Vida Religiosa Consagrada, um modo de Viver o Batismo

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…não ter nada de próprio, viver a castidade no celibato e obedecer à vontade de Deus.

Estamos na metade do mês vocacional, que nesse ano tem como tema Amados/as e Chamados/as por Deus e lema “És precioso para mim. Eu te amo”. (Is 43,5). Esse tema nos remete ao amor de Deus por cada pessoa e à certeza de que não há uma vocação maior ou mais importante do que a outra. Todas as pessoas são amadas e são chamadas a servir, com seu dom, ao Reino de Deus. “Existem diferentes dons, mas o Espírito é o mesmo. Existem diferentes ministérios, mas o Senhor é o mesmo. Existem diferentes atividades mas o mesmo Deus que realiza tudo em todos. A cada um é concedida a manifestação do Espírito para o bem comum”. (1Cor12, 4-7).

Neste terceiro domingo de agosto, festa da Assunção de Maria, nossa Igreja convida a rezarmos e refletirmos sobre a Vida Religiosa Consagrada.

Os religiosos e religiosas, irmãos e irmãs, não são melhores seguidores de Jesus do que aqueles que se casam, ou permanecem solteiros em suas Comunidades. O Papa Francisco chama atenção: “A radicalidade do Evangelho é para todos”.

Então, o que podemos dizer sobre Vida Religiosa Consagrada? Digamos com simplicidade, que ela é uma das formas de seguir Jesus Cristo e de viver o batismo na Igreja. Ela tem características próprias; exigências e alegrias diferentes de outras vocações.

Nesse modo de viver o Batismo na Igreja, as religiosas e religiosos fazem publicamente os votos de não ter nada de próprio, viver a castidade no celibato e obedecer à vontade de Deus. Desse modo querem testemunhar que Deus é a verdadeira riqueza, a qual devemos almejar; que o amor de Deus é universal, mas tem uma predileção pelos mais pobres e fragilizados; que muitas vezes, é preciso abrir mão de nossa vontade pessoal, em vista do Reino de Deus.

De maneira geral, a sociedade, e mesmo as comunidades eclesiais, tem pouco conhecimento sobre a Vida Religiosa Consagrada. Está no seu imaginário um modelo apresentado em filmes e novelas, distante da realidade. Assim como as comunidades eclesiais são formadas por diferentes famílias, também a Vida Religiosa Consagrada é formada por diferentes famílias, que chamamos congregação, instituto ou ordem. Cada uma tem seu jeito de rezar, de se organizar, de servir, ou seja, tem um carisma próprio.

A vida comunitária é uma característica inerente a esse modelo de seguimento à Jesus. Juntos/as refletem sobre os apelos da realidade e decidem como realizar a missão; há momentos de oração em comum; também os momentos de refeições e lazer são comunitários; os frutos do trabalho são compartilhados, de modo que, assim como a primeira comunidade cristã, pode-se dizer, não há necessitados/as entre eles/elas. (cf. At 4,34)

Podemos ainda falar de Vida Religiosa Consagrada Contemplativa e Apostólica. A Vida Religiosa Contemplativa tem como missão principal uma intensa vida de oração, na qual busca perceber a presença de Deus em todos os acontecimentos. Não está desligada do mundo, mas tem na clausura, uma forte característica. Dedicam-se ao trabalho manual, acolhem às pessoas que vem ao mosteiro buscar orientação espiritual, apresentam à Deus as necessidades da Igreja e do mundo.

A Vida Religiosa Apostólica tem sua missão no meio do mundo. Tem uma vida ativa de serviço aos pobres e às comunidades, conforme o carisma da congregação ou instituto. Dedicam-se aos doentes, às famílias, às crianças, aos jovens, às mulheres em situação de vulnerabilidade, aos migrantes…

Seria importante conhecer melhor esse modo de seguir Jesus, para ajudar às juventudes a descobrirem nessa forma de vida, uma possibilidade para si mesmas. É preciso dizer: É possível ser feliz como consagrado ou consagrada; Se há renúncias e dificuldades, há igualmente muitas e grandes alegrias; O Deus que chama, também sustenta e dá a graça de responder.

Nessa festa da Assunção de Maria, exemplo singular de disponibilidade e obediência à Deus, cresçamos como Igreja na cultura vocacional, que reconhece em cada pessoa, alguém amado por Deus e chamado a servir.

Irmã Ana Cláudia de Carvalho Rocha

Fonte: Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas

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