Em Minas Gerais, nossas ações de JPIC ao longo da quarentena têm se concentrado em duas frentes de trabalho. A primeira delas é a assistência às famílias em situação de vulnerabilidade social, sendo parte desta assistência feita através de iniciativas paroquiais, juntamente com o auxílio de leigas e leigos e de vicentinos na arrecadação de alimentos e entrega de cestas básicas. Em Belo Horizonte, capital do Estado e foco das contaminações do COVID-19 em Minas, a Pastoral da Misericórdia, que desde 2005 atende famílias empobrecidas na região do bairro Pompeia (onde estão os capuchinhos), vem fortalecendo sua atividade assistencial. Apesar das medidas preventivas terem afetado o trabalho dos agentes de pastoral na linha de frente, 60 famílias continuam sendo regularmente atendidas pela Pastoral.
Diante do agravamento nas transmissões do novo coronavírus na capital mineira e da prorrogação da quarentena, a demanda de famílias para receber auxílio alimentício aumentou em toda a região metropolitana. Frente a essa situação, foi organizada uma campanha arquidiocesana, a “Solidariedade em Rede”, que tem atuado de forma colaborativa entre as paróquias da Arquidiocese para ajudar o máximo de pessoas que nos acorrem todos os dias. Com a parceria, a nossa paróquia capuchinha em Belo Horizonte aumentou em quase 50% a capacidade de auxiliar outras pessoas necessitadas. Além das cestas básicas, temos conseguido oferecer kits de limpeza e higiene pessoal, ajudar na aquisição de remédios, verduras e legumes – a depender das necessidades imediatas das famílias que vem ao nosso encontro. E, agora, com a aproximação do inverno, já iniciamos também a arrecadação de agasalhos para o frio que em breve serão encaminhadas para quem mais necessita.
A outra frente de trabalho, organizada pelos freis, trata-se de uma campanha virtual para incentivar as doações de sangue. A campanha iniciou em 8 de maio, na memória do nosso irmão enfermeiro, Beato Jeremias de Valáquia, e objetiva animar os irmãos em todas as fraternidades da Província a este gesto solidário. A campanha é estendida ao povo de Deus que nos acompanha na vida eclesial de nossas paróquias.
A campanha de doação de sangue é reforçada por outra campanha, a do “Junho Vermelho”, que pretende conscientizar a população mineira da importância deste gesto. Viviane Guerra, da Fundação Hemominas, ressalta que “o sangue é um remédio diferente dos outros: não conseguimos fabricar, nem comprar. Dependemos, exclusivamente, da solidariedade daqueles que comparecem para doar”.
Em Minas Gerais, o Hemominas atende cerca de oito mil pacientes mensalmente. O mês de junho, geralmente, é o que tem menos oferta no estoque de sangue devido aos problemas de saúde relacionados ao inverno. Este ano, o déficit de doações é agravado por causa da pandemia. As medidas de distanciamento social dispersaram os doadores. Por isso, é importante ressaltar também que as doações de sangue não podem parar, independente do clima frio e da pandemia. Os núcleos de captação das doações estão preparados com todas as medidas preventivas e procedimentos adequados para não expor os doadores e doadoras ao coronavírus. Solidarize-se! Doe sangue!
Frei Warley Alves de Oliveira, OFMCap – Animador de JPIC da Província dos Capuchinhos de Minas Gerais
Fonte: Capuchinhos do Brasil /CCB