Ontem, dia 20 de junho, foi comemorado o Dia Mundial do Refugiado. Dia propício para escutarmos o que os confrades presentes no CPO vêm refletindo sobre a questão da migração durante a última semana do CPO.
A Ordem deseja fazer parte da discussão global sobre o tema da migração. E este foi um dos tópicos mais discutidos durante as mesas de conversas no estilo do “World Café” realizado ontem. A dimensão da migração humana, hoje, não tem precedentes históricos, e isso não tem como negar. Reflete a pobreza profunda de algumas regiões do mundo e que causa como efeito às tensões sociopolíticas em alguns dos países que recebem nossos irmãos imigrantes. Como a presença da Ordem no mundo é numerosa, é normal entender que há confrades que vivem e servem nos países de onde as pessoas estão em saída e nos países onde a chegada dos nossos irmãos imigrantes causa tais tensões sociais. É de ciência nossa os diversos motivos que fazem as pessoas deixarem seus países de origem, tais como a violência, perseguição política, as novas formas de escravidão, corrupção e busca de uma vida melhor para si e seus familiares.
Há uma semana, o Cardeal John Onaiyekan disse que a nossa atitude em relação ao acolhimento dos imigrantes não deveria ser afetada pela sua motivação para a migração, pois, refugiados e migrantes por razões “econômicas” devem receber o mesmo tratamento que os demais; no entanto, essa abordagem não é compartilhada por todas as pessoas.
“Acho que a imigração também deve ser vista como uma oportunidade para uma abordagem muito mais prática da Igreja”, disse o Frei Tosmislav Sanko, OFM durante a exposição do seu relatório. Ele ainda aproveitou do momento para deixar aos confrades um questionamento: “Se a Igreja se retirar e tomar uma atitude passiva, correndo o risco de trair sua missão e perder a oportunidade de oferecer aos homens a esperança. Quem fará, já que não iremos mais?
Como um exemplo prático das necessidades pastorais associadas à migração humana, a Conferência de Santa Maria de Guadalupe (México, América Central e Caribe) começou a fornecer abrigos para acolher os migrantes, onde, além de oferecer hospitalidade, são legalmente aconselhados e as suas feridas da estrada são curadas (fome, violações dos direitos humanos e exploração).
Durante as conversas de ontem no “World Café”, os confrades participantes perceberam a complexidade da questão e, entre os muitos pontos de vista expressos, ressaltou-se que temos de dar testemunho de nossa humanidade comum e promover um tratamento humano para todos, independentemente das nossas opiniões sobre o assunto da proteção das fronteiras e circulação de pessoas.
Os assuntos discutidos durante o “World Café” de hoje foram:
- Evangelização no Espírito da Encíclica do Papa Francisco: “Laudato Si”;
- Um mundo em constante transformação;
- Instrumentos de paz em face da violência contemporânea;
- A Vida Religiosa Consagrada e a visão do Papa Francisco.