Exposição de Presépios do Seminário Frei Galvão é aberta ao público

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No dia 25 de outubro, em que a Igreja celebrava o primeiro santo brasileiro, foi inaugurada a 8ª edição da Exposição franciscana de presépios no Seminário Franciscano Frei Galvão. A exposição conta com obras de diversas partes do mundo, oriundas do acervo de presépios da Província da Imaculada Conceição do Brasil. Em entrevista Frei Róger Brunorio falou um pouco sobre a ideia e as inspirações por trás da exposição desse ano.

A Exposição Franciscana de Presépios tem visitação gratuita e está aberta todos os dias das 8h30 às 11h30 da manhã e das 14h às 17h30. Para maior comodidade dos visitantes, para grandes romarias e caravanas, aconselha-se o agendamento que pode ser feito no link “Agende sua Romaria” na página do Seminário ou pelo fone (12) 3132.6233.

Site Postulantado – Frei Róger, de onde surgiu a inspiração para Exposição dos Presépios desse ano?

Frei Róger: A inspiração vem de Deus. A gente trabalha com presépio o ano inteiro e aqui no Seminário Frei Galvão é onde está a coleção franciscana de presépios. E como estamos atualmente passando por um processo de inventariação do acervo, achei importante sugerir aos frades da Fraternidade que a gente pudesse explorar esse trabalho dessa coleção e, ao mesmo tempo, dentro dessa temática de ‘diversidade na unidade’, porque a coleção é muito diversa, abrangendo diversos países, materiais e expressões artísticas. A unidade está na abordagem do tema que tem o Menino Jesus como figura principal. No contexto ainda de pandemia trazemos o lema “Eis que estarei convosco todos os dias” (Mt 28,20). Então, nessa diversidade buscar a unidade e saber que Deus está conosco todos os dias, em todos os momentos da vida, sejam eles bons ou ruins, Deus está ali presente. Ele não nos abandona, pois, Ele mesmo prometeu estar conosco. Ao contemplar cada presépio, a gente pode fortalecer nossa dimensão espiritual e a nossa essência.

Site Postulantado: Esse ano são 99 presépios expostos, porque 99 e não mais?

Frei Róger: O acervo tem mais de mil presépios, mas não dá para colocar todos, obviamente, e a gente seleciona uma parte. Foram selecionados justamente 99 por ser um número que está a na parábola da ovelha perdida. Tanto Lucas como Mateus falam do pastor que tem 100 ovelhas e por aquela que se perde, ele deixa as 99 e vai ao seu encontro. Simbolicamente é para que cada visitante, ao contemplar os presépios, admirar Jesus no seu mistério da encarnação, nessa mística franciscana, possa se deparar e se questionar: “Será que eu não sou essa ovelha perdida?”. Mesmo nós que estamos dentro da religião, precisamos desse carinho, desse amor. A ovelha perdida não é necessariamente aquela que tá fora da religião, mas pode ser aquela que não vive a religião na plenitude.

Postulantado: Dos presépios desse ano, qual o sr. gostaria de destacar mais?

Frei Róger: Todos os presépios são importantes e ali a gente tem entre esses presépios alguns que foram doados por Ana Maria Monteiro de Carvalho, o Nelson, dois amigos muito queridos que partiram (não pela Covid) e deixaram essa memória. Ambos estão ligados não somente a mim, mas também aos franciscanos. Há doações de amigos que acompanham minhas exposições desde São Paulo, no Largo de São Francisco e no Convento Santo Antônio do Rio de Janeiro. No último nicho vamos encontrar o único presépio que está sozinho, feito pelo artista Ruiy Moura. Todo de papel machê é inspirado, me parece, nos oratórios bala e também na arte circense: o nascimento de Jesus, podemos dizer, foi um grande espetáculo. Deus vem à terra encarnado numa criança, num ser humano e ali, com essas figuras que estão representadas nesse presépio, nós devemos anunciar com alegria o nascimento de Jesus, Emanuel Deus conosco. “Eis que ele está conosco todos os dias”. Para mim todos têm uma importância particular.

Postulantado: Qual a mensagem que o sr.r deixa a todos os visitantes da exposição?

Frei Róger: Só podemos anunciar essa alegria do nascimento de Jesus quando todos estiverem na plenitude, na graça e no mesmo caminho de Deus. Por isso, no último presépio da exposição temos dois pratos simbolizando uma balança, no qual um prato está com feijão e arroz e o outro está vazio. Muitas pessoas passando fome. Estamos vivendo uma crise, particularmente no Brasil, onde as pessoas não têm o que comer. Então como podemos festejar o nascimento de Jesus se há pessoas passando fome? Como franciscanos, São Francisco até dizia que na festa da natividade de nosso Senhor dessem comidas a todos os animais, até às moscas! Ali nos chama atenção esse espírito de solidariedade. Eu convido o visitante a entrar na Exposição e ver as cores laranja e amarela, fazendo referência ao sol invictus que é Jesus Cristo, ele que é o sol e nos ilumina. Simbolizando também a sabedoria, a vitalidade, a alegria e da luz, o calor.

DOAÇÕES DE PRESÉPIOS

Em meados dos anos 70, Frei Paulo Limper e Frei Estêvão Ottenbreit iniciaram na Província da Imaculada a tradição de fazer exposição de presépios pelos conventos. Desde então, o acervo faz parte de uma grande coleção de presépios de diversas partes do mundo inteiro e conta com conjuntos de diversos tipos, tamanhos, materiais e técnicas que revelam o mistério do Nascimento de Jesus nas mais variadas formas, materiais e técnicas de representação plástica. Se você quiser ajudar e fazer parte desse modo de evangelizar através da arte e da cultura, é possível doar um presépio para a coleção, e assim contribuir para a continuidade dessa missão evangelizadora. As doações podem ser feitas diretamente na secretaria do Seminário.

Samuel Cavalcanti do Amaral, postulante

Fonte: Província Franciscana da Imaculada Conceição do Brasil

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