No processo da Escuta Missionária

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“Espírito de novos começos, permaneça conosco neste momento”

Com essa invocação à Divina Ruah, no dia 16 de junho realizamos o encontro para continuar discernindo e juntas seguir o caminho no processo de reorganização da congregação, agradecendo cada momento vivido neste contexto tão cruel da pandemia COVID-19.

Com palavras animadoras, nossa Ministra Geral irmã Ana Macedo, destacou algumas atitudes indispensáveis no processo: gratidão, criatividade, abertura e disposição pessoal.

Este encontro foi um momento valioso para continuar as iniciativas do processo de reorganização, contemplando e discernindo nossas áreas e espaços de missão. Cada irmã, na missão diferente que realiza, enriquece e embeleza nossa família religiosa. Por isso, queremos percorrer este caminho com amor, delicadeza, convicção e esperança.

É um tempo de escuta, em que se destaca a alegria, a felicidade, a esperança que esse processo provoca, sem deixar de lado os medos, as inseguranças que fazem parte de nossas limitações, mas não é um obstáculo para continuar avançando. É só deixar-se levar pela Divina Ruah!

A experiência de compartilhar em pequenos grupos nos permitiu fortalecer os laços de irmandade com aquelas que já conhecemos e nos alegramos, com as que nos encontramos pela primeira vez, e pela riqueza de ouvir o relato da experiência missionária que realizam. O compartilhamento nesses grupos nos permitiu ter uma visão sintética do processo desde uma perspectiva mais próxima, pois cada uma pode se expressar como se sente nesse caminho.

Todas sentimos que é um processo que requer oração, discernimento, acompanhamento e leituras. Apesar da pandemia, a congregação está se reorganizando, embora virtualmente. Às vezes nos sentimos literalmente “fora do ar”, devido às tecnologias que devagar vamos conhecendo. Cada uma, porém, se sente convidada a participar como parte integral e ativa, de acordo com o que lhe cabe realizar: escrever ou estudar os materiais, participar de reuniões, orar, apoiar a equipe de reorganização e incentivar a pequena irmandade para que todas confiem no processo, ainda que em meio às inseguranças inevitáveis.

Foi ressaltado que precisamos ampliar nossos horizontes, abrir a mente e o coração, sentir a atuação do Sopro da Ruah, deixar-nos surpreender e desafiar, manter a atitude de “aprendiz”, mas com criatividade, ousadia, esperança, tranquilidade e fidelidade a Deus e aos pobres, o que requer a capacidade de reinventar a vida e a missão congregacional “sem perder de vista nosso ponto de partida”.

No entanto, há também momentos de inseguranças diante do novo e do desconhecido. É algo a ser construído, mas a perspectiva ainda não está clara. Há também ansiedades e desesperanças sobre o fechamento de casas, mortes de irmãs, problemas de saúde, forças em declínio, excesso de trabalho, poucas jovens, irmandades que estão geograficamente isoladas.

Diante de tudo isso é urgente priorizar e definir as áreas onde queremos atuar, considerar os aspectos pessoais de cada irmã que se dispõe a colaborar na missão, no cuidado das irmãs que precisam de apoio, bem como em outras áreas, de acordo com as capacidades, possibilidades e formação de cada uma.

Apesar de tudo, nos sentimos desafiadas a continuar ouvindo os gritos da realidade nos espaços onde estamos inseridas. Não podemos desanimar. É verdade que precisamos rever, repensar e reorganizar nossa vida e missão com discernimento, mas não perdendo o foco do nosso carisma e diaconia nas atividades que assumimos.

Intensificar a vivência da espiritualidade bíblico-francisclariana é de vital importância neste momento do processo de reorganização. Ela nos leva à conversão pessoal e comunitária, nos ajuda a levar em conta nossos sonhos, mas também nossa condição humana e nossos limites. Temos grandes possibilidades e muitas debilidades. É necessário, portanto, ver o que pode ser fortalecido, levando em conta o grupo que somos, tão diverso nas idades.

Diante dessa realidade é importante adequar as pernas ao coração e à cabeça, priorizando os países onde temos irmãs nativas e outras regiões que podem ter uma característica diferente. Estar em menos países para poder fortalecer as irmandades, além de focar e cuidar da formação das novas irmãs. Se deve considerar a preparação profissional tendo em vista o carisma e a missão. E acima de tudo confiar na Providência e na ação Divina vivendo a gratuidade de cada dia porque não somos “supermulheres”.

Assim seguimos, como Madalena, sendo anunciadoras da vida e esperança.

Fonte: CICAF

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