Movimento Laudato si’: uma realidade consolidada que se renova

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“Inspirar e mobilizar a comunidade católica para cuidar da nossa casa comum e alcançar a justiça climática e ecológica”. Estes são os objetivos da nova fase que se abre para o Movimento Católico Global pelo Clima, que a partir de hoje muda seu nome para Movimento Laudato si’.

Fundação seis anos atrás

Fundado em 2015 por um grupo de 17 organizações católicas e 12 líderes de realidades universitárias e sociais de todos os continentes, empenhados em ajudar os fiéis a responder às exortações da encíclica do Papa Francisco sobre os cuidados da casa comum, publicada naquele mesmo ano, o Movimento conta hoje com mais de 800 organizações.

Em tempos recentes, passou por “um caminho de discernimento que durou mais de 18 meses”, explica ao Vatican News Tomás Insua, co-fundador e diretor executivo do Movimento: uma reflexão sobre identidade, missão, nome e estruturas. O nome anterior, continua, “além de ser longo era difícil de recordar. Pensando no trabalho de conversão ecológica e na ecologia integral que a Laudato si’ invoca e que catalisa nosso trabalho, em colaboração com vários parceiros eclesiais decidimos nos chamar de Movimento Laudato si'”, depois de examinar uma lista de 25 nomes possíveis.

O novo logotipo do Movimento Laudato si’

O novo logotipo do Movimento Laudato si’

Lorna Gold, presidente do Comitê Diretivo, que apresentou a novidade de hoje em uma reunião on-line, destaca como é “importante notar que a missão está sendo ampliada para incluir o conceito de justiça ecológica, baseada no espírito da Laudato si’, no qual ‘tudo está interligado”. A encíclica do Pontífice, prossegue Tomás Insua, “é a base de tudo o que fazemos e organizamos, desde a Semana Laudato si’ ao curso de Animadores Laudato si’, dos nossos Círculos aos estudos específicos”: um compromisso que nunca foi interrompido, nem mesmo durante a emergência pandêmica, tanto que agora temos cerca de 25 mil animadores Laudato si’ no mundo, pessoas envolvidas principalmente nas paróquias, associações e âmbito religioso, mas também pessoas comuns que sentem de modo particular o chamado à ecologia integral, colocando-se a serviço de suas próprias comunidades.

As cúpulas da ONU

“Hoje há muito o que fazer: neste ano em particular precisamos nos concentrar nas próximas grandes cúpulas da ONU”, diz Tomás Insua com referência à Conferência da ONU sobre a Biodiversidade, a Cop15, agendada de 11 a 24 de outubro na China, e a Conferência da ONU sobre as Mudanças Climáticas, a Cop26, em Glasgow, de 31 de outubro a 12 de novembro, antes da qual também haverá um encontro “Fé e Ciência: Rumo à Cop26” em 4 de outubro no Vaticano e em Roma.

Um grupo do Movimento Laudato si’ no Vietnã

As grandes cúpulas da ONU, reflete o diretor executivo do Movimento Laudato si’, “têm o objetivo de reunir a família humana para agir com urgência diante destas grandes crises: os cientistas nos dizem que elas são ainda mais urgentes ano após ano. São muitos os sinais: os incêndios na Sardenha, o calor recorde e incêndios no Canadá, a seca em Madagascar, o grito da terra e dos pobres que são ainda mais altos. Portanto, há necessidade de agir”. Nós do Movimento – anunciou – estamos ajudando a animar uma iniciativa particular: ‘Planeta Saudável, Pessoas Saudáveis’. É uma petição com mais de 200 organizações católicas para lançar um apelo aos participantes nas cúpulas da ONU: será uma de nossas prioridades nos próximos meses e especialmente no período do Tempo da Criação, que começa em 1º de setembro. Estamos pedindo para aumentar o nível de ambição nas duas cúpulas: em particular na Cop26 – refere Tomás Insua – fala-se em alcançar até 2050 zero emissões de gases de efeito estufa em todo o planeta. Mas sabemos que os países mais ricos, que têm uma responsabilidade histórica por séculos de emissões, têm possibilidades mais claras para fazer esta transição até 2035 – 2040″.

As palavras do Papa

As palavras do Papa para o Movimento Laudato si’

Do Pontífice, um incentivo constante para continuar o compromisso do Movimento. “Escrevemos uma carta ao Papa, informando-o do processo, pedindo sua opinião e sua bênção antes de agir e mudar nosso nome. Francisco – informa Tomás Insua – escreveu uma breve carta de resposta, que chegou nas Vésperas de Pentecostes, em 22 de maio, e foi um sinal muito forte. Dado que este processo tem sido caracterizado por um clima de oração sinodal, pedindo luz ao Espírito Santo, o fato de a carta do Papa ter chegado para a festa de Pentecostes foi um sinal que nos motiva ainda mais: ele a dirigiu ao Movimento Laudato si’, agradecendo-nos “pela missão de promover a ecologia integral e pela ajuda” oferecida “à Igreja no mundo”, desejando-nos uma feliz Semana Laudato si’ que estava em andamento naqueles dias. Um incentivo a mais, reflete Tomás Insua, para “viver Laudato si’, que não deve permanecer um documento escrito, um documento de biblioteca, mas um documento vivo”.

Fonte: Vatican News

 

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