“Não devemos nos preocupar se o ministério do catequista é instituído ou não. Nossa missão é servir”, diz Pe. Jânison

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A Super Semana da Catequese terminou neste domingo (29/08), no Dia do Catequista, tendo como convidado Pe. Jânison de Sá (@pe.janisonsa), doutor em Teologia pela Pontifícia Universidade Salesiana de Roma e assessor da Comissão Episcopal Pastoral para a Animação Bíblico-Catequética da CNBB.

Natália França, como fez durante toda a semana, conduziu este encontro às 19 horas virtualmente pelo canal da Editora Vozes, na sua página no YouTube.

Pe. Jânison lembrou no início que o Dia do Catequista foi criado pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) em sua XIX Assembleia Geral, que aconteceu de 17 a 26 de fevereiro de 1981, em Itaici (SP), fazendo parte do Mês Vocacional. É neste contexto de um mês todo dedicado às vocações que se celebra o Dia do Catequista.

“Queridos catequistas, parabéns no dia de hoje! Eu também sou catequista há mais de 30 anos e amo esta missão”, revelou. “Nossa gratidão a todos. Este é um momento de agradecer e louvar a Deus pelo grande bem que fazem tantos homens e mulheres, particularmente mulheres, que se dedicam a esta atividade, a esse ministério tão bonito que é a catequese na Igreja”, ressaltou.

O tema de Pe. Jânison foi a instituição do ministério do catequista, instituído pelo Papa Francisco em maio deste ano, por meio do Motu proprio “Antiquum ministerium”.

Segundo ele, a carta apostólica do Papa Francisco confia às Conferências Episcopais (CNBB) a tornarem realidade o ministério instituído do Catequista, estabelecendo o itinerário formativo necessário e os critérios normativos para o acesso ao mesmo, encontrando as formas mais coerentes para o serviço que estas pessoas serão chamadas a desempenhar na Igreja.

“Essa carta foi um grande presente para nós, valorizando sempre mais a vocação do catequista e os ministérios laicais na Igreja”, observou o palestrante, que ilustrou o início de sua fala com trecho que propõe a Carta Apostólica de São Paulo aos Coríntios, 12, 4-7: “Há diversidade de dons, mas o Espírito é o mesmo. Há diversidade de ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Há diferentes atividades, mas é o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é dada a manifestação do Espírito, em vista do bem de todos”.

“Essa diversidade vai enriquecer o corpo de Cristo que é a Igreja. Todos nós recebemos esses dons mas todos eles em vista do bem comum. Então, o Ministério do Catequista existe em vista do serviço exercido em favor da comunidade eclesial comunitária, dos catequizandos, adolescentes e adultos. Do bem comum, e de todos como Igreja. Essa diversidade vai enriquecer o Corpo de Cristo que é a Igreja”, explicou o sacerdote.

Para explicar esse novo ministério, Pe. Jânison destacou o que não é ministério. “O ministério não é poder ou superioridade, prêmio, serviço tapa buraco, promoção, disputa, honra e ativismo”, explicou.

O palestrante também explicou a tipologia dos quatro ministérios:

Ministérios Reconhecidos: a Igreja “reconhece” uma situação ministerial significativa, já presente e atuante na comunidade. É temporário segundo as circunstâncias.

Ministérios Confiados: exercidos após nomeação ou designação especial, por um gesto litúrgico.

Ministérios Instituídos: conferidos com um rito litúrgico próprio, chamado “instituição” (Leitor, acólito e agora do catequista).

Ministérios ordenados: conferidos pelo sacramento da Ordem (diáconos, padres e bispos).

Segundo ele, no próximo ano teremos ministros instituídos da catequese.

É importante ter o quadro abaixo como referência: a catequese de inspiração catecumenal, como caminho para formar discípulos missionários de Jesus Cristo.

Segundo o palestrante, o Ministério do Catequista está a serviço da Palavra de Deus (AM 1-2). Ele é alguém que anuncia a Palavra de Deus. “Os diferentes ministérios podem parecer novos, mas ligados à experiência da Igreja desde o início do cristianismo. Reconhece o ministério do catequista, entre outros, como precioso para a vida e a missão da Igreja (EN 73).

Pe. Jânison, contudo, trouxe um trecho da carta de São João Paulo II ( A catequese hoje, Catechesi Tradendae), onde afirma que os catequistas leigos/as devem ser cuidadosamente formados para exercerem uma missão de grande importância na Igreja, mesmo não recebendo um ministério formalmente instituído.

“Isso significa que não devemos nos preocupar se ele é instituído ou não. Nossa missão é servir. De qualquer maneira estamos servindo, realizando um serviço precioso, de excelência na Igreja”, ponderou o sacerdote.

O sacerdote destacou que a catequese é um processo formativo, sistemático, progressivo e permanente de educação da fé. “Promove a iniciação à vida comunitária, à liturgia e ao compromisso pessoal e com o Evangelho. Mas prossegue pela vida inteira aprofundando essa opção e fazendo crescer no conhecimento”, explicou.

Portanto, enfatizou: A catequese não termina. “Enquanto vivermos, estamos aprendendo. Enquanto vivermos estamos nessa escola de Jesus, nessa opção, fazendo crescer no conhecimento na participação e na ação”, acrescentou.

Na sua apresentação, disponível na página da Vozes, o sacerdote fez uma apresentação didática de todo o significado da instituição deste ministério.

“Nós, os educadores da fé, no conjunto orgânico dos ministérios que assumem a vida e a missão da Igreja, assumem a tarefa de, no seio da comunidade eclesial missionária, educar na fé aqueles e aquelas que, tendo recebido a palavra do Evangelho, a acolheram globalmente e a ela aderiram de mente aberta e coração sincero”, disse.

Algumas dúvidas esclarecidas por Pe. Jânison:

1. Quando teremos o rito de instituição?
Precisamos aguardar que chegue de Roma (Congregação para o Culto Divino e Disciplina dos Sacramentos)

2. A proposta formativa e os critérios para a instituição (Conferência Episcopal)
Até o final do ano chegará às Dioceses.

3. Todos serão instituídos?
Serão elaborados alguns critérios, como por exemplo: Ter idade mínimo de 20 anos; participar na comunidade eclesial missionária; participar das escolas catequéticas e abertura para a formação permanente; dar testemunho de fé; ter recebido os sacramentos da IVC; formação imediata antes de receber o ministério.

Pe. Jânison encerrou a Semana com a bênção do Catequista.

Fonte: Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

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