Mensagem da presidente da CFFB para a Festa de São Francisco

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FESTA DE SÃO FRANCISCO DE ASSIS
MENSAGEM

Queridas irmãs e irmãos,
Paz e Bem!

Na alegria de pertencermos à Família Franciscana, especialmente no dia 4 de outubro estaremos em sintonia e orações, celebrando a Festa de São Francisco de Assis. Marcada por festejos e confraternizações é uma oportunidade singular para repensarmos nossa escolha, fortalecermos nossa vocação e identidade e aprofundarmos nossa reflexão sobre questões relacionadas à nossa espiritualidade. Quanto mais formos sintonizados com o seráfico pai, tanto mais perceberemos o infinito amor de Deus por nós e aprenderemos o que significa viver ao modo franciscano.

Os textos das Fontes Franciscanas e Clarianas nos conduzem a perceber que o modo de “ser”, “fazer” e “conviver” de Francisco fascinou as pessoas e atraiu os primeiros companheiros. Tomás de Celano relata que “o homem de Deus começou, por inspiração divina a tornar-se imitador da perfeição evangélica”; que suas palavras, cheias da força do Espírito Santo penetravam até ao mais íntimo do coração e que em cada pregação que fazia, saudava o povo anunciando a paz: “E, assim, tornando-se conhecida de muitos a verdade da doutrina simples e da vida do homem de Deus, alguns homens, a exemplo dele, começaram a animar-se à penitência e, abandonando todos os bens, a unir-se a ele no hábito e na vida; o primeiro destes foi Bernardo” (LM III, 2, 1 – 5; 3, 1 – 2). Depois, vieram também Clara, Antônio e tantos outros que, também atraídos pelo Espírito, juntaram-se a ele em torno do mesmo ideal, formando uma família.

Viver o Evangelho segundo o exemplo e ensinamentos do seráfico pai é uma proposta de seguimento de Jesus que atrai ainda hoje. Abraçá-la, insere-nos em um caminho de conversão pessoal e tomada de consciência de que “Não haverá borboletas se a vida não passar por longas e silenciosas metamorfoses” (Rubem Alves). O grande desafio para nós, franciscanas e franciscanos, é sermos coerentes com o ideal de vida que abraçamos, ou seja, encarnar em nossa experiência cotidiana o “modo” franciscano de “ser”, “fazer” e “conviver”. Vale ressaltar, compreender o específico do “modo franciscano”, compreender-se como Família Franciscana (senso de pertença) e buscar construir fraternidade onde quer que estejamos. E, para realçar nossa esperança e crença de que o mundo fraterno, justo e de paz é possível de ser construído para além de nossas fraternidades, é importante termos presente as exortações do Papa Francisco em sua encíclica Fratelli Tutti – “Todos irmãos”. Seu conteúdo põe-nos a pensar e meditar sobre a nossa existência, e, ao mesmo tempo, recoloca-nos em caminho de recuperarmos o sentido de sermos irmãos e irmãs, membros da família única de Deus, dentre outros, lembrando-nos que “A sociedade cada vez mais globalizada torna-nos vizinhos, mas não nos faz irmãos”.

Irmãs e irmãos da Conferência da Família Franciscana do Brasil, temos em Francisco de Assis, um modelo e exemplo de vida evangélica. Como suas filhas e filhos, urge sermos parte ativa na reabilitação e apoio de ambientes feridos, pela marca do individualismo, indiferença, exclusão… sejam esses ambientes nossas fraternidades ou a sociedade em que vivemos. Movido pelo Espírito, o seráfico pai fez seu caminho. A verdade da doutrina simples e da vida de simplicidade que levava tornou-o conhecido como “santo” e os que uniram-se a ele no hábito e na vida, começaram a serem identificados e chamados de franciscanos e franciscanas. Hoje, o convite é para que façamos o nosso caminho, a seu exemplo, à luz da Palavra. Será que pelo nosso modo de “ser”, “fazer” e “conviver” as pessoas identificam-nos como franciscanas e franciscanos? Fica o convite para refletirmos.

Que o seráfico pai, ao lado de nossa mãe Clara de Assis, interceda por cada um/a de nós e que a graça do Altíssimo revigore nossos corações para que possamos recomeçar cada dia com alegria renovada.

Meu abraço fraterno e desejo de boas festas.

Brasília, 03 de outubro de 2022
Trânsito de São Francisco de Assis


Irmã Cleusa Aparecida Neves, CFA
Presidente da CFFB

 

2 COMENTÁRIOS

  1. Paz e bem. É preciso também não mais nós colocarmos como modelo. Os tempos atuais são outros… Não de faz história com saudosismo; O único modelo desde sempre é Jesus Cristo. Falamos muito do passado. Não é possível ir construindo o Reino de Deus olhando no retrovisor me.deremderais do que no mundo desafiador real com tanto sofrimento dos milhares de irmãos e irmãs os quais poderão vegetar nos porões da escravidão moderna. Isso vai depender da situação política em andamento… Obrigado.

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