Duque da Terceira Ordem (1320-1364). Aprovou seu culto São Pio X no dia 14 de dezembro de 1904.
Carlos de Blois, Duque da Bretanha, nasceu em 1320, filho de Guido de Chatillon e de Margarida de Valois, irmã do rei de França Felipe VI. Aos seus dotes intelectuais e materiais unia profundas virtudes cristãs: piedade, humildade e espírito de sacrifício.
No dia 4 de junho de 1337 casou-se com Joana de Penthiève, sobrinha do Duque da Bretanha e sua principal herdeira. Morto João III da Bretanha no dia 30 de abril de 1341, Carlos, para defender os direitos de sua esposa, pegou em armas contra João de Monfort, que reivindicava para si o ducado. Esta luta de sucessão, um capítulo da guerra dos cem anos, transformou a Bretanha num campo de batalha, onde se enfrentaram França e Inglaterra, aliadas dos partidos de oposição. Carlos, leal cavaleiro, lembrou-lhe o dever de combater, apesar de sua índole o levar para uma vida de contemplação e oração.
Com efeito, escrevia mais tarde: “Melhor teria sido se fosse Frade Menor, porque o povo da Bretanha não consegue ter paz por causa de nossas lutas e, no entanto, não posso fazer nada sem o conselho dos barões”.
De 1341 a 1347, a guerra lhe foi favorável; neste período, trouxe para a Igreja dos franciscanos de Guingamp ornamentos suntuosos e fez construir uma capela real dedicada ao bispo São Luis de Anjou. Nesta mesma igreja ingressou na Terceira Ordem Franciscana Secular, esforçando-se toda sua vida para seguir a Regra e a Espiritualidade franciscanas.
No dia 20 de junho de 1347 foi preso na batalha de Roche-Derrien, padecendo numa prolongada e dolorosa prisão em Londres de 1348 a 1356. Naqueles anos escreveu a biografia de seu santo predileto, São Ivo da Bretanha, cuja canonização havia obtido do Papa.
Liberado da prisão pode gozar de uma paz relativa. Em 1363, a guerra foi retomada apesar das negociações, e em 29 de setembro de 1364 Carlos sucumbiu na batalha de Auray. Seu corpo, revestido do cilício e do hábito franciscano, foi sepultado na igreja dos franciscanos de Guingamp. Não demorou muito e o povo o venerou como santo. Sete anos depois de sua morte, Joana de Penthiève deu início ao processo para a sua canonização. Finalmente foi beatificado por São Pio X.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.
Disponível em Província Imaculada Conceição