“Vocês são mestras do amor”, diz Frei Samuel às Irmãs Catequistas na Missa dos 108 anos da Congregação

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“Celebrar 108 anos é celebrar a graça do grande Deus, que continuamente envolve e faz com que cada irmã seja instrumento e sinal da Boa Nova da Palavra, da Boa Nova do testemunho, da Boa Nova do ensinamento. As Irmãs são mestras do amor; as irmãs são mestras do exemplo, da simplicidade, da alegria e da acolhida”, enalteceu Frei Samuel Ferreira de Lima durante a Celebração Eucarística, neste sábado (14/1), às 10 horas, pelos 108 anos do carisma da Congregação das Irmãs Catequistas Franciscanas e os jubileus das irmãs com 60 anos de vida consagrada: Cremilda Borghesan, Armide Tomelin e Lourdes Tereza Crestani.

Este momento de alegria e gratidão tomou conta da Casa-Mãe em Rodeio (SC), mas também aconteceu simultaneamente em todos os Estados e países onde as Irmãs estão presentes. A Ministra Provincial da Província Imaculado Coração de Maria, Ir. Ivonete Gardini, acolheu, como anfitriã, as irmãs que vieram de quase todas as seis Províncias da Congregação, especialmente a Ministra Geral, Ir. Ana Pereira de Macedo, da Província Santa Teresa do Menino Jesus, e a Comunidade do recém-criado Noviciado no Rodeio 50, com as quatro jovens noviças: Leila Freitas Aguiar, Leandra E. Oliveira de Oliveira, Jordânia de Oliveira Azevedo e Patrícia Costa Cardoso.

Além do mestre Frei Samuel, estavam presentes os seis postulantes que serão admitidos ao Noviciado da Província da Imaculada Conceição, neste domingo, às 6h30.

No alto, as Irmãs Cremilda, Armide e Lourdes, renovam os votos diante da Ministra Geral, Ir. Ana, e da Ministra Provincial, Ir. Ivonete

Irmã Ivonete lembrou que o tema escolhido para esta data foi: “Tirem as sandálias porque o chão onde pisam é um chão sagrado”. E foi deste chão sagrado que três jovens – Amábile Avosani, Maria Avosani e Liduína Venturi – levaram para o mundo o carisma francisclariano que receberam de Deus. “Este mesmo carisma nos indica o caminho para viver na defesa e no cuidado da vida”, disse. No início da celebração, as irmãs entraram em procissão mostrando em cartazes os países onde estão presentes.

Frei Samuel fundamentou sua reflexão a partir da primeira leitura, quando Deus fala a Moisés: “Não se aproxime. Tire as sandálias dos pés, porque o lugar onde você está pisando é um lugar sagrado”.

“As irmãs Cremilda, Armide e Lourdes, um dia ouviram esse chamado. Sentiram em seus corações um ardor pela Palavra, um desejo de tirarem as sandálias e se colocarem no caminho do Senhor como Catequistas Franciscanas, anunciando e vivenciando essa experiência do Cristo pobre, humilde, manso de coração e que tem o fardo leve. E Leve não significa não ter desafios, contratempos, dificuldades, mas leve significa se deixar conduzir pelo Espírito a realidades que, mesmo sendo duras, tornam-se transformadoras, redentoras”, indicou.

Frei Samuel recordou que, há poucos dias, celebramos o Natal. “O presépio em nosso meio fez o chão se tornar sagrado. E Deus pisou o chão que pisamos e se comprometeu estar no nosso meio para que, unidos, possamos celebrar, anunciar e vivenciar a experiência do amor desse Cristo manso e humilde de coração. Por isso, hoje é um dia de muitas graças e louvores. Louvor porque, depois de três anos de pandemia, é a primeira vez que abrem a Capela da Casa-Mãe para celebrarmos a vida, a consagração, a nossa fé. Celebrar hoje a vivência da perseverança e do testemunho dessas três irmãs”, ressaltou.

Frei Samuel destacou que o ingresso dos noviços e noviças era motivo de muita alegria, mas a maior alegria era dessas irmãs que perseveraram 60 anos, dia após dia, tirando as sandálias dos seus pés e se colocando no seguimento, no caminho do anúncio, no caminho do testemunho, no caminho de levar aos mais necessitados o amor de Deus. “No mundo de hoje, mais do que entrar é preciso perseverar”, repetiu, insistindo que a resposta ao chamado é dada todo dia ao se deixar conduzir por esse Deus que nos convida a tirai as sandálias neste chão: “E só é possível obedecer a essa voz se a gente tem um coração simples e humilde, aberto para responder ao que Deus quer de mim. Segundo Frei Samuel, essa resposta é individual, como fez Moisés, Jeremias, Rute, Samuel, Francisco e Clara, mas essa experiência repercute na comunidade”, ensinou, ilustrando: “Depois de 108 anos, o chamado se tornou comprometimento e se expandiu para outras pessoas, para outras irmãs e chegou a vários países, como sinal, como luz que ilumina e convida a seguir o Cristo, que é manso e humilde de coração”.

Frei Samuel contou que conheceu as Irmãs Catequistas desde que eu era criança. “Na Baixada Fluminense, naquelas favelas, via as irmãs, ensinando a Palavra, fazendo círculos bíblicos, e isso foi fortalecendo a minha vocação. Me tornei frade e fui para Angola. Lá encontrei as Irmãs novamente e partilhamos vivências, lutas, esperanças e o carisma foi se ampliando cada vez mais. Voltei para Rodeio e aqui, novamente, continuamos vivendo, partilhando, celebrando as alegrias, os dilemas, as dificuldades”, observou.

Frei Samuel perguntou às irmãs: Vocês são realizadas? E ouviu que sim. “A sua realização contagia, ilumina, porque não é ter, não é poder, mas traz plenitude à vida humana. É um despojar-se, é tirar as sandálias para se colocar no seguimento de Jesus Cristo. Isso plenifica a vida humana. Por isso, a vida religiosa é tão grande, tão desafiadora, tão comprometedora e, ao mesmo tempo, tão dominadora, porque ela vai nos envolvendo, nos contagiando, nos transformando. E essa transformação é que dá a perseverança no seguimento de Cristo”, ressaltou.

“As Irmãs não responderam ao chamado há 60 anos, mas o chamado é respondido hoje, a cada dia. A cada manhã Deus nos chama novamente e a gente precisa estar pronto. Nós pensamos que bastou ter respondido uma vez no passado para estarmos garantidos. Não. Nós precisamos responder todos os dias. Nós precisamos responder a cada dia: ‘Senhor, aqui estou!’”, ensinou.

“Celebrar 108 anos é celebrar a graça do grande Deus, que continuamente envolve e faz com que cada irmã seja instrumento e sinal da Boa Nova da Palavra, da Boa Nova do testemunho, da Boa Nova do ensinamento. As Irmãs são mestras do amor; as irmãs são mestras do exemplo, da simplicidade, da alegria e da acolhida. Que vocês continuem fazendo esse itinerário, todos os dias, de tirar as sandálias e se colocarem no caminho do seguimento de Cristo para, cada vez mais, serem esse sinal visível e concreto do amor de Deus”, completou.

Terminada a Celebração Eucarística, as Irmãs Catequistas continuaram festejando num delicioso almoço.


Moacir Beggo, pela Comunicação da Província da Imaculada Conceição

Fonte: franciscanos.org.br

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