É hora de chamar com a audácia. Somos uma igreja dos chamados e dos chamadores.

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Vocação Existe! Ela Precisa ser descoberta,
despertada, promovida e cultivada.

No mês de agosto celebramos o mês vocacional no qual somos convidados e impelidos a rezar, promover, apoiar e formar os vocacionados que Deus vai suscitando em nossas fraternidades e paróquia, familiares e eclesiais. As vocações nascem e desenvolvem-se graças à mediação da Igreja orante, à educação na fé exercida pelos pais, aos bons exemplos dos pastores e consagrados e ao chamado livre que Deus vai fazendo ao longo da história. Na verdade, Deus ao prometer à sua Igreja pastores segundo o seu coração, também diz: “rogai ao Senhor da messe que envie trabalhadores para a Sua messe”. O homem não realiza o reino, pode apenas buscá-lo, invocá-lo, porque o Reino vem a ele como um dom de Deus.

A oração, não empenha apenas os indivíduos mas também todas as fraternidades e comunidades eclesiais, é a base de toda a pastoral vocacional e é caminho para o discernimento vocacional. A oração, em particular a eucaristia, possibilita o encontro profundo do orante com a pessoa de Jesus Cristo em toda a sua plenitude e a resposta ao seu chamamento, deixando tudo para O seguir.

Deus nos convida a acreditar e a praticar a eficácia da oração: “Pedi e recebereis; procurai e encontrareis; batei e vos será aberto” (Lc 11,9). Peçamos que o nome de Deus seja santificado, encontre acolhimento no mundo, que Sua vontade seja feita e o Seu Reino venha até nós, pois onde estiver presente a Vontade de Deus, todos vivem bem e em plenitude a vida para a qual fomos criados ser ajuda sempre a todos sem medir e sem calcular.

Rezar é cultivar e aumentar a fé, que é o fundamento da vida nova em Cristo, recebida no Batismo. São variados os exemplos bíblicos de oração perseverante e com fé e a providência de Deus que deseja que nenhum dos seus filhos se perca. Pedir é comprometer-se com Deus e com o que pedimos, desejando que se realize o que pedimos e comprometendo-nos ao mesmo tempo a colaborar na realização do pedido. Uma vez alcançado, o dom deve ser usado em favor de todos, servindo mais e melhor. Se pedimos pelos doentes e pelos pobres é para ajudar efetivamente a eles com o que temos e com o que somos, pois tudo é dom de Deus.

Vivemos em um tempo de perplexidade e de esperança. No Espírito, somos interpelados a atitudes positivas de confiança, certos de que Deus não abandona o Seu Povo. Este será servido e a ele será anunciada a Boa Nova por instrumentos e mediadores (cada um de nós) adaptados aos tempos de hoje, especialmente o testemunho e a solidariedade. Os modos terão de ser diferentes; a atitude de chamamento e resposta não podem mudar, são algo de permanente. Deus escolhe e chama, o homem responde livremente a esse apelo.

Para o serviço da messe do Senhor são necessários todos os tipos de vocações cristãs e carismas e todos têm o seu valor na atualidade. Porém, atualmente é necessário um carinho especial pelas vocações consagradas e sacerdotais. Para isso é necessário que a Pastoral da Juventude, a Pastoral Vocacional e a Pastoral Familiar trabalhem juntas, porque são especialmente os jovens que se encontram na necessidade de aderir a uma esclarecida opção de vida, em ordem ao futuro.

A Catequese e a Iniciação Cristã são a possibilidade de abrir os jovens para a descoberta vocacional. Os pais são os primeiros e principais catequistas dos filhos; pois é por força da fé e do Batismo que as vocações e os estados de vida se confirmam: a vida matrimonial, a consagração religiosa o ministério ordenado, o estado laical.

Os Serviços da pastoral juventude, da pastoral vocacional e da pastoral familiar devem, por tudo isto, trabalhar em estreita colaboração.

Em todas as Paróquias e fraternidades é necessário e urgente apoiar e fazer crescer a pastoral da juventude, a pastoral vocacional e a pastoral familiar, além de um grupo de pessoas que promova a oração pelas vocações consagradas, acolham os candidatos e os encaminhe ao Serviço de Animação Vocacional Provincial.

Toda a ação vocacional é a “categoria unificadora da pastoral em geral”. A Paróquia e a fraternidade deve no seu todo e em cada pastoral, movimento ou grupo, estar consciente que a comunidade paroquial é uma comunidade de ministérios.

As Paróquias e as fraternidades deve ter um grupo vocacional que esclareça as vocações cristãs sem esquecer as vocações de especial consagração; deve promover: grupos de oração pelas vocações, momentos de formação sobre a Vocação, sensibilizar as famílias, os catequistas, os educadores, os movimentos, os agentes pastorais para a urgência da Pastoral Vocacional.

O problema das vocações tem raízes profundas. As vocações específicas, sacerdotais e de especial consagração, precisam de um húmus apropriado. É preciso transformar a cultura, recuperar os valores, reencontrar o interesse pelas grandes questões da vida, retomar o sentido do mistério e do transcendente, ousar sonhar e ter ideais, cuidar da qualidade evangélica da vida cristã.

Novas vocações surgirão na medida em que houver compromisso e testemunho da vocação batismal, comunidades eclesiais entusiasmadas com a presença do Ressuscitado e capazes de anunciar o Evangelho transformador da esperança. É hora de chamar com a audácia de Jesus e dos apóstolos.

Todos os batizados são responsáveis pela vocações: Os jovens, devem ter um coração aberto ao chamamento do Senhor Jesus que convida a segui-Lo, Ele que é Caminho, Verdade e Vida. Só Ele é sentido pleno para a vida.

Os consagrados religiosos e religiosas, os presbíteros, diáconos e seculares devem viver a testemunhar de forma coerente com a sua opção vocacional. Sejam testemunhas alegres e autênticas de Cristo Ressuscitado como única esperança para o mundo. Vivam em gratuidade total o amor e o serviço à causa do Reino.

Os catequistas e os professores cristãos promovam uma autêntica cultura vocacional, ajudando os jovens a descobrir o projeto que Deus tem para cada um, cultivando a disponibilidade em fazer da vida um dom para a missão. Todos devem ser motivados e ajudados a buscar e a cultivar um encontro pessoal com o Senhor.

As famílias devem assumir o Projeto de Deus para elas: viver como verdadeiras “igrejas domésticas”, sendo espaços que possibilitem o surgir das diferentes vocações. Os pais devem ajudar os filhos a ouvir a Deus e a responder aos acontecimentos como Jesus, fazendo o bem a todos sem exceção e sem esperar nada em troca.

A Virgem Maria, Imaculada Conceição, seja força, coragem e modelo de disponibilidade total para aqueles que aceitam o chamado de Deus a testemunhar e instaurar o serviço e a missão da Igreja para a vida do mundo.

Frei Maurício dos Anjos
Animador Vocacional Provincial

Fonte: Frades Menores Capuchinhos de São Paulo

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