Acolher e partilhar a diversidade

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Domingo de Carnaval com a família! – Prisca e uma mulher preparam juntos massa caseira

O terceiro Chamado Capitular – “Seremos testemunhas de unidade na diversidade, desenvolvendo nossa identidade multicultural e nossos relacionamentos com toda a comunidade da vida” – focaliza nossos pensamentos no fato de sermos testemunhas de “unidade na diversidade”.

As diversidades, em relação à nossa própria cultura e ao nosso estilo de vida ou à nossa mentalidade, podem bloquear a nossa relação com o Outro; no entanto, se as acolhemos e as partilhamos, nos damos conta de que vivemos a comunhão e podemos dizer, como Madre Francisca: “Ajamos por amor e falemos bem uns dos outros, umas das outras. Cumpramos este dever de amor mútuo na fidelidade…”.

Há muitos anos, nós dois – Calogero e Prisca, Afiliado e Afiliada das Irmãs Franciscanas dos Pobres na Itália – frequentamos um lar de acolhimento para jovens mães com crianças, tipicamente de nacionalidade não italiana, atravessando um período de dificuldade porque estão sozinhas e/ou sem sustento financeiro nenhum ou por outro género de inconveniente. O lar foi aberto há cinco anos atrás pelo nosso pároco, e desde então voluntariámo-nos para dar a nossa contribuição: uma ou duas vezes por mês, visitamos estas mulheres passando meio dia com elas e as suas crianças.

A nossa vivência destes anos foi mesmo a de acolher e nos enriquecer das diversidades das pessoas que encontramos: tantas mães jovens de culturas e nacionalidades várias, com as suas experiências de vida, às vezes complicadas e muitas crianças que, entre uma brincadeira, uma gargalhada, umas birras e as  choradeiras animam o lar e nos dão a energia necessária. A busca da serenidade, mesmo num dia-a-dia às vezes complicado; a escuta recíproca, o sorriso nunca negado são o que nos irmana. Sentimos um afeto quase materno/paterno para com aquelas jovens mães, que vivenciam a distância dos afetos familiares, e para com aquelas crianças tão desejosas de atenção, que ao chegarmos nos acolhem com gritos de alegria.

Nosso serviço é muito concreto: trazemos o necessário para o almoço e outros víveres úteis. Prisca ajuda na cozinha, antes de tudo fazendo a limpeza e arrumando, junto com algumas das mães, e enfim na preparação do almoço. São bons momentos de comunhão: enquanto a gente trabalha, dialoga, se escuta mutuamente, troca conselhos e se sente amada e aceitada. Calogero, por seu lado, ajuda uma operadora no entretenimento das crianças com jogos e diversões, para aliviar a preocupação das mães de cuidarem dos filhos constantemente.

Calogero ajuda nas atividades com as crianças

“Os meus filhos têm quase trinta anos, cuidar das crianças do lar faz-me voltar no tempo. Meio dia passado com elas, incansáveis e sempre ao teu lado, é mesmo um teste de força. Estou grato da oportunidade de experimentar que o amor pelos outros, e em especial para estas criancinhas, se expressa com simples gestos de ternura, atenção e correção, que são todos necessários para seu desenvolvimento.” Calogero

“A experiência que eu vivo ao colocar-me em relação com estas jovens mães é a de acolhê-las, aceitá-las e amá-las assim como elas são, com seus tempos, seus hábitos e culturas. Isto ajuda-me também a praticar o respeito para com as pessoas que me estão próximas no meu dia-a-dia, na minha própria família, para com os amigos e no meu ambiente laboral, tentando sempre ser testemunha de unidade.” Prisca

Antes da pandemia ficávamos também a almoçar juntos com eles, para criar um lindo momento de comunhão familiar. As atuais restrições não nos permitem de o fazer, porém mesmo assim a gente sente um clima de amor circulando e sanando as chagas de cada um/a, tanto assim que quando vamos embora, recebemos sempre uma boa despedida, pois quer as mães quer as crianças falam: “voltem depressa!”.

Prisca e Calogero, Afiliados SFP

Fonte: Irmãs Franciscanas dos Pobres

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