A vida é feita de fios condutores que fazem fluir toda uma energia vital necessária para o nosso desenvolvimento mental, espiritual e físico. A vida é uma corrente de forças interiores. Desde a vida uterina somos ligados à vida por um cordão. A novenário de nossa gestação e o nosso nascimento estão intimamente ligados ao cordão umbilical. A respiração, o sangue e o alimento foram conectados da fonte originária do ventre materno para o nosso corpo nesta ponte de ligação para manter o nosso organismo vivo.
O cordão formou na história um elo de base e suporte para anéis e selos de identidade. O cordão no pescoço trouxe as pedras e amuletos para mostrar força, boas energias, prosperidade, poder de cura, sorte e proteção, e todos os benefícios para a mente e para o corpo. No mundo da fé, o cordão sustenta medalhas, escapulários e cruz, sinais da presença e da graça divina. Cordões e cordas servem para medir espaços, determinar lugares e conduzir multidão. No Círio de Nazaré, a corda é levada e tocada como um sacramental. Das tribos originárias até os dias de hoje, cordões e cipós são úteis para amarração e sustentação de utensílios e moradias.
No mundo bíblico temos em Eclesiastes 4,12: “O cordão de três dobras não se rebenta com facilidade”, para mostrar que a força divina é indestrutível. O cordão está nas vestes comuns e sacerdotais. Francisco de Assis colocou o cordão para amarrar e regular de um modo simples e confortável a túnica primitiva e hábito de seus frades. O cordão franciscano passa a ser um ícone de uma forma de vida. É preciso trazer em si as vestes da convicção. E no cordão franciscano a presença dos três nós. Eles lembram a segurança dos votos, das promessas, do comprometimento. Os nós são os votos. Fazer votos não é despir-se do próprio ser, mas revestir-se de algo grandioso que dá unicidade ao ser.
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Frei Vitorio Mazzuco
Fonte: Blog Frei Vitório