Pandemia: a experiência de uma psicopedagoga no sul do Ceará

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O senhor José Teles de Carvalho foi o fundador da escola na qual trabalho há oito anos. O Colégio Padre Viana está localizado no município de Brejo Santo, região Sul do Ceará, Brasil. José Teles veio da zona rural para estudar e cuidar de sua mãe e irmão. Era muito devoto do Sagrado coração de Jesus, colocando tudo em suas mãos chagadas. Logo, sentiu que sua missão era no caminho da educação.

Muito sereno e fiel a Jesus, sonhou e lutou para alcançar a formatura e fundar sua escola. Estudou em Canindé, cidade próxima a capital Fortaleza. Ao regressar à sua cidade, casou-se e teve 5 filhos. Ao passar do tempo, voltou à cidade de Brejo Santo e fundou o Instituto Padre Viana, nome esse dado pelo senhor José Teles em homenagem a um padre filho da nossa terra e que a cidade tinha orgulho, sendo uma das pessoas que ajudou muito na fundação da escola, o Padre Viana. Ser humano de uma inteligência e sabedoria divina.

As atividades fundamentais quando da criação do Instituto foram iniciadas em 10 de fevereiro de 1941. E, ao longo de todos esses anos até os dias atuais, foram de lutas e muito labor. A missão do colégio sempre foi proporcionar uma educação de qualidade aos seus alunos e formar grandes profissionais. O colégio proporcionava, também, por meio de bolsas escolares aos menos favorecidos, um estudo digno. São 80 anos de história, pois educar é da nossa natureza.

Após essa breve apresentação histórica do nosso colégio, apresento-me. Sou Pedrina Siane Araújo de Figueiredo, tenho 46 anos, sou natural de Brejo Santo – Ceará. Graduada em Pedagogia pela Universidade Vale do Acaraú (UVA), com Especialização em Psicopedagogia pela Faculdade vale do salgado (FVS). Exerço minha profissão no colégio Padre Viana, escola a qual falei brevemente acima. O colégio Padre Viana é uma escola de ensino fundamental e médio, localizada a praça Dionísio Rocha de Lucena, no centro da cidade. Faço parte desse instituto há oito anos e tem sido anos de experiências e aprendizados no âmbito educacional. Uma troca de valores que fortalece nosso conhecimento e crescimento.

Faço acompanhamentos pedagógicos e orientação educacional na escola, aos alunos dos anos finais ( 6° ao 9° anos), e do Ensino Médio. Realizo o trabalho de rotina de estudo dos nossos alunos, que se estende a família, proporcionando uma comunicação entre família e escola. Minha missão é criar pontes entre os alunos, professores e a família. Quando criamos harmonia entre ambas as partes, a aprendizagem do aluno fica mais sólida e tranquila.

É um trabalho que vai além das paredes institucionais, facilitando uma convivência de respeito e honrada entre as pessoas. Cresci vivenciando o amor de minha mãe por nossa senhora, ela sempre me disse que a nossa melhor amiga é a mãe de Jesus. Comprovei essa amizade muitas vezes em minha vida. Aprendi que o amor de Deus está acima de qualquer conhecimento humano e razão, e carrego comigo essa certeza.

Trabalho em um ambiente saudável, amo o que faço e como profissional, amadureci bastante. Hoje, o trabalho continua de forma remota, pedindo forças a Deus para enfrentar os desafios do dia a dia. As dificuldades são muitas, já que precisamos nos adaptar a toda essa tecnológica, mas vamos vencendo. Nada supera o contato humano e a vivência.

Realizo na escola o projeto Setembro Amarelo, durante todo o mês e Setembro. Nesse mês, desenvolvemos atividades que levam os nossos jovens alunos a participar com muita força, trabalhando temas que conscientizem sobre a importância e o valor que cada um tem. Uma conscientização profunda sobre o suicídio, que têm assolado nossos Jovens. Temos o grupo Germinar, formado por mães de alunos que são acompanhados na orientação escolar e através do grupo, a escola colabora com a formação emocional e intelectual do aluno.

Hoje compreendi que o e-mail que chegou às suas mãos, senhor Silvonei foi ação da minha mãe e amiga Nossa Senhora. Senti-me como em Cana da Galileia “faça tudo que Ele vós disser”, E fiz sem compreender aquela madrugada de muitos questionamentos, de falta de vinho na vida.

Então, estou aqui através dessa comunicação, para pedir que nos ajude de alguma forma e creio que Deus traduzirá ao vosso coração o que falo. São tantos os pais de família que presenciei de coração aflito, e acalmo dizendo que precisam aguardar, que tudo passa e que iriam retornar. Estamos a um ano e um mês, e ainda não retornaram ao trabalho. Deus é fiel e vai passar, mas enquanto isso acredito que o pai nos manda salvar vidas até chegar em terra.

O gestor da escola a qual trabalho estava desfigurado ao terminar aquela dolorosa reunião. Quando teve que informar a alguns profissionais suas demissões, pois somos de rede particular e não temos incentivo do governo, nossos alunos filhos de trabalhadores simples que pensam no melhor para seus filhos. Rogo a Deus que eles encontrem forças para continuar lutando por seus filhos.

Fonte: Vatican News

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