OFS do Brasil: Sinais de Esperança

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Há poucos dias, a Equipe Nacional de Formação da OFS do Brasil, através do serviço de Justiça, Paz e Integridade da Criação (JPIC), lançou uma cartilha sobre a Doutrina Social da Igreja (DSI) e solicitou que se fizesse chegar a todos os irmãos e irmãs de nossas Fraternidades Locais para que fosse estudada, refletida e, principalmente, colocada em prática.

Diante da publicação desta Cartilha em nossas redes sociais oficiais, muitos foram os agradecimentos, sugestões e comentários generosos que gratificam o trabalho do serviço de JPIC. Esses são com certeza SINAIS DE ESPERANÇA para a OFS do Brasil. Mas um pensamento me veio à mente: como ainda existem questionamentos sobre nossas atividades se o nosso objetivo é simplesmente dar pistas de ações e caminhos para que nossas posturas estejam de acordo com a Doutrina Social da Igreja?

Queridos irmãos e queridas irmãs, o Divino Espírito Santo suscitou em Francisco de Assis uma vocação generosa. Assim, a vida de penitência tornou-se um tesouro evangélico que a Família Franciscana assumiu como itinerário e projeto de vida nos passos do Pobrezinho de Assis. Na compreensão da Teologia do Laicato, essa forma de vida penitencial ganha novos espaços e é sinal de esperança num mundo em desespero e destempero. É nesse contexto que compreendemos a resposta para a seguinte pergunta: “Que quereis que eu faça, Senhor?” (AP 6,6)

Diante das realidades temporais, ser sujeito na Igreja e na Sociedade é uma vocação muito desafiadora. Muitos são batizados, mas poucos assumem a sua missão. Nesse sentido, não há como falar de vida eclesial sem uma real experiência de um Laicato maduro. Isso implica não somente estar sensível aos sinais dos tempos, mas também conhecer o itinerário que nos fez chegar até aqui.

Quem não faz o dever de casa, ou seja, não se debruça com vigor aos textos básicos do Laicato, terá dificuldades para compreender a aplicação na vida e na sociedade da Santa Regra da Ordem Franciscana Secular. Quando nos referimos a textos básicos, queremos enfatizar o contexto do Concílio Ecumênico Vaticano II, a seguir: Lumen Gentium; Decreto Apostolicam Actuositatem; Exortação apostólica Pós Sinodal Christifidelis Laici – A vocação e missão dos leigos na Igreja e no mundo (João Paulo II); Medelin; Puebla: Homens e mulheres da Igreja no coração do mundo, e do mundo no coração da Igreja; Santo Domingo: Protagonismo; Celam Aparecida: maior abertura de mentalidade para acolher o ser e o agir do leigo na Igreja, Discípulos e missionários; Documento 105 da CNBB e, claro, a Doutrina Social da Igreja.

Estarmos abertos ao Espírito Santo, munidos da Sagrada Escritura, conscientes de nossa vocação e missão laical expressa nas referências acima, comprometidos com a Santa Regra Franciscana Secular e, claro, pobres com os pobres e pelos pobres são os passos necessários para respondermos dignamente ao que o Senhor quer que façamos. Quem ainda não fez este itinerário poderia, pelo menos, se valer do espírito de obediência aos nossos irmãos e irmãs que se põem a serviço do Reino, ou seja, basta observar o Cristo, ou mesmo, o próprio Santo de Assis. Sem tais valores não se compreende o porquê de os leigos e leigas se envolverem na Política – uma das obras de variedades mais complexas; não compreenderá o Pacto pela Vida; a luta por vacina para todos; a defesa contra posturas ditatoriais e Estados totalitários; Campanha da Fraternidade; O Grito dos Excluídos e Excluídas; a luta pela causa indígena e pela posse da terra e, muito menos, a mística que move o Serviço de JPIC expresso na Santa Regra.

Precisamos sair de nossas comodidades, sermos fraternidades em saída, como tanto pede o Papa Francisco; precisamos nos fazer próximos dos que sofrem, dos que choram, dos que estão caídos à beira do caminho (cf Lc 10, 25-37); precisamos, neste momento em que tantos morrem sem ar pelo vírus e também por negligência, lutar pela Vida e pela Vida em abundância (cf Jo 10,10). Essas constatações não devem nos afastar ou entristecer, mas apenas nos exortar que caminhar é preciso, converter-se é necessário e fazer penitência é exercício diário. É, por isso, que a OFS é Sinal de Esperança! Sem tais disposições, nossa Profissão à Santa Regra será sempre parcial.

“Comecemos, irmãos, a servir ao Senhor Deus, porque até agora apenas pouco ou em nada progredimos” (1Cel 103,6)

Fraternalmente,

Em nome do Conselho Nacional da OFS do Brasil

Helio Gouvêa

Coordenador Nacional do Serviço de JPIC

 

Fonte: Ordem Franciscana Secular do Brasil

 

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