A Conferência Nacional dos Bispos da Áustria, por meio de sua Comissão Episcopal de Missão, enviou carta à Conferência Nacional dos Bispos do Brasil, em junho deste ano, dirigida a seu presidente, o arcebispo de Belo Horizonte (MG), dom Walmor Oliveira de Azevedo, manifestando preocupação com os acontecimentos recentes no contexto da pandemia no Brasil, especialmente com os indígenas e com a porção brasileira da Amazônia.
No documento, assinado por dom Werner Freistetter, que preside a Comissão de Missão da Conferência austríaca, o bispo também manifestou apoio e solidariedade do episcopado austríaco à CNBB e seus organismos que atuam na região e falou da parceria e cooperação entre as duas conferências.
Em referência ao processo do Sínodo especial para a Pan-Amazônia, realizado no Vaticano, em outubro de 2019, o documento afirma que a conferência austríaca acompanha os esforços e as iniciativas da Igreja Católica no Brasil para ouvir e reconhecer de perto as necessidades e angústias do povo, sendo uma voz forte a seu favor quanto às políticas públicas e a ação governamental para a região.
Tudo está conectado na Casa Comum
Entendendo que tudo está conectado, como defende a Encíclica do Papa Francisco, Laudato Sí, em outro trecho, a carta diz que é necessário apelar regularmente à sociedade, à economia e a política austríaca para que cessem todas as atividades e iniciativas nocivas a meio ambiente e aos povos e comunidades tradicionais e, ao mesmo tempo, para que avancem os esforços para fortalecer a proteção climática e todas as medidas para uma justiça social.
Na carta, o bispo informou que a Conferência Nacional dos Bispos da Áustria, realizada em meados de junho, se manifestou explicitamente sobre a situação da Amazônia Brasileira, especialmente sobre o avanço do novo coronavírus entre os povos indígenas e comunidades tradicionais e sobre o avanço do desmatamento em função da ação ilegal de madeireiros e garimpeiros na região.
Os bispos austríacos afirmaram que é importante que a Igreja Católica seja uma comunidade solidária e que caminhe em sintonia mundialmente. “Incentivamos e apoiamos explicitamente esta comunhão e não cansaremos de denunciar junto às instâncias políticas nacionais e europeias a situação brasileira, assumindo também a nossa responsabilidade como europeus”, diz um trecho do documento.
Foto capa: Felipe Wernek/Ibama
Fonte: CNBB