esperança”, foi anunciado pelo Papa Francisco na bula *Spes non confundit* (“A esperança não engana”), publicada em 9 de maio de 2024. Neste texto, quero partilhar com vocês, de forma simples e do fundo da alma, o que esse Jubileu significa, por que ele acontece, como a Igreja cuida de nós, seus fiéis, e como ele nos mostra o amor infinito de Deus por cada um.
O PORQUÊ DO JUBILEU DE 2025
O Jubileu vem de uma tradição antiga, lá do Livro de Levítico (25, 8-13), quando o povo de Israel parava tudo a cada 50 anos para perdoar dívidas e recomeçar. A Igreja pegou essa ideia e a transformou num tempo de misericórdia, começando com o Papa Bonifácio VIII, em 1300. Hoje, a cada 25 anos, celebramos um Ano Santo, e o de 2025 marca os 2025 anos desde que Jesus nasceu entre nós. O Papa Francisco escreveu algo que me tocou fundo: “agora chegou o momento dum novo Jubileu, em que se abre novamente de par em par a Porta Santa para oferecer a experiência viva do amor de Deus” (FRANCISCO, 2024, p. 6). Como franciscano secular, vejo isso como um convite para sermos luz, para levarmos esperança a um mundo que anda tão perdido.
Vejo que o Jubileu “nos convida a sermos peregrinos ativos, carregando a esperança como luz para o mundo” (LINO, 2025, reflexão pessoal). Não é só uma data bonita na história: é Deus nos chamando para viver o Evangelho com alegria, como São Francisco fazia, com os pés no chão e o coração no céu.
O CUIDADO DA IGREJA COM OS FIÉIS
Como catequista e agente da pastoral do Batismo, vejo o quanto a Igreja se desdobra para cuidar dos fiéis nesse tempo. Uma das graças do Jubileu é a indulgência plenária – um perdão total que recebemos ao nos confessarmos, comungarmos, renovarmos a fé e rezarmos pelo Papa. A Penitenciária Apostólica deixou isso bem claro: “esta Penitenciária exorta todos os sacerdotes a oferecer com generosa disponibilidade e dedicação a mais ampla possibilidade dos fiéis usufruírem dos meios da salvação” (PENITENCIARIA APOSTÓLICA, 2024, p. 2). Isso aviva a nossa fé e enche de gratidão: saber que padres do mundo todo vão estar, de portas abertas, prontos para acolher quem busca paz.
E tem as peregrinações, que me emocionam como franciscano. Nem todos podem ir a Roma, então a Igreja abriu “portas santas” em catedrais e santuários perto de nós. O Papa diz que “as igrejas jubilares, ao longo dos percursos e em Roma, poderão ser oásis de espiritualidade onde é possível restaurar o caminho da fé” (FRANCISCO, 2024, p. 11). É a Igreja sendo mãe, nos chamando para perto, cuidando para que ninguém fique de fora.
A DEMONSTRAÇÃO DO AMOR INFINITO DE DEUS
Se pudesse resumir o Jubileu em uma palavra, seria “amor”. Como psicanalista clínico, vejo tantas almas machucadas precisando de cura, e o Jubileu é isso: o amor de Deus que nos abraça sem nos julgar. O Papa Francisco fala que “a indulgência permite-nos descobrir como é ilimitada a misericórdia de Deus” (FRANCISCO, 2024, p. 23). Para mim, isso é um bálsamo – saber que Deus não desiste de nós, mesmo quando tropeçamos mil vezes.
Gosto de pensar que “o Jubileu é o abraço de Deus que nos envolve, mostrando que seu amor não tem fim, mesmo diante de nossas fraquezas” (LINO, 2025, reflexão pessoal). E esse amor chega a todos: o Papa quer visitar os doentes e os presos nesse Ano Santo, um gesto que me lembra São Francisco cuidando dos leprosos. É Deus dizendo: “Você é meu filho, e eu o amo como você é”.
CONCLUSÃO
O Jubileu de 2025 é um presente que a Igreja nos dá e que quero partilhar com vocês. Ele me chama a ser um peregrino de esperança, a viver minha fé com coragem e a enxergar o amor de Deus em cada detalhe. Como teólogo, vejo a beleza da doutrina; como catequista, a alegria de ensinar; como psicanalista clínico, o cuidado com a alma; e como franciscano secular, a simplicidade de seguir Jesus. A Igreja, com suas portas abertas e seu perdão generoso, nos guia nesse caminho. Que, como diz o Papa, a esperança “não engane” (FRANCISCO, 2024, p. 1) e nos faça viver esse Ano Santo com um coração renovado.
REFERÊNCIAS
FRANCISCO. Spes non confundit: Bula de proclamação do Jubileu Ordinário do Ano 2025. Roma: Libreria Editrice Vaticana, 9 maio 2024.
https://www.vatican.va/content/francesco/pt/apost_letters/documents/20240509_bolla-spes-non-confundit.html. Acesso em: 21 fev. 2025.
LINO, Paulo César. Reflexão pessoal. Franciscano secular (OFS), teólogo, catequista e psicanalista clínico. 2025.
PENITENCIÁRIA APOSTÓLICA. Normas sobre a concessão de indulgência no Jubileu de 2025. Roma: Santa Sé, 13 maio 2024.