Os franciscanos nos caminhos do Jardim Peri Alto

951

A comunidade paroquial Santa Cruz celebrou com muita alegria a chegada da nova Fraternidade Franciscana da Província da Imaculada Conceição para o serviço do Povo de Deus presente no Jardim Peri Alto, Zona Norte de São Paulo.

Numa noite histórica, os frades chegaram em peso a esta região da Brasilândia, liderados pelo seu confrade, o bispo franciscano capuchinho Dom Carlos Silva, OFMCap, bispo auxiliar da Arquidiocese de São Paulo, que presidiu a Celebração Eucarística, às 18 horas deste domingo, 6 de fevereiro, dando posse à nova Fraternidade, formada pelo novo pároco Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa, o vigário paroquial Frei Marx Rodrigues dos Reis e o irmão leigo Frei João Lopes da Silva.

Esta celebração teve a presença do Ministro Provincial Frei Paulo Roberto Pereira; do Vigário Provincial Frei Gustavo Medella; do Definidor Frei Robson Scudela; do coordenador do Serviço Franciscano de Solidariedade Frei José Francisco de Cássia dos Santos e os frades das três Fraternidades presentes em São Paulo: Convento São Francisco, Paróquia Santo Antônio do Pari e Paróquia São Francisco de Assis da Vila Clementino. Os funcionários do Serviço Franciscano de Solidariedade também estiveram presentes.

“Hoje, estamos em festa. Que alegria poder receber todas as nossas comunidades neste dia do Senhor e hoje, de forma especial, os nossos irmãos franciscanos que assumem esta Paróquia. No momento oportuno vamos apresentá-los, mas quero acolher o Ministro Provincial, Frei Paulo Roberto Pereira, que tem esse serviço de animar na fé, no caminho da espiritualidade, todos esses irmãos. A saudação franciscana que vocês vão ouvir aqui é esta: ‘Paz e Bem!’”, saudou o bispo, convidando, em nome da Região Episcopal Brasilândia, o Padre Reinaldo Torres para ler a nomeação do pároco e do vigário desta Paróquia. Antes do início da celebração foi feita a profissão de fé na Sacristia. O Pe. Evander Bento Camilo, da Região Episcopal, também estava presente.

Dom Carlos apresentou Frei Carlos e Frei Marx e explicou ao povo que na vida franciscana, onde se vive em fraternidade, “tem tantas formas de a gente ser frade. Alguns têm ministério sacerdotal, outros não. E nem por isso tem menor importância do que aqueles que têm o ministério. Vai compor aqui com a gente um outro frade: Frei João”.

O povo de todas as Comunidades – Sagrada Família, São João Batista, Nossa Senhora da Consolata, Santo Antônio, São Judas Tadeu, Nossa Senhora Aparecida, São Mateus e Santa Cruz – marcou presença nesta data histórica, guardando os devidos cuidados sanitários.

Antes de proclamar o Evangelho, Frei Carlos recebeu do bispo o Livro dos Evangelhos, uma vez que é seu dever anunciar a Palavra de Deus a todas as pessoas, sem distinção. “Recebe o Evangelho de Cristo, do qual foste constituído mensageiro. Transforma em fé viva o que lês, ensina aquilo que crês e procura realizar o que ensinas”, rezou Dom Carlos.

Caminhar o caminho

Na sua homilia, Dom Carlos saudou a todos e dirigiu-se especialmente à mãe de Frei Carlos: “São Francisco disse que a mãe de um frade é a mãe de todos eles. E aqui tem a mãe de um frade. Dom Lúcia é a mãe de Frei Carlos. Que alegria tê-la conosco!”

Segundo Dom Carlos, o tema central da liturgia deste 5º Domingo do Tempo Comum fala da vocação e da palavra envio. “A palavra envio, literalmente, significa ser colocado no caminho. E, hoje, com a graça de Deus, pela bondade da Província da Imaculada Conceição dos frades franciscanos, nós colocamos no caminho de Cristo, no caminho desta Paróquia e dessas Comunidades, estes três frades que foram apresentados: Frei João, Frei Marx, Frei Carlos. Muito obrigado por fazerem o caminho conosco”, enfatizou Dom Carlos.

“Me lembro o dia que chegou aqui o Frei Gustavo, o Frei José Francisco e Frei Mário Tagliari. Os primeiros forasteiros chegaram aqui. Eu joguei a rede e pesquei todos esses frades para que viessem fazer parte, com a gente, do caminho. Porque eles queriam redimensionar a Província, queriam avançar para águas mais profundas e ouviram aquilo que Jesus falou para Pedro e os demais apóstolos no Evangelho: ‘Não tenham medo’. Eu gosto tanto dessa expressão. Essa expressão na Sagrada Escritura aparece 365 vezes, do livro do Gênesis ao livro do Apocalipse. Para dizer que cada dia da nossa vida o Senhor diz: ‘Não tenham medo, avancem para águas profundas’”, explicou Dom Carlos.

“E nesse milagre da vida, Frei Marx, Frei João e Frei Carlinhos, que vocês possam pedir ajuda. Vocês terão muita ajuda aqui. Vocês poderão contar com muita gente, porque tem muitos peixes. Vocês serão pescadores de homens e façam isso do jeito que fez nosso Pai São Francisco: com simplicidade, com humildade, com pobreza, sem soberba, com a ‘Paz e Bem’”, disse o celebrante.

Dom Carlos pediu a graça de Deus à nova Fraternidade: “São Francisco de Assis se converte com 23 anos e morre com 44 anos. Vive na graça 20 anos e, quando está morrendo, diz aos irmãos: ‘Irmãos, até agora pouco ou nada fizemos. Vamos começar tudo de novo’. Muito obrigado Frei Paulo, Frei Gustavo, Frei José Francisco, Frei Mário, Frei Marx, Frei Carlinhos, Frei João porque querem começar conosco, porque querem fazer caminho conosco. Que Deus nos ajude. Tenham paciência com os irmãos e tenham paciência com nosso povo. Que São Francisco continue inspirando e pedindo ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo por cada um de vocês! Bem-vindos, irmãos franciscanos, à nossa região Brasilândia!”, exortou.

Segundo Dom Carlos, o tema central da liturgia deste 5º Domingo do Tempo Comum fala da vocação e da palavra envio. “A palavra envio, literalmente, significa ser colocado no caminho. E, hoje, com a graça de Deus, pela bondade da Província da Imaculada Conceição dos frades franciscanos, nós colocamos no caminho de Cristo, no caminho desta Paróquia e dessas Comunidades, estes três frades que foram apresentados: Frei João, Frei Marx, Frei Carlos. Muito obrigado por fazerem o caminho conosco”, enfatizou Dom Carlos.

“Me lembro o dia que chegou aqui o Frei Gustavo, o Frei José Francisco e Frei Mário Tagliari. Os primeiros forasteiros chegaram aqui. Eu joguei a rede e pesquei todos esses frades para que viessem fazer parte, com a gente, do caminho. Porque eles queriam redimensionar a Província, queriam avançar para águas mais profundas e ouviram aquilo que Jesus falou para Pedro e os demais apóstolos no Evangelho: ‘Não tenham medo’. Eu gosto tanto dessa expressão. Essa expressão na Sagrada Escritura aparece 365 vezes, do livro do Gênesis ao livro do Apocalipse. Para dizer que cada dia da nossa vida o Senhor diz: ‘Não tenham medo, avancem para águas profundas’”, explicou Dom Carlos.

“E nesse milagre da vida, Frei Marx, Frei João e Frei Carlinhos, que vocês possam pedir ajuda. Vocês terão muita ajuda aqui. Vocês poderão contar com muita gente, porque tem muitos peixes. Vocês serão pescadores de homens e façam isso do jeito que fez nosso Pai São Francisco: com simplicidade, com humildade, com pobreza, sem soberba, com a ‘Paz e Bem’”, disse o celebrante.

Dom Carlos pediu a graça de Deus à nova Fraternidade: “São Francisco de Assis se converte com 23 anos e morre com 44 anos. Vive na graça 20 anos e, quando está morrendo, diz aos irmãos: ‘Irmãos, até agora pouco ou nada fizemos. Vamos começar tudo de novo’. Muito obrigado Frei Paulo, Frei Gustavo, Frei José Francisco, Frei Mário, Frei Marx, Frei Carlinhos, Frei João porque querem começar conosco, porque querem fazer caminho conosco. Que Deus nos ajude. Tenham paciência com os irmãos e tenham paciência com nosso povo. Que São Francisco continue inspirando e pedindo ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo por cada um de vocês! Bem-vindos, irmãos franciscanos, à nossa região Brasilândia!”, exortou.

Segundo Frei Gustavo, referindo-se ao Evangelho deste domingo, a Província Franciscana já esteve laçando redes nesta área da Zona Norte. “Entre os anos de 1970 e 2001, tivemos uma Fraternidade Evangelizadora na Paróquia Nossa Senhora de Fátima, na Vila Dionísia. Depois, nos balanços do barco da história, partimos para lançar as redes em outros mares. No entanto, como não somos nós que nos navegamos, mas quem nos navega é Deus – para parafrasear os versos da canção – novamente fomos chamados para lançar as redes por aqui”, recordou.

“E o primeiro chamado veio há algum tempo quando, em junho de 2014, nosso Serviço Franciscano de Solidariedade (SEFRAS) iniciou uma presença aqui no Jardim Peri, num projeto que atende crianças e adolescentes do horário do contraturno escolar. Ali o Senhor já estava acenando para nós: ‘Voltem a lançar as redes aqui!’. No ano passado, o Mestre voltou a insistir, desta vez na voz do Bispo da Região Brasilândia, nosso confrade capuchinho Dom Frei Carlos da Silva que, em setembro do ano passado, procurou a Província apresentando o convite para abraçar a missão Evangelizadora na Paróquia da Santa Cruz. Dom Carlos lançou as redes e pescou, ou melhor, pescou-nos”, contou o Vigário.

“Nossa Fraternidade se comoveu com o apelo e percebeu neste chamado o convite do próprio Jesus. Afinal, no ano em que Dom Paulo Evaristo Arns, cardeal da resistência, frade franciscano, amigo dos pobres, o arcebispo das periferias, completaria cem anos de vida, a Província que o gerou para a vida Franciscana teria a oportunidade de sair mais uma vez à periferia desta imensa cidade, recebendo o privilégio de animar uma paróquia dedicada à Santa Cruz, recordando que o aniversário natalício de Dom Paulo Evaristo era justamente no dia 14 de setembro, Festa da Exaltação da Santa Cruz”, acrescentou o Vigário Provincial.

Segundo Frei Medella, foram tantos os sinais da Providência que a resposta dos frades não poderia ser outra: “Aqui estamos”, presentes na generosidade da Fraternidade Evangelizadora que aqui se instala: Frei Carlos Lúcio Nunes Corrêa (Frei Carlinhos), Frei João Lopes da Silva (Frei Joãozinho) e o Frei Marx Rodrigues dos Reis, que segue morando na Fraternidade Santo Antônio do Pari, mas vai marcar sua presença como Vigário Paroquial. Entregamos a esta comunidade estes três irmãos, dons preciosos de nossa fraternidade. Nossos pescadores aqui com vocês e entre vocês”, explicou.

O Rito da Posse

E concluiu: “Desde já somos gratos pela acolhida, carinho e generosidade que nossos irmãos têm recebido do Bispo, Dom Frei Carlos, do Pároco, Padre Bernardo, dos funcionários, lideranças e cada paroquiano desta Paróquia da Santa Cruz. Nossos irmãos estão felizes da vida, e nós também. Desde já temos certeza de que a pescaria vai ser bonita demais. Terá suas dificuldades e momentos de mar agitado, mas temos certeza de que vai valer a pena. Em muitos momentos, vocês vão precisar ensinar a nossos confrades o segredo da pescaria aqui no Jardim Santa Cruz. E podem ter certeza, como bons franciscanos, eles esperam com muita humildade que vocês os ajudem a serem bons pescadores nestas águas. São Francisco tinha um amor imenso pelo Cristo, especialmente o Cristo da Cruz. Por isso, sob a bênção deste sinal sagrado, que esta Fraternidade e esta Paróquia sejam sinais de salvação para o povo querido deste bairro que hoje com tanto carinho nos acolhe. Sigamos em frente, rezando uns pelos outros. Paz e Bem!”

As Lutas de uma Região Carente

O pároco, conhecido como Frei Carlinhos, fez seus agradecimentos e afirmou: “Estaremos trabalhando aqui com toda a disposição, com toda alegria, com a graça de Deus. Agradeço ao Governo Provincial, que confia a mim, ao Frei Marx, ao Frei João este trabalho pastoral no Jardim Peri”, disse, lembrando o trabalho do Pe. Bernardo Daly por 12 anos. “Deus abençoe o Pe. Bernardo na nova missão. Por último quero agradecer a vocês. Ser menores entre os menores, uma expressão franciscana. Vamos trabalhar juntos”, pediu.

Frei Marx, que é coordenador da Frente de Solidariedade para com os Empobrecidos, lembrou o trabalho que já é feito pelo SEFRAS no Jardim Peri. “Esse lugar é sagrado”, disse. E Frei João agradeceu à Província por fazer parte desta Fraternidade: “Que nós saibamos ser mais operários na messe do Senhor!”.

Dom Carlos, então, colocou nas mãos dos frades a imagem de Nossa Senhora Aparecida para, juntos, segurarem aquela que gerou o nosso Salvador. “E vamos consagrar nossos irmãos à Mãe de Deus e Nossa Mãe enquanto cantamos a ‘Consagração a Nossa Senhora’”, pediu.

Pela comunidade, Macilene Almeida Leite fez os agradecimentos aos frades e ao bispo. “Sejam todos muito bem-vindos e quero dizer que nossa comunidade paroquial está em festa e muito feliz em tê-los conosco. E preparem as pernas. Passem sebo de carneiro nas pernas para subir os morros, andar por tantos becos e vielas do último bairro da Região Episcopal Brasilândia. Quero dizer que nosso bairro é carente. O povo, vocês já conhecem. Aqui neste bairro as políticas públicas não chegam. Nós só temos uma escola estadual e nenhuma escola municipal. Então, são muitos os desafios. Mas a gente acredita que a vida das comunidades, o trabalho pastoral, a reanimação das pastorais neste tempo de pandemia, terão um caminho novo. Já estamos no caminho novo. A gente não pode esquecer o trabalho que foi feito anteriormente pelos padres que aqui passaram e o Pe. Bernardo que ficou conosco doze anos”, disse, presenteando os frades e o bispo com arranjos de girassóis. “Que essa flor de girassol traga boas energias e os ajudem no pastoreio na Brasilândia, a região que ficou em segundo lugar em mortes para a Covid. Essas flores expressam toda a nossa felicidade. Muito obrigados e que possamos traçar caminhos novos”, agradeceu Macilene.

“Frei João, Frei Marx e Frei Carlos. Vocês sentiram. Esse é o nosso povo. Esse o povo de Deus que nos é confiado. Façam o caminho com eles. Participem das suas lutas para que a vida prevaleça. Muito obrigado pela acolhida tão bonita a esses frades. Frei Paulo, muito obrigado, a casa é a sua. É uma alegria poder contar com a ajuda de vocês”, completou Dom Carlos, pedindo que todos os frades dessem a bênção final do altar.

Por Moacir Beggo

Fonte: Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

 

DEIXE UM COMENTÁRIO

Deixe seu comentário
Coloque seu nome aqui