Papa Francisco nomeia pela primeira vez uma mulher para o Sínodo dos Bispos

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A freira francesa Nathalie Becquart com o Papa Francisco no Sínodo de Roma, em outubro de 2018

Neste último sábado, o Papa Francisco nomeou uma mulher, a freira francesa Nathalie Becquart, como subsecretária do Sínodo dos Bispos pela primeira vez na história da Igreja Católica Romana. Ela será acompanhada no cargo pelo espanhol Luis Marín de San Martín, anunciou o Vaticano.

Nathalie Becquart, que também terá direito a voto neste círculo tão fechado, é uma freira da congregação franciscana que, desde 2019, foi “consultora” do Sínodo, a assembleia de bispos encarregada de estudar as grandes questões doutrinais da Igreja Católica, a partir de 1965.

O papa também nomeou o subsecretário Marín de San Martín, membro da Ordem de Santo Agostinho, nascido em Madri, em 1961. Ele tem um doutorado em teologia e ocupou diversos cargos como formador acadêmico. É arquivista geral da Ordem.

Nascida em Fontainebleau (sudeste de Paris) em 1969, Becquart estudou filosofia, teologia, sociologia e outras disciplinas em prestigiosos centros acadêmicos de Paris. Ele também fez estudos avançados em teologia nos Estados Unidos e publicou vários ensaios.

A nomeação de Becquart reflete a vontade do papa de promover “uma maior participação das mulheres nos processos de discernimento e decisão eclesial”, explicou o secretário geral do sínodo, o cardeal Mario Grech, em entrevista aos meios de comunicação do Vaticano.

“Nos últimos sínodos, aumentou o número de mulheres que participaram como peritas ou auditoras. Com a nomeação da Irmã Natalie Becquart e sua capacidade de participar com direito a voto, uma porta foi aberta”, acrescentou o Cardeal Grech.

O sínodo é animado por “padres sinodais” (bispos ou cardeais) que têm direito a voto, e também auditores e peritos, sem direito a voto. Em outubro de 2019, religiosas que participaram de um sínodo dedicado à Amazônia pediram em vão o direito de voto sobre o documento final da assembleia.

O papa argentino pretende continuar a reforma do Sínodo e, em geral, a abertura da Igreja às mulheres e aos leigos em um contexto de crise da vocação sacerdotal.

A próxima assembleia geral ordinária do sínodo convocada para 2022 será dedicada à “sinodalidade”.

(Com informações da AFP)

Fonte: RFI – Rádio Francesa de Notícias

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