A Nova Vida de São Francisco de Assis, de Tomás de Celano – VII

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DESCOBERTA POR JACQUES DALARUN

Da abertura do livro, da aparição do Serafim e dos Estigmas de Cristo que apareceram nele.

“Isso aconteceu no décimo oitavo ano após sua conversão. Na época, o santíssimo homem, tendo deixado as loucuras do mundo, chegou a um lugar de repouso e ali ficou na solidão. Era seu costume dividir o tempo conforme suas necessidades, gastar uma parte dele para ganhar o próximo e passar outra em abençoados retiros dedicados à contemplação”.

“Um dia, em um eremitério, aproximou-se com devoção do altar sobre o qual colocou com reverência o livro dos Evangelhos. Prostrado em oração, com grande devoção e reverência, pediu ao Senhor que se dignasse a mostrar-lhe sua vontade a partir da primeira página em que abrisse o livro”.

“Neste tempo começaram a aparecer em suas mãos e pés marcas de pregos. Como ele havia visto anteriormente no homem crucificado acima de sua cabeça. Suas mãos e seus pés pareciam perfurados bem ao meio (…) Do mesmo modo, o lado direito de seu peito apresentava uma cicatriz como se tivesse sido trespassado por uma lança; seguidamente expelia sangue, de modo que sua túnica ficava encharcada de sangue sagrado”.

“Quando tais pérolas jorravam dele, o homem de Deus se aplicava com maior cuidado possível a esconder esse precioso tesouro dos olhos das outras pessoas, temendo que, por causa de sua familiaridade com alguém, ele pudesse perder a grande graça que lhe havia sido concedida”.

Da doença de seu corpo

“Seu espírito dominava a carne, que o seguia espontaneamente em tudo que era necessário fazer”

“Como aquele pequeno vaso muito precioso, no qual fora escondido esse tesouro celeste, estava todo quebrado, os frades suplicavam ao santo pai insistentemente com suas preces para que cuidasse de seu corpo com a ajuda de médicos (…) Mas quando foi acometido por uma doença nos olhos, frei Elias, que era considerado como uma espécie de mãe e pai dos outros frades, convenceu-o com admiráveis argumentos a usar remédios. O santo pai obtemperou com bondade e, como era de seu hábito, rendeu-se humildemente”.

“Mas a doença dos olhos piorara a tal ponto que em inúmeros lugares tentou-se vários métodos, fervuras na cabeça, emplastros, colírios, mas nada era útil para a sua saúde, e o mal continuava crescendo. Durante quase dois anos, ele suportou isso pacientemente, confiando o cuidado de sua doença a quatro frades, o espírito dirigido a Deus”

Como Frei Elias o conduziu, doente, de Siena a Assis. Da bênção que ele lhe concedeu, do louvor que insistiu que cantassem e como alguém viu sua alma subindo aos céus

“Quando lhe perguntaram o que ele pensava do violento sofrimento corporal que o acometia, ele afirmou que qualquer outro gênero de martírio lhe seria mais doce, “Mas a vontade do Senhor”, disse ele, “torna leve tudo o que é difícil”

(…)”eu te abençoo em tudo e por tudo, tu que, assumindo meus encargos, virilmente atendeu às vontades dos frades. Visto que, em tuas mãos, o altíssimo os fez crescer e os protegeu, em ti eu abençoo a todos os outros. No céu e na terra, que Deus, rei de todos, te abençoe. Eu te abençoo o tanto que posso e mais do que posso. E aquilo que não posso, que possa em ti Aquele que tudo pode. Que Deus se lembre de tua obra e de teu trabalho e que, quando da retribuição dos justos teu quinhão te seja conservado. Que possas encontrar toda bênção que desejas e que tudo o que peças seja cumprido dignamente. Que vós vos comporteis, vós todos, meus filhos, na crença de Deus e permaneçais todos Nele. E como estais próximos da tentação e da tribulação futura, felizes daqueles que perseverarem neste caminho. Pois eu me dirijo a Deus, à graça do qual eu vos recomendo todos”

“Depois disso, ele ordenou que o levassem até Santa Maria da Porciúncula para que entregasse sua alma ao Senhor lá, onde, pela primeira vez, reconhecera perfeitamente a via da verdade”.

“Um de seus discípulos, altamente renomado, viu a alma do santo pai subir em linha reta rumo aos céus, como uma estrela da imensidão da lua e mais brilhante que o sol acima das águas abundantes, levada para o alto por uma pequena e branca nuvem”

De seu trespasse, de sua canonização e do traslado de seu corpo

“Enterrado no lugar que dissemos, ele começou a brilhar em todos os lugares com tantos prodígios e milagres de todos os tipos que em pouco tempo uma grande parte do universo começou a admirar o novo século”.

Continua…

Por Frei Vitório Mazzuco

Por: Blog Carisma Franciscano

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