Maria, modelo de Santidade para a Família Franciscana

1888

Maria, o exemplo de serva e mãe para a ordem seráfica de nosso pai Francisco é para nós também o modelo de simplicidade e amor. Somos chamados a ser frater, irmãos uns dos outros designados a ser irmão dos pobres, dos excluídos e a viver o evangelho de Cristo, assim como fez São Francisco.

Maria tem o caráter materno da caridade, como protetora tem graça de acolher os planos de Deus de assumir a maternidade sendo virgem eleita a dar a luz ao salvador de toda a humanidade. São Francisco e Santa clara percebem que a vocação fraterno-materna tem como base aos inícios da própria fraternidade. No momento em que São Francisco conta ao Papa Inocêncio III a parábola da mulher pobre, mas bela, esposa do rei, ao qual havia dado filhos, Francisco se identifica com a mulher e o rei com o filho de Deus. Nesta parábola estava já presente de maneira clara a intuição de Francisco de ter sido chamado, por inspiração divina, para gerar filhos- os seus frades- para a Igreja. O mesmo Espírito Santo que tinha inspirado esta parábola a Francisco levou também a Inocêncio III a compreender o significado profundo de a mesma maneira aprovar a Ordem que estava nascendo.

Para clara e Francisco o silencio contemplativo era muito importante, inscreve a fazer-se humilde no acolhimento do Espírito Santo para do Cristo à Igreja, assim como a fé o dera a virgem Maria. “Desejar o espírito do Senhor e seu santo modo de operar: rezar sempre a Deus com o coração puro” (RB 10,10). Maria leva a Francisco a contemplar com sensibilidade do Poverello, a contemplar, sobretudo a inserção no contexto da história da Salvação, em razão de sua maternidade e da relação à Trindade salvífica, e em particular com o Espírito Santo: decorre daí que Francisco se concentra sobretudo na missão de Maria, como serviço da redenção e glorificação da Trindade. Francisco através da oração exprime o seu credo, rendendo graças a Deus por suas obras salvífica e sumo Deus, porque fizestes nascer (teu Filho) verdadeiro homem da beatíssima e gloriosa sempre Virgem Maria.

A criatividade poética de Francisco diante do mistério desta maternidade transpassa também no fato de que em seus escritos ele nunca preste honras a Nossa Senhora duas vezes, com o mesmo título. é interessante observar que a ortodoxia cristológica é defendida de Francisco referindo-se à maternidade de Maria com um estilo todo seu, anunciando somente com textos polêmicos ou assertivos, mas também através de orações e cânticos.

São Boaventura destaca bastante essa imposição Franciscana da devoção a Maria: “Seu amor de Mãe do Senhor Jesus era realmente indivisível, pois nascia em seu coração ao considerar que ela havia convertido um irmão nosso próprio Rei e Senhor da glória e por ela havíamos merecido alcançar a divina misericórdia. Em Maria, depois de Cristo, depositava toda sua confiança…” (LM 9,3).

Em aspecto teológico Francisco considerava Maria como sinal de pobreza e piedade infusa, fazendo-se que seu filho seja o Deus-novo, diferente que não age a partir de nossa lógica mas que escolhe a pobreza como seu “sacramento”, sinal e símbolo de uma vida nova. Cristo se torna a encarnação, a Kénosis, assumindo a condição pobre de sua mãe e aceitando o sofrimento inerente á finitude humana, exalta os pobres e humilhados, os fracos e os sofredores e da glorificação de Cristo e de Maria são o espelho pelo qual se perpetua a imagem de Deus que se exprimiu aos pobres e sofredores. Francisco com seu modo de exprimir e na sua visão tem como Maria a piedade que no entanto encerra elementos estruturais que devem concorrer no sentido de concretização um espírito mariano-franciscano válido no contexto atual.

Por Marcelo Augusto Pereira da Costa, Aspirante

Referências bibliográficas

POMPEI, Afonso. In: Dicionário Franciscano. Traduzido por Família Franciscana Brasileira. Petrópolis, RJ: Editora Vozes e CEFEPAL, 1983.

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