Pastorais Sociais detalham o processo pedagógico da 6ª Semana Social Brasileira

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De 11 a 13 de março, um grupo de 70 pessoas, representando as Pastorais Sociais da Igreja Católica no Brasil e os regionais da CNBB, participam do Encontro Nacional das Pastorais Sociais, no Instituto São Boaventura, em Brasília (DF) promovido pela Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora. O encontro tem como o objetivo “aprofundar e refletir a conjuntura atual tendo em vista a mobilização e articulação dos organismos, pastorais e movimentos sociais para a realização da 6ª Semana Social Brasileira”.

A análise de conjuntura, desenvolvida por José Antônio Moroni, da direção do Instituto de Estudos Socioeconômicos (Inesc), deu o pontapé inicial para pensar e definir o processo pedagógico da 6ª Semana Social Brasileira cujo início se deu em 2020 e se desdobra até 2022.

A Secretária-Executiva da 6ª Semana Social da CNBB, Alessandra Miranda, retomou com o grupo o caminho percorrido pelas semanas sociais realizadas pela Igreja e Pastorais Sociais. Segundo ela, o processo da 6ª semana veio de um diálogo com os bispos na 57ª Assembleia do Episcopado, em 2019, e terá como eixos centrais (terra, teto e trabalho) e estruturais (democracia, soberania e economia).

“O que a gente está fazendo aqui hoje é uma formação sobre estes temas apresentando a metodologia, o guia metodológico e tudo que vai perpassar a atividade durante os dois anos”, disse. O objetivo da mobilização, segundo ela, é que cada regional, pastoral e movimento popular possa assumir, nas suas agendas, a 6ª Semana Social Brasileira.

Articulação regional

O representante do regional Sul 3, padre Edson André Cunha Thomassim, coordenador estadual da Pastoral Carcerária no Rio Grande do Sul, está participando do encontro com a tarefa depois de dinamizar, em sua base, a articulação e realização da semana. “Toda a ação quando é articulada tende a potencializar os nossos trabalhos. A Semana Social Brasileira é um caminho pedagógico que pode muito nos ajudar a consolidar nossa missão. Aliás é importante dizer que a rearticulação das Pastorais Sociais no Rio Grande do Sul se deu por causa da 5ª Semana Social Brasileira”, disse.

Segundo ele, é grande o desafio de pensar um trabalho articulado e conjunto para dentro da Igreja, que precisa incidir mais o seu trabalho, mas também potencializar a articulação com as redes de parcerias, com os diferentes organismos e movimentos populares que estão atuantes e que comungam com muitas pautas propostas pela semana.

O representante da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara, Eduardo Brasileiro, está participando do encontro com o desafio de buscar provocar o grupo a pensar como as Pastorais Sociais e a construção da 6ª Semana Social Brasileira pode ter como tronco a Economia de Francisco e Clara.

“Estamos aproveitando o adiamento do encontro como um momento oportuno para enraizar a economia de Francisco e Clara no território brasileiro. Não é um evento que se encerra em si, mas é uma proposta de longo prazo de discussão com a sociedade brasileira que os cristãos terão que assumir que é pensar e apontar para uma ou novas economias”, disse.

Segundo ele, hoje o mundo vive o império de uma economia financeirizada dominada pelos bancos e grandes corporações. “Nós queremos desenvolver um processo onde as pessoas retomem a economia para o seu lugar. Neste sentido, as encíclicas Laudato Si’, do Papa Francisco, e Caritas in Veritate, de Bento XVI, apontam que precisamos buscar uma economia a partir do conceito de ecologia integral e com um viés humano. Precisamos sair do campo da moeda financeirizada e colocar em primeiro lugar a vida do ecossistema e das pessoas, sobretudo das periferias”, disse.

Reunião da Comissão

Na tarde do dia 11 de março, os bispos que integram a Comissão Episcopal Pastoral para a Ação Sociotransformadora da CNBB se reuniram tendo em vista a organização final do Encontro Nacional das Pastorais Sociais que se realiza no Instituto São Boaventura, em Brasília, até o dia 13 de março. O bispo de Brejo (MA) e presidente da Comissão, dom José Valdeci dos Santos Mendes disse que o foco da discussão foi a sobre a realização da 6ª Semana Social Brasileira.

“Vimos a importância desta semana, principalmente para este tempo que nós estamos vivendo. Podemos enumerar os mutirões necessários para fortalecer a vida, a justiça, por uma sociedade mais justa e fraterna, pela paz e o combate às injustiças”, disse. Dom José também reforçou o encontro que tiveram com o Eduardo Brasileiro, representante da Articulação Brasileira pela Economia de Francisco e Clara, com destaque para o campo da economia popular e solidária e para as inciativas das comunidades.

Fonte: CNBB

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