O Hábito Franciscano – FINAL

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E não podemos jamais esquecer que sob este hábito ficaram escondidas as Chagas que o marcaram definitivamente: “Pois todas as vezes que mandava que fosse batida a túnica, cobria com o braço direito a chaga do lado. Por vezes, ele cobria aquela bem-aventurada chaga, aplicando a mão esquerda ao lado traspassado (2Cel 138,2-3).

O habito franciscano continua sendo até os dias de hoje uma provocação. Ele lembra para nós que as vestes que cobrem o corpo nem sempre dão a beleza do corpo da existência, mas revelam apenas a estética e a beleza da veste. É preciso mostrar mais do que o pano pode mostrar; é preciso mostrar a investidura do ideal que nos faz felizes. A veste deve revelar o conforto de uma liberdade que vem de dentro.

A veste é sagrada e não pode ser apenas a mostra de um pedestal de poder. Hoje muitos não honram a veste e seu significado, mas estão na prisão da aparência. A veste que cobre a superfície do corpo tem que mostrar a profundidade. Se a superfície é límpida e harmoniosa, vê-se bem a profundidade. Na medida que nos investimos e nos revestimos da intimidade de Deus nos cobrimos do mistério de Deus. Muita suntuosidade nas vestes clericais e litúrgicas pode esconder o mistério e a beleza de Deus.

A veste é um modo de apresentar quem somos. O cuidado pela escolha da veste está como Regra de Vida (cf Rnb 2,10). Para perceber o extraordinário da veste é preciso estar na decisão da caminhada, sem esta decisão não aparece a identidade. O hábito franciscano é uma identidade; não pode ser vestido de qualquer jeito. Não é fácil estar dentro do hábito franciscano porque é preciso amar o Evangelho e fazer dele o tecido da alma.

A veste não é o modo de onipotência, mas sim de indigência. Aí esta a grandeza de Francisco: deixar ser o corpo e a alma e não apenas a moda. Se nós vermos apenas o hábito e as sandálias de Francisco vamos apenas nos apaixonar pela roupa e calçado. É preciso revestir-se de Deus para dar sentido ao que se usa, isto tem que ser o hábito constante do vestir um Hábito. Em louvor de Cristo, Amém!

Por Frei Vitorio Mazzuco

Fonte: Blog Frei Vitório 

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