Não havia nada mais a fazer. Ele estava pendurado entre o céu a terra: abandono, solidão, dores, constrangimento, perguntas, questionamentos. Por quê? Por quê? No meio da tarde da véspera de um dia de festa dos judeus, Jesus, o mais belo de todos os filhos dos homens, morre, entrega seu espírito (ou seu Espírito?. Um coração que pulsou até o fim. Um amor sem limites. E amor com amor se paga.)
• Esse Deus altíssimo, bom, bem, sumo bem que, em Jesus, se entrega aos homens, ama, sem condições, sem reservas e ensina que o sentido da vida é o dom, o amor, a oferenda da vida para a vida do mundo. Cada um de nós toma consciência de que conta aos olhos do Altíssimo, quando contempla o peito aberto de Jesus. Quando alguém ter certeza de ser amado encontra sentido para viver. E quem o ama é aquele que tudo cria, tudo ordena, tudo busca. Amor se paga com amor. Jesus, o amor sem limites.
• Será preciso fazer lugar na vida para o Senhor empurrar a porta e fazer suas propostas. Preciso ouvir. Àquele que me ama… viremos a ele faremos a nossa morada. Meu coração não pode estar tão cheio de mim mesmo, de meus projetinhos ordinários. Será preciso viver na presença daquele cujo Filho teve o peito aberto para mostrar amor. Os devotos do Coração de Jesus são pessoas sensíveis à voz do Senhor e se entregam à oração gratuita.
• Quem me ama tem o direito de pedir e de pedir tudo. Os que amam o Senhor se tornam discípulos: ganham o jeito de falar de Jesus, de quando em vez, com outros vocábulos, usam as mesmas ideias de Jesus e, de alguma forma, reescrevem páginas do Evangelho na trama de sua vida.
• Esse Amor que morreu por mim morreu também pelos drogados, detentos, assassinos, moribundos, abandonados, perdidos. O Coração de Jesus, o amor jorrando do peito do Senhor, fez Francisco de Assis procurar o leproso, cuidar do leproso, ser para o outro. Fez com que Teresa, a mulher dos moribundos de Calcutá, se tornasse luz nas trevas. Esse amor do Coração aberto faz com que maridos se amem de verdade, com que muitos e muitas se tornem seres abertos para… O amor liberta.
• Amor, amor que precisa ser com garra, com fogo, com ardor. (Notker Wolf, em “Os sete pilares a felicidade”, Vozes, p. 139) fala de um amor ardente: “Um coração só é feliz quando é um coração que arde de amor. Madre Teresa de Calcutá assim definiu a paixão como caminho para a felicidade a alegria. Com certeza, o amor apaixonado não é uma exclusividade do amor erótico ou sexual. Também ocorre na ação caritativa aos outros. Aliás, também na função pastoral. Um sacerdote local tem que gostar das pessoas. Ter paixão pelas pessoas não significa cair de amor por elas, e sim ter um grande coração voltado para elas. Se um padre não é assim seja melhor ele se dedicar a alguma função administrativa ou trabalhar num arquivo”.
• Amor, realmente, com amor se paga…
Frei Almir Guimarães
Fonte: http://www.franciscanos.org.br/?p=144811