O Cordão Franciscano – II

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O cordão cinge a cintura para ser a perene e envolvente lembrança de que viver franciscanamente é orientar e ordenar o próprio ser no Amor e pelo Amor. Somente a lógica do Amor pode nos fazer compreender o que nos une. Os três nós são a reafirmação e a concretização dos Conselhos Evangélicos, os nutrientes de uma consagração. O Evangelho diz e eu assumo e amarro em mim os grandes ensinamentos. São aspectos articulados de uma vida vivida em fidelidade e comunidade para fazer valer uma exigência radical de vida cristã. O Amor verdadeiro cria laços e nos prende a um projeto de vida. O cordão e os três nós mostram a implicação existencial de uma experiência de amor e fé. Não se pode fugir achando que obediência é descarregar a responsabilidade em alguém; que pobreza é gratificação que se recebe numa vida de casa, trabalho, conforto e segurança; que castidade é fuga exclusiva de uma capacidade de amar.

Os três nós do cordão franciscano são exatamente a convocação para a Obediência, o Sem Nada de Próprio e a Pureza de Coração. O cordão é um elo que une a Forma de Vida, um fio condutor que liga a beleza e a força dos compromissos. O nó da Obediência lembra que não basta apenas obedecer estruturas ou seguir de modo mecânico um mundo de normas, o que é fácil. Obediência é encarnar o Amor, cumprir uma vontade maior, seguir o modelo obediente de Jesus que ama o Pai e leva este amor à humanidade, sem reservas. Obedecer é aceitar um projeto de Deus sobre si próprio. Não é escravidão ou submissão, mas graça libertadora. Obediência não está sob a tutela do poder, mas é serviço. É a fidelidade e a lealdade a um projeto de vida que se escolheu. É procurar o que fazer a mais e não um rápido ajudar e escapar. Obedecer é colocar a vontade própria a serviço de tudo e de todos.

CONTINUA

Frei Vitório Mazzuco

Fonte: Blog Frei Vitório

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