A resposta da Congregação à epidemia Covid-19

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1 Na Itália, as crianças criaram sinais como este para encorajar as pessoas a terem esperança. 2 Distribuição de alimentos e máscaras para mendigos durante a Covid nas Filipinas. 3 O pessoal do nosso ministério do Centro Tamar nos EUA distribuía alimentos e artigos de higiene pessoal quando este estava fechado durante os primeiros dias da pandemia. 4 Brasil: preparando os alimentos para distribuição aos mais pobres. 5 As irmãs no Senegal encontraram novas maneiras de se reunir como comunidade, incluindo a jardinagem.

No início de 2022, um questionário foi enviado as Irmãs, Afiliados/as e outras pessoas amigas da Congregação das Irmãs Franciscanas dos Pobres pedindo suas reflexões sobre a pandemia de Covid-19. Nosso objetivo é criar um registro histórico das nossas experiências, partilhar e refletir sobre o tema, para melhor avaliar a situação inclusive fora do nosso próprio ambiente.  Para concluir o projeto, partilhamos agora os resultados obtidos com toda a Congregação e nossa família carismática:

Total das Respostas recebidas

89

Irmãs
Afiliados/as
Ministérios
Funcionárias/os
Família Carismática
Outros
Itália
EUA
Senegal
Brasil
Filipinas
42
16
3
19
7
2
22
27
14
13
13

 

Como a Pandemira tem afetado a sua vida? 

A incerteza e o desconhecimento dos rumos que essa pandemia poderia tomar foram motivo de estresse para muita gente, no início. Muitas pessoas comentaram sobre as dificuldades do isolamento e da mudança de rotina.

Tivemos que nos adaptar para trabalhar via Zoom e por e-mail, e usar melhor as mídias sociais para manter contato com pessoas amigas e familiares. Nos preocupamos uns pelos outros sentindo, ao mesmo tempo, incerteza sobre nossa própria saúde.

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Projeto de arte de nosso ministério Projeto Miriam com “Tudo estará bem” e arco-íris
(símbolo de esperança)

Quase todas as pessoas comentaram sobre o impacto emocional dos primeiros dias da pandemia, mas as respostas das nossas Irmãs foram particularmente sinceras sobre suas lutas. Irmãs de todos os países escreveram sobre o choque emocional e físico da pandemia e sobre tolerar ficar em casa obedecendo às instruções de contenção do vírus, com problemas de distúrbio do sono e uma certa sensação de desorientação que chegou até mesmo à depressão e ansiedade pela primeira vez em suas vidas. Como escreveu uma Irmã na Itália: “Precisei usar todas as minhas energias para digerir tudo isso sem entrar em pânico”.

As frequentes mudanças nas instruções decretadas pelo governo em base ao conselho de especialistas em saúde causaram frustração. Muitos desconfiavam de seus líderes locais ou duvidavam da intenção de diretrizes para ficar em casa. Por outro lado, muitas das pessoas entrevistadas expressaram frustração e tristeza ao perceber essa resistência à observância das diretrizes como egoísmo ou falta de empatia pelos outros. Uma Irmã na Itália escreveu que fazia desses sentimentos um “exercício de misericórdia e perdão para os negacionistas do vírus”.

A impossibilidade de participar da missa presencialmente foi um sacrifício para muitos, mas a pandemia também ofereceu mais tempo para ser um com Deus por meio da oração e da reflexão pessoal. Uma pessoa no Senegal escreveu “Podemos entender que a nossa vida não é nada sem a ajuda de Deus, e que a ciência não resolve tudo. É somente Deus quem guia o funcionamento do universo e dá a existência. Com as exigências dos períodos de confinamento que vivenciamos, percebemos que a verdadeira fé em Jesus Cristo consiste em viver comunhão profunda apesar da distância e permanecer fervorosos no nível pessoal onde estamos”.

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A distribuição de alimentos não ocorre mais em áreas fechadas, mas em estandes de bambu
nas Filipinas
cov 23 08Brasil: distribuição de alimentos

O que você aprendeu? 

Viver durante a pandemia nos lembrou da importância da família, dos amigos e outros relacionamentos próximos. Aprendemos a não tomar nada por garantido e a valorizar todas as coisas, principalmente as pessoas. Agora sabemos que não podemos fazer nada sozinhos; pelo contrário, dependemos dos outros, mesmo das pessoas mais humildes e simples. Uma Irmã do Brasil disse: “Aprendi a amar todas as pessoas e todos os seres criados por Deus. Todo o universo! Aprendi a amar a vida, que é um dom de Deus”.

As restrições à circulação das pessoas levaram a novas formas de lazer para melhor aproveitar o tempo livre. As Irmãs do Senegal mencionam como se uniram de modo especial nesse período: “Nos comprometemos, como comunidade, em procurar fortalecer criativamente nosso convívio em comunhão fraterna. Através de pequenos detalhes que, antes da pandemia, talvez não nos chamassem a atenção, como por exemplo praticar esportes juntas, assar bolos, dedicar mais tempo à oração, assistir televisão juntas, recreação comunitária, cuidar do jardim como quem cuida da criação e tantas outras coisas que nos ajudaram a reduzir o impacto negativo desta pandemia. Tudo isso influenciou positivamente nossa vida comunitária e nos ajudou a fortalecer nossos laços de fraternidade.”

Aprendemos o que diz a ciência sobre a propagação de doenças, e a importância de proteger nossa saúde imediatamente e no longo prazo. Também ganhamos uma nova apreciação pelos trabalhadores e cuidadores essenciais. Infelizmente, nos últimos dois anos também se evidenciou a desigualdade entre ricos e pobres, tanto no contexto das nossas relações pessoais em nossos respectivos países, assim como em todo o mundo. Nas palavras de uma Irmã dos Estados Unidos, “A saúde é uma riqueza”.

Nossas esperanças para o futuro

Muitas respostas reconhecem que as coisas nunca mais voltarão a ser como era antes, mas há uma esperança de nos sentirmos mais estáveis novamente sem a preocupação de mudanças constantes. Nas palavras de uma Irmã do Brasil, entregar essas preocupações a Deus traz conforto: “A esperança é sempre viva em nossos corações porque Deus nos ama e promete a todos nós um futuro com paz e segurança, se fizermos a sua vontade e não a nossa. Assim superamos a situação com amor e confiança em Deus”.

Muitos esperam que continuemos a nos concentrar nas relações com os outros sem tomá-las como garantidas. Queremos manter continuamente uma consciência da natureza e da preservação do meio ambiente, mostrar solidariedade com os que mais sofrem as consequências, e eliminar a desigualdade social. Esperamos continuar cuidando uns dos outros e tomando as medidas necessárias para frear a propagação dessa doença.
Algumas pessoas do Senegal responderam que têm a esperança de “um mundo mais justo e fraterno” e mais especialmente, “uma vida melhor para as pessoas, especialmente as que foram tão gravemente afetadas pela pandemia que perderam qualquer esperança e se encontram na miséria”. Nas Filipinas, disseram que “esperamos que as novas gerações aprendam com esta pandemia a enfrentar os novos desafios e se tornarem melhores líderes para haver um futuro melhor”.

Aprendemos maneiras diferentes de fazer nosso serviço, de experimentar a vida, e queremos continuar com esses métodos novos que muitas vezes, são melhores. Nas palavras de uma pessoa envolvida em um ministério na Itália, “que o nosso modo de viver não seja baseado na eficiência do trabalho, e sim na qualidade dos relacionamentos; que uma maior consciência da nossa interconexão nos leve a um comportamento mais correto e solidário”, com mais apoio e colaboração.

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Ann Cecile Albers foi a primeira Irmã da Congregação  a receber a vacina Covid-19 nos Estados Unidos.

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Uma de nossas afiliadas Sfp recebe sua primeira dose da vacina covid-19.

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Fonte: franciscansisters

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