Chegada do frei Gastone Pozzobon em Juruá (AM)

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No dia 27 de fevereiro, domingo, Frei Gastone Pozzobon (OFMConv.) celebrou sua primeira Santa Missa em Juruá (AM). O frade é membro da Província Italiana de Santo Antônio de Pádua dos Frades Menores Conventuais e agora integra a nossa comunidade missionária no estado do Amazonas. Por esse motivo, trouxemos um resumo auto biográfico de sua trajetória com um franciscano missionário.

“Nasci em Camposampiero, em 1942, e aos dez anos e dois meses entrei no seminário dos Frades Menores Conventuais, permanecendo 16 anos na formação. Minha Profissão Simples aconteceu em 29 de setembro de 1960 e a Profissão Solene, em 4 de outubro no ano de 1964.

Aos 26 anos, fui ordenado sacerdote. Desde início do meu sacerdócio fui enviado ao seminário menor como assistente e professor de matemática. Uma reflexão: como foi triste o meu primeiro compromisso! Eu, cheio de entusiasmo, fui obrigado a ficar com os pequenos vocacionados. Permaneci apenas por um ano.

Em agosto de 1970, os superiores me enviaram aos Estados Unidos de América pra estudar sociologia. Após a conquista de dois diplomas na língua inglesa, acompanhei os estudos de sociologia na universidade de Saint Luis, no estado de Missouri. Eu morava no quarteirão negro, mas fiquei por lá por um ano apenas, devido às dificuldades de integração racial. Eu, branco, fui visado e assaltado enquanto voltava para casa à noite.

Pedi transferência pra Chicago e fui para o estado de Illinois. Frequentei a Loyola University por dois anos. Consegui o diploma de mestrado em sociologia.

Voltei pra Roma (Itália) e o Ministro Geral da Ordem me deu o cargo de vice-reitor dos filósofos e teólogos do colégio internacional em Roma. O reitor tinha desistido do cargo e eu fiquei sozinho como formador. O Ministro Geral queria como reitor um frei estrangeiro, sendo o Colégio Internacional aberto à todas as presenças franciscanas do mundo. Também, me foi dada a possibilidade de lecionar como professor de sociologia. Durante este período, consegui o doutorado em sociologia na Universidade Estadual de Roma, em junho de 1975.

O Papa Santo Paulo VI instituiu 1975 como o ano santo. Durante esse ano, fui escolhido pelo Papa como confessor extraordinário na Basílica de São Pedro. Foi uma experiência enriquecedora. Gostei de verdade de poder derramar a misericórdia do Senhor nas almas de muitas pessoas: clérigos e leigos.

O Senhor estava me moldando pra ser missionário “ad Gentes”. Em 27 de setembro de 1976, eu pude partir pra a Zâmbia, na África, como missionário. Vivi por lá por 16 anos. Durante dois desses, ensinei sociologia no seminário maior da Diocese de Lusaka, capital do país.

Os dois anos se passaram e Dom Milingo me ofereceu um terreno onde eu, como franciscano, iniciei a formar uma paróquia. O tempo que passei em Lusaka-Makeni foi suficiente pra construir uma bonita Igreja dedicada a Jesus o Salvador. Exatamente no dia da inauguração, o superior me transferiu pra outra comunidade, dedicada à Santa Tereza, no interior.

Ali dei assistência religiosa aos leprosos, do leprosário de Chibote (=paz) e aos cegos no vilarejo de Masaiti. Foi uma experiência única na minha vida como missionário, que durou quatro anos. Novamente fui transferido pra uma comunidade de periferia, na cidade de Luanshya. Nesta comunidade permaneci por 12 anos, favorecendo o desenvolvimento de vários projetos sociais.

A saber:

  1. Projeto central pra combater a fome, providenciando 600 pratos de comida preparados pelo zelo das irmãs franciscanas;
  2. A restauração da Igreja Santo Antônio com as salas catequéticas e o salão;
  3. A construção da Igreja dedicada a São Maximiliano Kolbe da nova paróquia, no bairro Mboya.

Depois da minha missão na África, que durou 16 anos, fiquei doente na Itália. Ainda lá, me recuperei de saúde. Em 1993, parti para o Brasil. Cheguei na cidade de Guaraniaçú (PR), onde fiquei por quatro anos zelando, de modo especial, das capelas do município de Diamante do Sul. Ainda não tinha paróquia, mas a minha presença ajudou muito pra estruturar o lugar como sede da nova paróquia.

Deixei Guaraniaçú após quatro anos e o novo compromisso foi de assumir a paróquia de Ubatuba (SP). Permaneci por lá de 1998 a 2005. Foram sete anos, nos quais grande parte do meu tempo fora empenhado na construção da igreja de N. Sra de Fátima, no bairro de Ipiranguinha e na restruturação do interior da Igreja Matriz com a construção do novo altar dedicado a São Maximiliano Kolbe.

Terminado os sete anos de vivência em Ubatuba pedi pra fazer uma experiência missionária no Mato Grosso. Frei Bruno Manzoni, ex-ministro provincial, preparou o meu caminho para entrar na diocese de SINOP, cujo Bispo era Dom Gentil de Lazari. No dia 13 de Março de 2005, entrei na paroquia São Pedro de Nova Bandeirantes, localizada a 525km de Sinop. Nesta paróquia fiquei por dezesseis anos, estruturando a Paróquia com a construção da Igreja Matriz, o salão e o centro catequético com 23 novas capelas.

Os anos passaram rápidos e concluindo a minha experiência no Mato Grosso, pedi pra fazer uma outra experiência, mais severa na Ilha de Juruá, na Amazônia. É onde estou atualmente.”

Fonte: Província São Maximiliano Kolbe

 

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