Em Missão pelo Baixo Rio Branco

286

Em Missão pelo Baixo Rio Branco

Vejam, eu andei pelas vilas, apontei as saídas, como o Pai me pediu…

Essa música tem muito a ver com o grupo de missionárias e missionários que no dia 22 de maio, seguiu para um período de missão nos povoados Santa Maria do Boiaçu, Santa Maria Velha e Sacaí, comunidades ribeirinhas do Baixo Rio Branco, município de Rorainópolis, no interior do estado de Roraima. A equipe de missionárias e missionários, composta pela senhora Jane, leiga, da área missionária Santa Rosa de Lima; o casal Erson e Sandra Brasil, da área missionária São João Batista; irmã Renata, Ursulina; irmã Maria de Jesus Moraes, Catequista Franciscana; padre Eugênio Bento Cristóvão, missionário da Consolata, marcou presença nestas comunidades até dia 03 de junho de 2023.

A equipe chegou na casa paroquial de Caracarai depois das 10h, almoçou e por volta das 14h seguiu viagem com o barco Vovô Sena e chegou a Santa Maria do Boiaçu na tarde do dia 23 de maio. Chegando à comunidade, as lideranças estavam à espera, levaram-na para a casa de apoio e logo à noite deu-se o levantamento do mastro ao lado da igreja, anunciando o início da festa da padroeira da comunidade. Durante a estadia o grupo foi visitando de primeira mão as entidades públicas: escolas, hospital, unidade básica de saúde. Em seguida visitou todas as famílias, ouviu suas histórias de vida, alegrias e lamentos, tristezas e esperanças. Conheceu também o Fundo Agrário Comunitário que faz um bom trabalho na e para a comunidade.

Todas as noites o grupo participou das novenas, dos bingos e outras atividades realizadas pela comunidade como celebração eucarística, batizados, encontro com as crianças, desfile das candidatas a rainha e boneca viva. O  festejo terminou no dia 31 de maio, na Festa da Visitação da Virgem Maria, feriado da comunidade. Pela manhã houve torneio de futebol feminino e masculino e à tarde, organização do mastro, ou seja, foram colocados no mastro os últimos arranjos da festa. Alimentos variados e até dinheiro, deixando o mastro muito bonito e cobiçado. Aconteceu também a procissão pela Vila com a imagem de Nossa Senhora, Santa Missa, apuração do arrecadado pelas candidatas rainha e boneca viva, desfile, coroação da rainha e a derrubada do mastro, momento muito esperado por toda a comunidade e que significa o encerramento do festejo.

O objetivo da equipe era marcar presença junto a essas comunidades, conhecer suas histórias de vida e participar de sua caminhada de fé, onde o festejo da Padroeira ou Padroeiro é o centro das festas da comunidade. Como missionárias/os somos um barco que caminha parelho auxiliando um ao outro, tentando alargar os conhecimentos, mas sem dirimir as lideranças.

No dia primeiro de junho, o grupo se deslocou e visitou  as comunidades de Santa Maria Velha e Sacaí. Nesta última também houve batizados e encontro com as crianças. Santa Maria do Boiaçu, Santa Maria Velha e Sacai são comunidades religiosas sustentadas pelas lideranças leigas das próprias comunidades, e acompanhadas regularmente por equipes missionárias da Diocese de Roraima, formadas por pessoas leigas, irmãs e padres.

As chamadas comunidades ribeirinhas, são assim caracterizadas, porque formadas por povos que habitam as margens dos rios, igarapés, igapós e lagos da Floresta Amazônica. O rio marca o ritmo da vida. Os meios de transporte mais comuns são: Ubá-Canoa usada pelos índios amazonenses, fabricada de um só tronco ou casca de árvore.  A canoa ou montaria são os nomes mais comuns para designar o meio de transporte mais utilizado nos rios da Amazônia em curtos deslocamentos e para os ribeirinhos, e sua importância equivale aos carros para os moradores da cidade. Outro meio de transporte é a  Rabeta-barco de pequeno porte, que utiliza motor, Catraia, Voadeira, barcos maiores, mais possantes que carregam cargas muito pesadas e pessoas, com tudo o que precisam levar quando estão a se deslocar. … as casas, em algumas localidades são construidas sobre palafitas, são as mais comuns. Com fixação de três a quatro metros abaixo no solo para sustentação, uma opção influenciada pela variação anual do nível da água. A sobrevivência está ligada a pesca, a caça e a coleta, importantes complementos da cadeia alimentar, merecendo especial destaque o consumo de açaí nativo, farinha de mandioca e peixe, itens mais marcantes em termos culturais e nutricional na alimentação dos ribeirinhos amazônicos, residentes nas proximidades dos rios, os  quais possuem forte vínculo com a natureza. Ali, diferentes povos vivem e convivem em paz, dentre eles, o povo Yanomami.

No dia 03 de junho, ao encerrarmos essa atividade missionária, bendizemos a Deus pela riqueza da experiência que realizamos.

Fonte: cicaf.org.br

DEIXE UM COMENTÁRIO

Deixe seu comentário
Coloque seu nome aqui