Sacerdote e mártir no Japão, da Primeira Ordem (1592-1622). Beatificado por Pio IX no dia 7 de julho de 1867.
Pedro de Ávila nasceu em Palomero, perto de Ávila, Espanha. Em 1515, em Ávila, nascia Santa Teresa de Jesus, virgem e doutora da Igreja, carmelita ilustre, que fez grandes progressos no caminho da perfeição. Teve revelações místicas. Sofreu muitas dificuldades por causa da reforma de sua Ordem, mas saiu vitoriosa. Escreveu livros de doutrina profunda, fruto de suas experiências místicas. Ela morreu em 4 de outubro de 1582. Dez anos depois, em 1592, perto de Ávila nascia Pedro, que seguiu o ideal franciscano a exemplo de São Pedro de Alcântara, conselheiro espiritual de Santa Teresa.
Eram evidentes na criança e no adolescente Pedro os dons especiais de inteligência e bondade de espírito, que, ainda muito jovem, decidiu seguir o chamado do Senhor, que o queria frade menor na Província de São José. Na vida de oração rígida e ascética, de acordo com as diretrizes do São Pedro de Alcântara, viveu seu franciscanismo. Ordenado sacerdote, dedicou-se ao apostolado da pregação, à direção espiritual, às atividades caritativas e à formação espiritual dos fiéis.
Muitas vezes meditava sobre o mandamento do Senhor aos apóstolos: “Ide por todo o mundo e pregai o evangelho a toda criatura. Quem crer e for batizado será salvo, mas quem não crer será condenado”. E nas palavras de São Francisco a seus irmãos: “Agora irmãos, ide a todos os lugares pregar o evangelho da paz e do bem.”
Frei Luís Sotelo, um dos mártires mais eminentes do Japão, eleito bispo, convenceu a Frei Pedro a segui-lo em uma grande expedição missionária. Em 1617, 30 franciscanos partiram da Espanha em direção às Filipinas. Eram muito comuns essas expedições dos pioneiros do Evangelho, plenos de ardor seráfico e de valor apostólico.
Dois anos durou a permanência nas Filipinas. Pedro se dedicou a todos os ministérios entre os cristãos filipinos. Em 1619, junto com outros confrades, Pedro foi para o Japão, decidido a consagrar toda sua atividade à evangelização, apesar das duras dificuldades impostas pela perseguição religiosa.
Seu catequista e precioso colaborador foi Frei Vicente Ramirez de São José, irmão leigo franciscano. Ele demonstrou grande zelo em converter e incentivar os vacilantes fiéis. Com prudência e astúcia soube fugir das perguntas dos guardas. No dia 17 de setembro de 1620, os dois missionários foram descobertos na casa do Domingo e Clara Yamanda, que generosamente lhes haviam dado hospitalidade. Eles passaram quase dois anos na prisão de Suzuta, insalubre, estreita, e expostos ao frio inclemente. Seu consolo foi a presença de outros irmãos, com quem viveram em oração e conversas piedosas. Na espera do martírio, com 23 confrades, foram transferidos para as prisões em Nagasaki. A 10 de setembro de 1622, na colina dos mártires, o bem-aventurado Pedro, cantando o salmo “Louvai ao Senhor, todas as nações”, imolou sua vida em meio a uma fogueira ardente. Ele tinha 30 anos.
Fonte: “Santos Franciscanos para cada dia”, Ed. Porziuncola.
Disponível em: http://franciscanos.org.br/?p=59489