Francisclareando – Santa Clara Clareou

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A luz que emana de Clara não ficou presa em São Damião, nem em Assis. Desde aí foi rompendo fronteiras, cruzando montanhas, atravessando mares… e o mundo se encheu com sua claridade. Ela já foi anunciada à sua temerosa mãe, como “uma luz que vai deixar a própria luz mais clara (LSC 4). Por causa desta palavra recebeu o nome de Clara” (2LV V). E, apenas dada à luz, a pequena Clara começou a brilhar com luminosidade muito precoce…e a resplandecer na tenra infância pelos bons costumes” (LSC 3). E, “o que era pequeno cresceu como mil, a pedrinha minúscula transformou-se em alta montanha, da pequena fonte saiu um vasto rio, que se derramou pelo mundo. Sua água rega o mundo” (2LV IV).

Francisco se deu conta desde os primeiros encontros com Clara que esta lâmpada tinha um potencial iluminador de altíssima qualidade e tratou de alimentar com o melhor azeite sua chama. Diz-nos a Legenda que, nestes encontros, “suas palavras pareciam flamejantes” (LSC 5,4). E as paredes da nobre casa paterna não puderam conter o fogo que ardia e ardia sempre mais.

Vencida a barreira que a separava do “abraço ao Cristo pobre, como virgem pobre” (2In 18), encerra-se nos estreitos limites de São Damião e aí, “mesmo encerrada, Clara começou a clarear todo o mundo e refulgiu preclara pelos motivos de louvor” (LSC 11,3).

A reconhecida sensatez de Clara, aliada à sua oração incessante, emprestou luz ao processo de discernimento de Francisco: “Vai a Soror Clara … que rogue devotamente a Deus seja de agrado mostrar-me o que mais me convém: se me dedicar à pregação ou somente à oração”. O discernimento veio claro: “Deus não o chamou a este estado somente para si; mas para que ele obtenha fruto as almas e que muitos sejam salvos por ele” (cf. Fior 16).

De muitas maneiras, fez Clara brilhar sua luz. Numerosos milagres nos atestam a força iluminadora desta frágil vela, que se foi consumindo no altar da vida inteiramente consagrada ao Senhor, através do serviço maternal às Irmãs, aos doentes, aos pobres, à Igreja que logo depois de sua morte, colocou esta lâmpada sobre o candeeiro e universalizou seu fulgor, proclamando: “Na terra resplandeceu Clara com as suas luminosas obras. No céu irradia Clara a plenitude da luz divina… Clara bendita, adornada com tantos títulos de claridade! Clara fostes antes da conversão, e mais clara ainda depois dela….

Admirável claridade de Santa Clara … Se já luzia no século, resplandeceu na vida religiosa. Se na casa paterna foi um raio luminoso no claustro brilhou com todo o fulgor. Se brilhou na terra, resplandeceu no céu. Como era grande a força desta luz e como era forte a claridade do seu brilho! Apesar de encerrada no segredo do claustro, esta luz irradiava para o exterior; embora recolhida entre paredes de um mosteiro, esta luz era projetada para todo o mundo; protegida no interior, irradiava para o exterior” (cf. BC 6-14).

Clara como o sol, iluminou o meu caminho. … Que digam ‘sim’ os passos meus.
Informações adicionais

Por: Irmã Maria Fachini

Fonte: CICAF

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