CPT realiza campanha de financiamento coletivo para salvar nascentes do Cerrado

432

A Comissão Pastoral da Terra (CPT) lançou uma campanha de financiamento coletivo para salvar nascentes do Cerrado brasileiro. Em sintonia com o Dia Nacional do Cerrado, celebrado no último dia 11, a iniciativa busca arrecadar recursos para a Comissão Pastoral da Terra (CPT) realizar processos de formação junto a várias comunidades e camponeses do bioma na luta em defesa das águas, da terra e das florestas.

A Campanha de financiamento coletivo Salve Uma Nascente ocorre por meio da plataforma Benfeitoria: https://benfeitoria.com/salveumanascente

De acordo com a CPT, a iniciativa é resultado do envolvimento de seus agentes com as Comunidades Tradicionais e Camponesas do Cerrado, que querem recuperar cinco nascentes localizadas em comunidades dos estados do Maranhão, Piauí, Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul. No total, a campanha pretende arrecadar R$ 110 mil (cento e dez mil reais), mas precisa cumprir uma meta inicial de 30 mil reais.

O Cerrado é bioma de onde nascem importantes rios que percorrem o Brasil, considerada a mais importante área de recarga hídrica do Brasil. O desaparecimento das nascentes, segundo a CPT e ambientalistas, deve-se principalmente ao desmatamento, causado pelo agronegócio e pelos projetos desenfreados no campo e na cidade que não respeitam a natureza, os cursos d’água, as florestas. Os povos e comunidades tradicionais, por sua vez, atuam como guardiãs deste bem valioso, e querem preservá-las.

Para quem fizer as doações, são oferecidas recompensas de acordo o valor doado.

Recuperação de nascentes

Há mais de 10 anos a Comissão Pastoral da Terra trabalha realizando experiências comunitárias de recuperação de nascentes e do solo de áreas degradadas do Cerrado. Os primeiros projetos foram desenvolvidos nos estados de Goiás e Mato Grosso.

Além de Goiás e Mato Grosso, agora a CPT pretende beneficiar comunidades no Maranhão, Piauí e Mato Grosso do Sul. A Campanha SALVE UMA NASCENTE vai realizar processos de formação junto a várias comunidades e camponeses(as) cerradeiros(as) na luta em defesa das águas, da terra e das florestas.

A ideia é que eles se tornem multiplicadores e, assim, vamos construir verdadeiras redes de proteção para as nascentes do Cerrado.

As nascentes que serão recuperadas

Piauí

Nascente no Território Vão do Vico, Município de Santa Filomena. A comunidade indígena Gamela conta com 17 famílias e vem sofrendo com a ação de grileiros e com o avanço da soja. A mata de cobertura de proteção das nascentes foi destruída e as chuvas carregaram muita areia, soterrando muitas delas.

Maranhão

Uma das nascentes do Rio Itapecuru, um curso d’agua com 1.450 quilômetros de extensão e largura de 50 a 120 metros, que banha o Estado do Maranhão. As primeiras águas brotam no “Vão do Pinto”, no município de São Raimundo das Mangabeiras. A bacia do Itapecuru abastece 60% da população da capital São Luís, além de outras cidades no Estado.

Goiás

A nascente do Rio Caldas abastece todo o distrito do Cruzeiro do Bom Jardim, localizado no município de Silvânia. Ali vivem 40 famílias que sobrevivem da agricultura familiar. A comunidade enfrenta o problema do desmatamento e da diminuição das águas com o avanço da monocultura da soja e a pulverização de agrotóxicos.

Mato Grosso

A nascente a ser recuperada está na comunidade Poço Azul, no município de Poxoréu. A comunidade do local é composta por 16 famílias tradicionais. A nascente está secando devido à falta de vegetação nativa, o que coloca em risco a subsistência da comunidade, já precisam da água para o plantio de hortas, quintais produtivos e pequenas roças.

Mato Grosso do Sul

A nascente a ser recuperada está no município de Sidrolândia, dentro de uma área de reserva legal. As famílias que vivem nesse assentamento precisam da recuperação da nascente, que secou por conta da ação do gado que pisoteou as margens. Para recuperá-la, serão necessários novos arames e palanques, a fim de proteger o acesso, além de mudas de vegetação nativa do Cerrado.

 

Fonte: CNBB

DEIXE UM COMENTÁRIO

Deixe seu comentário
Coloque seu nome aqui