Viver uma relação vital com Deus

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(Frei Almir Guimarães) – A Cúria da Ordem dos Frades Menores publicou, em 2017,  um texto sob o título “Ite, nuntiate…  Diretrizes sobre as novas formas de vida e missão na Ordem dos Frades Menores”.  Os autores do texto, numa certa altura da reflexão, colocam condições para o sucesso de novas formas a serem implementadas.  Entre elas está a vida com Deus. Nossa reflexão é retomada, um pouco modificada, do documento.  Esse breve texto serve para todos os franciscanos que desejam afervorar-se e sair de vida rotineira de oração. São frases tão simples e, ao mesmo tempo, tão fundamentais para a saúde dos franciscanos. 

A vida com Deus está na base de tudo. É o coração da vida dos Frades Menores. É a linfa que nos nutre e que nos dá força para cada dia rever nossos relacionamentos fraternos. É a energia que acende o fogo da missão.

Viver em relação vital com Deus significa ter:

• Um coração generoso, terno, aberto e disponível, que se deixe traspassar pelo amor de Cristo e pelo amor dos próprios irmãos, em particular no relacionamento com os mais sofredores; um relacionamento amoroso com Deus misericordioso que repercute num frade que está em paz consigo mesmo e com os irmãos. A verdadeira paz que vem de Deus, o irmão só poderá comunica-la se ele mesmo estiver reconciliado. Assim se torna possível promover, no Espirito de Assis, uma cultura da “não violência”, da benevolência, da docilidade nas relações fraternas, do perdão e do respeito pela criação, para se tornar, segundo o Evangelho, um semeador e artífice da paz;

• Uma capacidade de não teimar nas próprias certezas, mas confiar no Senhor que cuida de nossas vidas. É o que alguns frades itinerantes já experimentam há alguns anos partindo sem dinheiro e sem saber com antecedência onde iriam dormir, confiando plenamente na Providência divina. Em cada uma de suas missões, lhes é possível ver como o Senhor se antecipa em cada ponto, velando por eles com grande bondade;

• Uma capacidade de saber descentrar-se para dar lugar a Cristo e de reconhecer que é efetivamente ele que conduz a missão e não o próprio frade. As competências de cada um são úteis e muitas vezes bem empregadas, mas é importante cuidar que elas não podem ser dissociadas do autor desses talentos recebidos;

• É reconhecer, em profundidade, em nível pessoal e comunitário que o autor de nossas vidas é o Senhor e Cristo e que somos animados pelo sopro de seu Espírito. A vida da Fraternidade e de cada um dos irmãos tem Cristo como fundamento primeiro de solidez e de coesão, e não as capacidades e qualidades pessoais deste ou daquele;

• Uma atenção regular, sincera e renovada à meditação da Palavra de Deus, ao silêncio e aos tempos de adoração, cuidando da Leitura orante da Palavra e vivendo com intensidade a Liturgia sempre com abertura para a evangelização;

• Um amor pela Igreja, seus santos e santas e, em particular pela Virgem Maria.

 

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