A Igreja olha para si mesma nos jovens. Vocês, jovens, são a esperança da Igreja que, precisamente sob estes aspectos (paz no mundo e justiça dos homens), em vocês se vê a si mesma e a sua missão no mundo. O caminho da paz é o caminho dos jovens. (João Paulo II)
Pensar em juventude é pensar no futuro, no amanhã e, consequentemente, mergulhar na esperança de um mundo melhor, mais fraterno, feliz, bondoso, misericordioso, mais cristão. Infelizmente, aos nossos olhos surgem alguns fatos que nos deixam desconfiados deste futuro: as incertezas da juventude sobre o amanhã, a busca de caminhos confusos, decisões vazias e vulneráveis, tudo isto nos faz pensar e perguntar: “que futuro nos virá?”.
A Igreja não deixa de pousar o seu olhar acolhedor nesta fase da vida tão essencial e importante, não cansa de enviar e ensinar a juventude a “construir sua casa sobre a rocha firme”, abre os braços para abraçar a cada um que queira seguir verdadeiramente as pegadas do Senhor e Mestre, Jesus Cristo. Creio que cada um de nós ao pensar sobre o afeto que a Igreja tem pela juventude se recorde de João Paulo II.
O Papa João Paulo II (1920-2005) tinha um carinho muito especial pelos jovens e, com certeza, o carinho era recíproco. Escreve muito a eles, tem um olhar profundo e aguçado às problemáticas que enfrentam e, longe de ser indiferente, lutava por buscar junto soluções aos desafios que enfrentavam. Sabia que nos jovens está colocado o tesouro do futuro, tanto da sociedade, como da humanidade e da Igreja O que se colherá amanhã, virá da semeadura dos jovens hoje. É a juventude que permeia toda a vida, o entusiasmo de viver, que se reflete em todos os aspectos da vida humana. O Papa faz questão de deixar isto claro: “Vocês, jovens, encarnam precisamente esta juventude: vocês são a juventude das nações e das sociedades, a juventude de todas as famílias e da humanidade inteira; vocês são também a juventude da Igreja. Todos temos o olhar voltado na sua direção, uma vez que todos nós, em certo sentido, nos tornamos continuamente jovens, graças a vocês. E, por isso, a sua juventude não é somente coisa própria de vocês, propriedade pessoal ou de uma geração: ela faz parte do conjunto daquele espaço que cada um dos homens percorre no itinerário da sua vida e, ao mesmo tempo, é um bem especial de todos. É um bem da própria humanidade” . A juventude, segundo João Paulo II, é um bem a toda a humanidade, por isso há de aprofundar esta virtude de ser jovem, de dar o rosto, a feição da juventude em cada coisa que se faz, a missão de toda a Igreja há de ter este caráter juvenil, de Boa-Notícia, caso não, será ineficaz, amorfa, sem vida. Neste sentido, ele escreveu uma carta apostólica aos jovens e às jovens do mundo inteiro, por ocasião do ano internacional da juventude, em 1985, sete anos após ter sido eleito papa.
Desde aquela época, o papa tinha muito claro a missão do jovem cristão, da sua importância e singularidade. Por isso, ressalta e alerta a cada jovem a viver aquilo que está em IPd 3, 15 “…antes, santificai a Cristo, o Senhor, em vossos corações, estando sempre prontos a dar razão da vossa esperança (fé) a todo aquele que vô-la pede”. O jovem deve ser fermento na massa. Capaz de entusiasmar o mundo pelo seu ideal de vida e de seguimento a Deus.
Cabe ao jovem o futuro, a mudança daquilo que há de vir, por isso, o olhar de extrema importância e ternura da Igreja. Olhar que revela também uma grande preocupação sobre a responsabilidade de cada jovem em assumir aquilo que é proposto pela Igreja, seus mandamentos, sua fé, contemplando sempre a figura do Filho de Deus, Jesus Cristo, servo fiel do povo. Afirma João Paulo, “a vocês cabe a responsabilidade daquilo que um dia se tornará atual com vocês e que, por enquanto, ainda é futuro “.
Não podemos esquecer que o momento da juventude é de descoberta, em que cada jovem é convocado a encontrar sua vocação, sua missão, na Igreja, na sociedade, enfim no mundo que tanto necessita dele. O jovem há de olhar para si mesmo e saber que vive segundo a graça de Deus e que só saberá sua verdadeira missão e vocação a partir d’Ele. O véu do futuro, do ideal e da missão abre-se na juventude, desvelando a riqueza da descoberta do próprio “eu” humano. Momento de descobrir e conjuntamente programar, escolher, prever e assumir as primeiras decisões de maneira pessoal.
Momento de saber sua vocação e missão, na Igreja, na sociedade e no mundo. Caro jovem, já pensou nisto? Qual a sua missão e vocação na sociedade e na Igreja? A que Deus te chama?
Por: Tenda Franciscana
Fonte: http://despertarfranciscano.com/juventude-aos-olhos-da-fe-2.html