O Cordão Franciscano – Final

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O nó da Pobreza, o sine proprio, recorda que é preciso viver sem nada de próprio, nu diante de Deus. Não se explica a pobreza apenas como renúncia da materialidade, mas sim a partir de um coração livre, rico e cheio de amor. Não é ficar pensando em ter ou não ter, mas é o ter em comum. O repartir é a medida da generosidade, da comunhão, da misericórdia. O próximo é a minha capacidade de dividir e doar o que sou e tenho, especialmente quando este próximo é mais pobre do que eu. Pobreza é ser livre para dedicar-se mais e melhor a alguém ou a uma causa. É ir apenas com a retidão do coração, no exercício concreto do amor que é caridade, com o coração leve e limpo, com muita sensibilidade para construir fraternidade; é fazer-se pobre para enriquecer alguém. É o espaço de acolhida para tudo o que a vida oferece como gratuidade. Não associar a palavra pobreza como carência, indigência, como quem tem uma grande privação. A pobreza material pode ser avaliada ou ser ou não ser privilegiada por uma sociedade de consumo. A pobreza que vem do Evangelho é sem medidas e escapa de qualquer avaliação.

O nó da Pureza de Coração, ou castidade, mostra que Deus, que é Amor, Bondade Total, Beleza maior, vem aceito e amada como o supremo bem. Ele é a única realidade afetiva que nos pode preencher, pois é a fonte do Amor. Amar a Deus como a centralidade da existência é a maturação Amor que desenvolve toda nossa dimensão afetiva. Pela castidade podemos resumir e transcender toda a nossa vida em forma de doação por Amor. É uma doação e não uma fuga. Castidade não é dividir o amor, mas sim os frutos do amor. É um amor que se expande para toda a humanidade. É um amor apaixonado por todas as pessoas e por todas as coisas da terra. Não é reprimir necessidades, mas transformar, por amor, os projetos de Vida, com a mais forte capacidade de amar. Castidade não tem a ver com genitalidade, nem com sexualidade, nem com a não realização de um ato sexual, mas é permanecer na mais pura transparência de seu ser, por causa do Reino do Céu. É dizer: eu sei a quem entreguei o meu coração.

O cordão franciscano e os três nós são condutores de vida, são a canalização qualitativa de uma única e grande vocação: o Amor! Temos que seguir de um modo heroico este projeto de e sobre mim e isso em direção à vida e à história. É amarrar-se e deixar-se envolver por algo grandioso.

Por Frei Vitorio Mazzuco

Fonte: Blog Frei Vitorio

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